sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Cinquenta Tons de uma história


Cinquenta Tons de Cinza... mais escuros ... e de Liberdade.

A primeira coisa que notei ao pegar o primeiro livro da trilogia “Cinquenta tons...”, foi que a fonte usada no texto do livro, era desagradável à minha vista. Logo pensei: Como vou conseguir ler esse livro, com essa letra tão cansativa? Na verdade, nem sei o nome dessa fonte, mas já havia reparado o quão desconfortável essa letra é, ao encontra-la em algumas revistas... (aposto que todos aqueles que tem o livro, irão abrir suas páginas para conferir a letra...).  Também confesso que fiquei impressionada com a textura da capa, mas não fiquei muito tempo notando esses detalhes, pois minha intenção era ler o livro, e não avaliá-lo.
Comecei a ler a história, ainda de forma analítica, me lembrando de todos os comentários de amigas, colegas de trabalho, parentes... Todas que me sugeriram a leitura, e aos poucos fui tirando minhas próprias conclusões.
Não, eu não queria ser Anastácia Steele!
Não, eu não queria me relacionar com um homem como Christian Grey.! Aliás, se um homem sequer sugerisse parte das coisas que ele impõe, certamente nosso relacionamento terminaria antes mesmo de começar...
Pensando bem, se as mulheres querem ser tão independentes, tão autossuficientes, tão poderosas, por que o livro chama tanto a atenção das mulheres?  Alguém já reparou que eles (os livros) não causam o mesmo efeito nos homens? (Falarei sobre isso mais tarde)
Bem, minha tese é que nem Christian Grey, nem Anastácia Steele são capazes de seduzir os leitores... Quem seduz o público (feminino) maravilhosamente, é a autora E. L. James.
 A narrativa em primeira pessoa do singular, substantivo feminino, é o que faz com que mulheres de diversas idades e nações se envolvam tão profundamente na história.
 Enquanto narra uma passagem da história, a autora consegue transportar a leitora para o lugar da personagem principal. Observe:
“... Christian afunda seu rosto em MEUS cabelos, segura MINHAS mãos, beija MEU pescoço, causando um arrepio em todo o MEU corpo... Ele ME deseja profundamente...”.
Toda e qualquer mulher, carente ou não, gostaria que o seu amado a desejasse profundamente e isso não é uma crítica aos relacionamentos. Acontece que depois de um certo tempo de convívio, tanto o homem como a mulher, passam a demonstrar menos avidez no contato com seu parceiro Essa é uma atitude natural. Você sacia sua sede no primeiro copo d´água. Mesmo que o dia esteja quente, e a temperatura esteja atingindo os 40º C, se você beber água o dia inteiro, você não sentirá o mesmo prazer que sentiu no primeiro copo. Entretanto, quando Christian Grey diz: “Eu nunca vou me saciar de você” ele responde ao desejo secreto de muitas mulheres, o de ser desejada profundamente, durante todo o tempo. Eu diria que essa seria um excelente massagem para o ego feminino.
Por outro lado, quando um homem lê o mesmo trecho do livro, ele não consegue se transportar para dentro da história. Imagine o homem lendo o trecho:
“... Christian afunda seu rosto em MEUS cabelos, segura MINHAS mãos, beija MEU pescoço, causando um arrepio em todo o MEU corpo... Ele ME deseja profundamente...”.
Certamente, nenhum homem se sentirá confortável nessa situação, para eles, os livros seriam muito mais interessantes, se narrados pelo próprio Christian Grey:
“... Afundei meu rosto nos cabelos de Anastácia, segurando suas mãos firmemente beijei seu pescoço, sentindo a reação de seu corpo em contato com o meu... Ela se derrete de desejo com meus toques...”
Percebem a diferença de ponto de vista?
O contrário ocorrerá com o filme (que certamente virá depois do livro) Este, será muito mais interessante aos homens do que às mulheres, pois são eles que se seduzem por apelos visuais. E, enquanto suas esposas e namoradas, não conseguirão se transportar para o papel de Anastácia, eles adorarão as cenas quentes entre o casal.
Erótico ou não, amado, julgado ou criticado por diversas pessoas, a verdade é que com o filme, a história será capaz de conquistar homens e mulheres, solteiros, casados, enrolados... e certamente, muitos casais conseguirão reaquecer a chama da paixão, se utilizarem corretamente parte das mensagens contadas na história. Porém é necessário cuidado e comunicação, pois é o desejo masculino que desperta o vulcão interior de uma mulher... as agressões físicas podem despertar sua ira ou sua mágoa, podem destruir o relacionamento e o caso de amor poderá acabar na delegacia. (Lei 11.340/2006 – Lei Maria da Penha)
Então, lembrem-se que essa é uma obra de ficção, e que por mais sedutores que eles pareçam ser, não existe Christian Grey, vampiros, Wolverines, e outros personagens de livros e filmes, que nos entretém nos momentos de lazer.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Mais do que uma casa, um LAR

Eu gosto da escuridao do quarto na hora de dormir. Gosto de olhar as estrelas brilhando no teto, dos starfix que eu mesma colei...
Gosto do silêncio da noite, e dos primeiros raios de sol da manha.
Eu gosto da luz refletida na parede amarela da minha sala de estar.
Gosto da brisa fresca que percorre todos os ambientes, mesmo quando o dia lá fora está abafado.
Eu gosto do meu chuveiro quente, do meu travesseiro de penas... gosto de sentar no sofá depois de um dia de trabalho e ficar a toa assistindo a televisao.
Gosto da minha cozinha ampla, onde sao feitos os alimentos servidos em minha enorme mesa de jantar. As pessoas ficam admiradas com o tamanho da minha mesa...
Quantas pessoas já se sentaram ao redor dessa mesa em agradáveis reunioes familiares? Muitas geraçoes de uma mesma família... muitas famílias, muitos amigos ou parentes distantes.

Eu desfruto do aconchego do lar em vários momentos da minha vida, e compartilho esse aconchego com meu marido, minha filha, e com várias pessoas que quero bem.

E também gosto do trabalho que dá para deixar cada cantinho limpo... esfregar o chao da cozinha, o cheirinho da roupa lavada, o prazer de um guarda-roupas organizado. Ainda assim, nao moro em um show room, tenho sapatos e roupas espalhados em vários cantos do meu lar. Papéis infinitos brotam em cima de cada móvel, potes e copos usados descansam na mesinha de centro. As panelas aguardam em cima do fogao, a próxima visita que chegará atrasada para o almoço ou jantar.

E quando olho a minha volta, sempre encontro mais uma cama bagunçada de um visitante que acabou de acordar, ou uma escova de dentes esquecida na pia do banheiro, e que guardo com a certeza de que nunca saberei quem era o dono.

Assim se faz um lar, uma residência viva, que abraça e acolhe todos aqueles que ultrapassam a soleira da porta, que aconchega os moradores com suas cores, seus cheiros, sua brisa ou seu calor. E pouco importa se o jornal do dia anterior ainda está espalhado no canto do sofá, se os enfeites frágeis foram retirados por causa das crianças pequenas, se os pés cansados dos visitantes se apoiam nos móveis, pois essa é a prova certa de que todos se sentem em casa, e por isso nao se incomodarao com os objetos espalhados, com a bagunça sobre a mesa, a máquina de costura esquecida em um canto, aguardando ansiosa por um novo trabalho, ou para voltar para o armário...

O lar é doce, é salgado, é gelado e refrescante. O lar é agradável, delicado, carinhoso. O lar pode ser qualquer lugar, mas ele é mais do que um lugar qualquer para se morar... ele é um lugar onde se constrói uma história, onde se criam boas memórias que serao lembranças, anos mais tarde, de um tempo bom que passou...  Momentos que serao recordados em sonhos, repletos de sentimento de saudade, daquele lugar que será sempre um importante cenário de nossas vidas.

Viva bem, viva em um lar!!!!

Maria Helena Pereira de Sá - 27/11/2012
Obs.: A falta de acentuaç~~ao é devido a problemas técnicos do site.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

I wanna say hello.

My english is not very good, but I want to say hello to foreign people who try to read my blog in Germany, Russia, USA. I hope you enjoy reading my texts.  E também gostaria de dizer olá aos leitores de Portugal e do Brasil

It´s a pleasure to be with you in "Blank pages".

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Uma nova agenda. Um novo ano. Muitas possibilidades.


Hoje comprei uma agenda!

Minha agenda de 2013, recém saída da papelaria, teve sua estrutura desmontada, para que eu customizasse sua capa. Afinal, ela será minha companheira pelos  doze meses do próximo ano. Ficou linda minha nova agenda, totalmente exclusiva, já carregando em sua história as lembranças desse primeiro dia de transformação.

Minha agenda foi remontada, e olhei orgulhosa para sua "roupa nova". 


Depois folheei suas páginas. Páginas em branco, como o título do blog onde escrevo. 

Páginas repletas de possibilidades... olhando para suas páginas comecei a imaginar todas as boas coisas que desejo para o próximo ano... Algumas coisas não irão mudar, infelizmente, conforme o resultado das últimas eleições, porém, se por um lado, minhas escolhas nessa área não se concretizarão, posso escolher outras mudanças... Posso marcar em minha agenda o compromisso de fazer novas escolhas, que não dependam da vontade de uns ou outros... escolhas que dependam somente de mim.

 Dessa forma, mudo eu. Mudo a maneira de encarar as adversidades, mudo a maneira que utilizo meu tempo, dando muito mais valor aos momentos com amigos, jantares, viagens...

Quantas viagens terei em minha nova agenda?

Muitas. Viagens curtas, viagens longas, viagens com familiares e amigos. 

Uma agenda pode ter tantas utilidades, que a minha, realmente merecia um tratamento especial. Afinal, em suas páginas marcarei meus compromissos, registrarei fatos de minha história, anotarei idéias, planejarei momentos futuros, e no final do ano, como faço a algum tempo, guardarei a agenda junto a suas irmãs mais velhas, onde eu possa consultá-la de vez em quando, e folheando suas páginas, não mais "em branco", relembrar o quanto o novo (ou velho) ano foi especial... Que assim seja!!!


Obs.: Como não vivo sem uma agenda bemmmm grande, customizei também uma cadernetinha para carregar na bolsa.


quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Ahhh... se conselho fosse bom

Dizem que "Se conselho fosse bom a gente não dava, vendia"

Pessoalmente, eu discordo dessa afirmação.

Discordo de todos aqueles que acham que conselho é opinião não solicitada... e que ninguém deve se meter em nossas vidas.

Acho que deveríamos encarar o conselho como um presente surpresa, sem data especial, sem dia de aniversário, simplismente um presente, daqueles que alguém que gosta muito da gente, achou que iria nos servir perfeitamente naquele momento.

É claro que, às vezes, o presente recebido não é do nosso tamanho, ou a cor não nos agrada. Pode ser que seja um tanto quanto excêntrico, e não combine com nosso estilo... mesmo assim, ninguém fica bravo quando recebe um presente (ou pelo menos, não deveria ficar). As pessoas não perguntam: Posso te dar um presente? E outro não responde: Não, obrigada, da minha vida, eu mesmo cuido.

As pessoas nem ao menos ficam ensaiando para dar um presente, escolhendo o momento certo, quando o impacto possa ser menos negativo.

Quando você está diante de uma loja, ou em uma barraca de lembrancinhas de viagem, você olha para um objeto, lembra de uma pessoa querida (e se não for muito caro) você compra o objeto e entrega o presente na primeira oportunidade que tiver. Por que não podemos fazer isso com conselhos?

Em alguns momentos, você consegue enxergar seu amigo ou amiga, se afundando na areia movediça... você sabe que quanto mais ele se mexer, mais rápido vai afundar... Você está do lado de fora, e já pisou em terrenos frágeis. Você já viu uma maneira possível de sair dessa situação (ou pelo menos, já conseguiu desviar do poço de areia movediça algumas vezes). Mas o que fazer? Dar um conselho?

Confesso que já dei conselhos, e muitos deles não foram ouvidos. Algumas vezes perdi temporariamente o amigo, que não estava preparado para ouvi-los. Confesso que também já me calei, porque é muito difícil saber se seu amigo está aberto a ouvir conselhos, a recebê-los como presentes.

Mesmo assim, tenho alguns conselhos para dar:
"Observe a si mesmo. Busque a felicidade dentro de você. Aceite as pessoas como elas são, pois elas são resultado das experiências que viveram, de sua própria criação. Você nunca encontrará alguém que pense exatamente como você, a não ser que você procure no espelho. Abra as portas e as janelas, deixe o sol entrar. Ria mais, com os amigos ou ria sozinha. Ria de si mesmo. Não deixe seus sonhos morrerem... transforme seus sonhos quando necessário. Sonhe novos sonhos. Realize. Pare de reclamar e comece a transformar. Mude quando quiser, mas jamais tente mudar os outros. Ame a si mesmo. Mantenha viva a criança que existe dentro de você, para que ela te ensine a se divertir mesmo em dias de chuva"

E lembre-se: Tem sempre um amigo, do lado de fora do poço de areia movediça, que está disposto a te dar um conselho, te dar a mão, ou até mesmo mergulhar com você... Quem tem um amigo, nunca estará sózinho. Seja feliz SEMPRE.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

"Não existem coincidências" ou "O chamado"

Não sei que título devo dar a esse post.

Não existem coincidências? O chamado do destino? Sinais?

Enfim, o título não importa. Ou talvez importe, sei lá...

O que quero dizer é que tem momentos na vida em que você é surpreendido com fatos que se encaixam perfeitamente em seus planos, ou naquilo que você estava pensando.
É como se você entrasse em uma fábrica de quebras-cabeças, para reclamar que o seu veio faltando uma única peça, e quando você olha, a pessoa ao lado tinha ido reclamar que o quebra-cabeças dela veio com duas peças repetidas... e aquela é a sua peça. Ou você acorda pensando em uma música, e ao ligar o rádio aquela música está tocando. Você está com muita vontade de comer um doce, e de repente alguém te dá um chocolate... Ou você tem um projeto adormecido, e no mesmo dia você recebe dois e-mails que dão informações valiosíssimas para seu projeto.

O que é tudo isso? Coincidência? É o destino te dando as respostas para as perguntas que você sempre quis fazer, e não fez? São sinais, que provam o quanto você é especial, e que tem alguém lá em cima que realmente gosta de você?

Eu não sei o título do post, e também não sei as respostas para essas perguntas.

O que sei, é que lutar por um objetivo é a melhor maneira de conquistá-lo.
Então lute !!! Não espere que as respostas caiam do céu. É maravilhoso quando isso acontece, mas essa possibilidade é incerta. Pode nunca acontecer.

Ou, no meu caso, pode acontecer... E sabe qual é o sentimento que eu tenho?

Sinto como se o despertador tivesse acabado de tocar. Alto. Forte. Com direito a soneca e um novo toque a seguir.
Sinto que é hora de tirar o projeto de debaixo dos lençois, lavar bem o seu rosto, e deixá-lo bem desperto. É hora de trabalhar.

Afinal, a poucos dias eu mesma postei nas redes sociais, um pedido urgente para que Deus me abençoasse, me protegesse do mal, trilhasse meus caminhos e iluminasse minha vida... Deixando muito claro que trlhar um novo caminho era o que eu mais queria.

Coincidência? Nãããoooo...

Foi a resposta: Acordaaaa minha filha!!! Vai tocar seu projeto. Tudo vai dar certo !!!!

Mensagem recebida. Obrigada!!!

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Onde está o respeito?


Existe um antigo dito popular que diz: “Respeito é bom, e eu gosto”.

Na verdade, todos gostam de respeito, mas atualmente muitas pessoas não sabem o que é isso.  As pessoas clamam por seus “direitos”, elas se revoltam quando não são atendidas em suas necessidades, elas querem ser ouvidas, querem ser bem tratadas... E inconscientemente, o que elas desejam é ser RESPEITADAS.

Há alguns anos os pais ensinavam valores a seus filhos: Família, Educação, Respeito, Obediência, Honestidade... Valores estes, aqui escritos com letras maiúsculas, para reforçar sua enorme importância.

Os pais tem o dever de educar os filhos para a vida em sociedade, e o princípio básico de um convívio amigável em sociedade é o respeito.

Segundo os dicionários, Respeito é um sentimento que leva a tratar alguém ou alguma coisa com grande atenção, profunda deferência, consideração ou reverência.

No passado, não tão distante, as crianças sabiam que não deveriam interromper uma conversa de adultos, deveriam cumprimentar as visitar, respeitar pai, mãe, irmãos, amigos, professores... respeitar  para serem respeitadas. Esse respeito não significava submissão, ele era a aceitação do fato de que os pais eram as autoridades máximas do lar; professores e diretores eram as autoridades da escola, amigos e irmãos eram seres exatamente iguais a nós mesmos, e alterando um pouco o dito popular: “Respeito é bom e TODO MUNDO gosta”.

Mas, onde está o respeito? O apreço, a consideração, a estima e a reverência?

Como disse uma mãe recentemente, educar dá trabalho; e ninguém quer ter esse tipo de trabalho.

Os pais estão tão perdidos em sua ânsia de atender as necessidades das crianças, que já não sabem mais distinguir realmente quais são as necessidades reais de um ser humano. A educação é tão liberal que são os filhos que determinam o que querem fazer, talvez antes mesmo de começarem a falar.

Mães desesperadas recorrem aos pediatras para lamentar que seus pequeninos filhos não querem comer, e não comem absolutamente nada! Quando você ouve isso, pode até se sensibilizar, mas aproxime-se um pouco mais da rotina da criança. Essa mesma criança que esperneia negando um prato de arroz e feijão, consegue alguns minutos depois, usando a técnica: choro-insistência-manha; uma mamadeira de achocolatado ou um delicioso pacote de bolacha recheada.

Comparando essa cena, com minha infância, lembro-me bem de meu pai dizendo: se não comer tudo não vai levantar da mesa... se não comer um pouquinho do legume terá que comer toda a travessa... se não quer almoçar ficará com fome até a hora do jantar. Os pais de hoje podem achar que tive um pai carrasco, mas acreditem: nós, os filhos, não só aprendemos a obedecer, como nos alimentamos corretamente, na hora certa, sem discussão.

Meu pai nunca me bateu. E eu jamais levantei a voz para meu pai. Quando recebia uma ordem eu simplesmente obedecia: Afinal, os pais mandam e os filhos obedecem! Os pais sabem o que é melhor para os filhos! É claro que algumas vezes eu discordei, mas eu o respeitava.

Atualmente, cada vez mais cedo, as crianças aprendem a dominar seus pais. Elas mandam e os pais obedecem. Elas discordam e os pais mudam de atitude para conseguir uma aprovação. As crianças gritam, xingam, cospem e batem na cara dos pais (Não é exagero!!!) E os pais lhes compram um brinquedo novo, para acalmá-las (?!?).

Logo essas crianças vão para a escola. Seus pais acreditam que agora, estão repassando a responsabilidade de educar aos professores.

Na escola, as crianças agem exatamente como sempre agiram com seus pais e avós. Mas as escolas não aceitam esse comportamento. Lembre-se: a criança está ampliando o seu grupo, está começando a viver em sociedade.

A criança bate no amiguinho, a escola convoca os pais. A criança chuta a professora, a escola convoca os pais.

Os pais furiosos acham que a escola está incomodando, e está julgando seu pequenino anjo de cabelos cacheados.  Eles não compreendem que assim como as fundações é que sustentam um enorme edifício, os valores aprendidos em casa é que formam os indivíduos.

Os pais precisam aprender que dizer não aos seus filhos, não vai transformá-los em carrascos. Manter sua palavra, e não negociar com a criança birrenta que se joga e faz um show no chão do shopping, é ensiná-la que as regras devem ser seguidas, que NÃO é sempre NÃO. Talvez, em um outro dia, os pais possam lhe dar aquele brinquedo, mas somente porque eles decidiram isso, não foi a criança que decidiu por eles.

E assim, ensinarão aos seus filhos, que eles não terão todas as suas vontades satisfeitas, nem todos os seus erros acobertados. Pois é muito melhor que às vezes, os pais sejam considerados chatos, do que descobrir no futuro, que não foram capazes de repassar aos seus filhos, nenhum valor; nenhuma educação.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

O maior evento do planeta!!!

Existe uma luz, que brilha mais do que todas as estrelas...

Uma luz que brilha mais do que o próprio sol...

E que ilumina não só os ambientes, mas também a alma e o coração de todas as pessoas que estão ao redor.

Essa luz tão poderosa de que estou falando é a luz que brilha no olhar de uma criança feliz... Uma criança muuuuuito feliz, vivendo o maior evento do planeta!!!

Todas as mães, e vários estudiosos, sabem que quando uma criança é pequena ela se sente como o próprio centro do universo... e leva alguns anos até ela descobrir que ela não o é. Talvez esse sentimento tão profundo advenha do fato de que, em diversos momentos, ela realmente já foi o centro do universo. Não para toda a humanidade, mas para seus familiares, amigos, seus pais... mas principalmente para sua mãe.

Quando um bebê nasce ele se transforma no centro do universo de sua mãe (existem exceções, que prefiro nem comentar). A mãe gira em torno do bebê como os planetas giram em torno do sol. Ela o alimenta, o protege, o acalenta e consola... a mãe deixa o universo da humanidade, para viver naquele universo paralelo por dias, meses, anos...

No decorrer do tempo, e conforme o bebê vai crescendo, a mãe, o pai, familiares e amigos vão passando a mostrar àquela pequena criança, que existe um mundo imenso ao redor de seu pequeno ser... e dia-a-dia ela começa a entender que existe um universo além de si mesmo, onde planetas giram em torno do sol, onde mães, pais, e as outras pessoas também tem suas próprias vidas e (infelizmente ou não...) não estarão sempre girando ao redor do bebê-criança-jovem-adulto satisfazendo todas as suas vontades. Pode ser uma tarefa difícil, mas é muito importante ensinar isso às pequenas crianças...

Porém existem certas ocasiões, em que as crianças podem realmente desfrutar da sensação de que todos estão girando ao seu redor... de que por um dia, as pessoas saíram de seus próprios universos, de suas casas e trabalhos, exclusivamente para prestigiar  e celebrar sua existência, compartilhar bons momentos ao lado dessa criança.

Mesmo que não seja toda a humanidade, mesmo que não sejam todos os parentes, amigos... Mesmo que aquele momento especial seja celebrando apenas por seus pais e os amigos-vizinhos...

O aniversário de uma criança é para ela, o MAIOR EVENTO DO PLANETA!!!

E enquanto umas poucas pessoas se reunem ao redor de uma mesa onde está um delicioso bolo de chocolate com 5 velinhas compradas no caminho para casa, e cantam entusiasmadas um sonoro "Parabéns à você"... é possível vislumbrar  nos olhos daquela criança um brilho puro, que ilumina mais do que o próprio sol e aquece a alma de todos os que estão a seu redor, pois naquele momento ela tem a certeza daquilo que ela sempre soube. E mesmo que essa não seja uma realidade todos os dias, nem para todas as pessoas da humanidade. Ao menos uma vez a cada ano, durante aquele fantástico momento, ela realmente é o centro do universo. No universo das pessoas que a amam!

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Um novo projeto...

Olá,

Hoje quero compartilhar com vocês um assunto diferente. Estou com um projeto novo. Algo que ainda precisa de um formato para ser publicado. Não sei se devo criar um blog específico, enviar para alguma revista ou talvez, iniciar um projeto maior, e escrever um livro...

Bem, a realidade, é que minha cabeça anda a "mil por hora", e depois que a crônica " O fim da arte da sedução" foi publicada no jornal, e o retorno de diversas pessoas foi super positivo, acho que perdi aquele velho receio, de expor meus textos aos quatro ventos. Ou talvez tenha alguma coisa a ver com meu próximo aniversário... dizem que as pessoas passam por certas transformações em determinadas idades...

Hummm... Acho que vou parar por aqui, ainda não é hora de divulgar esse projeto. Mas torçam para dar certo, ok?

Abçs, Helena.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Talvez seja hora de aprender...

 Vou começar esse texto, utilizando um exemplo da vida real.

Há alguns dias resolvi (aos 39 anos) reaprender a andar de patins, e ao lado de minha filha (de 12) saí pela rua nessa mais nova aventura. Sabe o que aconteceu?
Eu caí. Não uma, mas duas vezes... e nas duas vezes acabei sentada no chão, rindo muito, e sentindo algo entre: vergonha e dor... Porém, mesmo depois de duas quedas, eu me levantei e voltei a patinar...
Bem, na verdade não foi bem assim. Depois do segundo tombo, eu tirei o patins e caminhei até um trecho da rua onde o piso era mais liso, e mais apropriado para uma nova tentativa. Nesse local eu voltei a patinar, e fui patinando até a porta de minha casa.

Algumas vezes, passamos por situações na vida que nos são doloridas, algumas vezes sentimos vontade de mudar tudo, recomeçar do zero de uma outra forma em um outro local... quase nunca notamos que a situação, ou o "tombo", aconteceu para que nós possamos aprender alguma coisa.

E vou dizer uma coisa: Nós sempre temos algo a aprender!!!!

Quem nunca viu uma moça que se relaciona sempre com o mesmo tipo de "garoto problema". As pessoas dizem: Coitada, ela só atrai traste!!! - Ops, desculpe informar, mas acho que ela está atraindo os trastes por alguma razão. Talvez ela precise aprender a conviver com esse tipo de pessoa, ou com esse tipo de situação... talvez ela precise aprender a ser alguém diferente, para se aproximar de pessoas diferentes...

E essas situações acontecem em todas as áreas da vida: amor, romance, família, trabalho e até no lazer (Posso garantir!).

Pensando nisso, acho que até nossa saúde, ou a falta dela, é um reflexo de que devemos aprender alguma coisa. Aprender a ter uma melhor alimentação, a cuidar do corpo, a fazer exercícios com mais frequência...

Deveríamos ter essa consciência, de que podemos aprender sempre mais... mas não temos!!

Habitualmente, não reconhecemos nossas próprias falhas ou defeitos. Quer um exemplo? Diga a um conhecido que ele ronca à noite. Na maior parte das vezes, essa pessoa vai dizer que não, ou que isso só ocorre quando ela está muito cansada... "Balela!!!" Quase todo mundo ronca... é só dormir pra ver. (Quer dizer... pedir para alguém ver).
E tem mais: Uma pessoa com mau hálito, geralmente não sabe que sofre desse problema... os "fedidinhos" do ônibus, não percebem que estão fedendo... e muita... mas muitaaa gente acha que é melhor que os outros, só porque esses não tiveram as mesmas experiências que ela, ou a mesma educação e cultura...

Talvez seja hora de aprender... observe a sua volta. Observe a si mesmo. Converse com os amigos. Descubra seus pontos fracos e os pontos fortes de todos ao seu redor.

Aprenda !!! Aprenda com os seu erros, com seus obstáculos... Aprenda sempre, e a cada dia, você estará se tornando uma pessoa melhor!!!



segunda-feira, 3 de setembro de 2012

15 anos sem a Princesa


PRINCESA DIANA

Era uma vez um castelo...

Por trás dos muros do castelo vivia uma princesa infeliz, casada com um príncipe insosso que namorava uma bruxa velha. A princesa era amada por todos os plebeus, e odiada pela monarquia, que por mais que tentasse, não conseguia apagar seu brilho. Na fronha de seus travesseiros reais, provavelmente se encontravam manchas das lágrimas noturnas que perseguem os sofredores, mas pela manhã, a Princesa encantada, vestia seu sorriso mais belo, e saía em busca de um sentido para sua vida quase vazia.

Enquanto muitas de nós se afundaria nos braços da depressão, a Princesa escolheu distribuir gotas de conforto e felicidade aos pobres, aos carentes, aos doentes, aos feridos de guerras estupidas, onde se luta sem saber qual a verdadeira razão.

A Princesa sofrida, se juntou aos mais sofridos ainda, e assim descobriu que ainda podia ser feliz.

E enquanto, por trás dos muros do castelo, reis, rainhas e o príncipe (sem nenhum encanto), não podiam lhe transmitir um mínimo de carinho e amor, o povo (aqueles que realmente importam na construção de uma nação) a amava e idolatrava, admirava sua beleza e sua bondade, admirava seu olhar triste e seu sorriso sincero...

 Mesmo assim, esta história não teve um final feliz...

O castelo onde vivia a Princesa era de cartas... um simples sopro ou um pequeno suspiro podiam derrubá-lo a qualquer momento, e não foi possível suspender a respiração durante toda a vida.

Assim, o castelo desabou... a Princesa, após se libertar das garras da monarquia, e abandonar a torre mais alta do castelo, onde vivia prisioneira de sua própria infelicidade, descobriu uma nova vida, um novo amor, e com ele morreu em um acidente automobilistico.

Há quinze anos, o castelo não convive com a presença da Princesa amada... mas hoje, oferece seus filhos à multidão, como novos produtos à serem amados e admirados, já que o Príncipe sem encanto não conseguiu conquistar seus súditos.

Mas por trás dos muros do castelo, existe um principe que deseja viver, que é jovem e gosta de festas, que diferente de sua mãe, não consegue representar o script de comportamentos da monarquia...

E assim, vai mostrando a todos nós, que por trás dos muros do castelo, não existe nenhum conto de fadas. Existem bruxas, seres feios e malvados, existe a falta de encanto... e existem pessoas reais, que vivem e sobrevivem como todos nós... E que também se escondem por trás de muros de castelos.

Atravessando fronteiras


Atravessando fronteiras

Desde muito pequenos aprendemos que o mundo tem seus limites. Nosso espaço é restrito ao berço, ao cercadinho, à sala de estar. Qualquer lugar além desses, não pode ser explorado, pois existem perigos que nossos dedinhos curiosos não devem alcançar.

Aos poucos, saímos do colo e passamos a andar no chão. Logo queremos subir nos móveis. Mas os móveis nos são proibidos porque podemos cair. Um dia descobrimos tomadas e interruptores, mas eles também são alvos inatingíveis, pois podemos tomar um choque.

Algumas crianças passam a infância buscando algo novo, novos desafios. Outras aprendem rapidamente a obedecer, e param de tentar alcançar o horizonte. (Para a tranquilidade de seus pais)

O grande problema é que quando crescem, essas crianças se transformam em adultos estagnados, e assim como os elefantes de circo, ficam conformadas com as correntes finas que os amarraram na infância, e param de tentar se soltar... avançar.

Em alguns casos, a situação é ainda pior. As pessoas começam a criar suas próprias limitações, suas próprias barreiras. E assim, criam fronteiras intransponíveis, com muralhas imensas e uma burocracia infinita, para justificar seu universo limitado. Alguns dizem que não podem estudar porque falta tempo, outros dizem que não podem viajar por não ter dinheiro... uns esperam os filhos crescerem para poder ter mais independência, porém depois que eles crescem, afirmam que é impossível deixá-los sozinhos pois são muito desajuizados.

O ser humano sempre tem uma boa desculpa para deixar de fazer aquilo que ele se convenceu que é incapaz de fazer, ou que não pode fazer, não por incapacidade, mas por que “não vai ser possível”.

Certa vez, li em um livro, que as pessoas costumam andar olhando para o chão. Apesar de imaginar que isso ocorre, na maioria das vezes, devido ao mau estado das calçadas, considero essa atitude um grande desperdício de horizontes.

A pessoa que caminha olhando para o chão, é a mesma que instalou suas fronteiras a apenas alguns passos de onde se encontra. Ela não sai de casa pois está sempre cansada, não muda de emprego porque o mercado está difícil, não termina o relacionamento confuso e sofrido porque tem medo de ficar sozinha. Ela não olha para frente, não admira o horizonte nem o nascer e o pôr-do-sol. Ela não olha nos olhos e não ultrapassa suas fronteiras.

Todos nós temos nossas fronteiras. Alguns as mantém a centímetros de distância de seus próprios pés, outros as colocam a milhares de quilômetros... Mas independente da distância, todos nós devemos aprender a atravessar as fronteiras que nos mantém em um universo limitado. Todos devemos arrebentar as amarras e seguir por caminhos nunca antes explorados, pois o valor da vida está em aprender, experimentar, colecionar bons momentos, criar memórias, olhar para a frente e enxergar o horizonte. Conquistar amigos, amores... conquistar o mundo !!!!

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Acreditar

Acreditar é o primeiro passo para a realização de um sonho... ou de um OBJETIVO !!!

Todos nós teimamos em aceitar a idéia de que sonhos são ideais inatingíveis. Eu mesma, quando escrevi a frase acima, logo reafirmei que "Acreditar é o primeiro passo para a realização de um OBJETIVO".

Agora, analisando meu próprio texto, procuro identificar qual é a diferença entre um sonho e um objetivo. E sabe qual foi a minha conclusão?

Não existe nenhuma diferença, desde que você acredite em sua capacidade de realização. Eu mesma já tive vários sonhos realizados... Confesso que nem todos foram fáceis!!! Aliás, as dificuldades vieram de encontro aos meus sonhos dezenas de vezes. Mas mesmo assim eu segui em frente. Eu acreditei!!!

Algumas vezes, pessoas me disseram que meu sonho era impossível... eu enfraqueci muitas vezes... eu pensei em desistir... mas MEU SONHO foi mais forte... e eu continuei.

Você sabe aquele sonho que parece ser ilusão??? Pois ele é real.

O que faz um sonho se tornar realidade é a maneira que você olha para ele. Se você acredita, você trabalha para torná-lo real. E as pessoas ao redor, vendo todo seu esforço, suas pequenas vitórias, passam a acreditar também em seu sonho. E quanto mais gente acreditar, mais próximo da realidade ele estará.

Foi assim quando o homem resolveu voar... foi assim quando o homem decidiu viajar para a Lua... e será assim com você.

Uma vez ouvi dizer que o homem é o único ser com capacidade de sonhar... não sei dizer se essa afirmação é verdadeira ou não, em que pesquisas ela foi baseada... mas me agrada acreditar que todas as nossas conquistas são resultado de nossa capacidade de SONHAR  e REALIZAR SONHOS.

Se somos os únicos seres sonhadores, então que tal sonharmos juntos? Realizarmos o improvável?
E como uma pequenina semente, nos transformarmos na mais alta e frondosa das árvores... com nossas raízes ficadas no solo, e nossos ramos alcançando o céu !!! E assim, serviremos de abrigo para todos os seres que necessitam de proteção, alimento, conforto... e que desejam sonhar e realizar seus sonhos !!!

VAMOS SONHAR JUNTOS, E MOSTRAR A TODOS OS PESSIMISTAS DE PLANTÃO, QUE NÓS PODEMOS MAIS.

QUE UNIDOS EM UM MESMO SONHO SOMOS MAIS FORTES  E PROVAREMOS QUE SONHOS PODEM SE TORNAR REALIDADE.

ACREDITE!!!!!!!!!!!!!!!

terça-feira, 24 de julho de 2012

O som do silêncio


O “som do silêncio” é uma expressão que costumo usar para dizer o quanto me agrada a quietude, tão difícil de encontrar nas grandes cidades. É óbvio que eu sei que o silêncio é a ausência de sons, de ruídos, de barulho. Porém, em um mundo onde as pessoas estão cada vez mais acostumadas com o zumzumzum do dia-a-dia, onde as músicas são tocadas no mais alto volume (não importa se o ouvinte tem fones de ouvido, se está no ônibus, ou se tem bom gosto musical), onde os rádios dos veículos são ligados antes mesmo de girar a ignição, o silêncio passou a ser considerado um estranho, um anúncio de maus presságios.
Quem nunca ouviu alguém exclamar: Nossa ! Que silêncio!
Para mim, o silêncio é um companheiro agradável, que me acompanha em algumas horas do dia. Ao acordar, por exemplo, não gosto de conversar. Me levanto, tomo um banho ouvindo a água cair do chuveiro, visto uma roupa e sigo para o trabalho... Saio do meu mundo e vou para o mundo dos ruídos.

Acredito que as pessoas já nem se dão conta da enorme quantidade de ruídos, que invade seus ouvidos durante todo o tempo. A poluição sonora, só é reconhecida quando o barzinho (ou a igreja) tocam música alta enquanto o desafortunado vizinho tenta dormir... Infelizes os que moram perto de barzinhos e igrejas, pois acompanham a balada de sábado à noite até altas horas, e acordam no domingo pela manhã com os louvores dos fiéis. Que fique claro que não tenho nada contra os louvores religiosos, mas se Deus está em todos os lugares, porque alguns fiéis precisam gritar tanto para que Ele os ouça ?

Mas a poluição sonora não vem somente desses lugares. Ela vem de veículos nas ruas, buzinas, sinais sonoros de garagens de prédios, música, pessoas falando cada vez mais alto (para que sejam ouvidas em meio a confusão), telefones tocando, obras, sirenes, televisões com o volume altíssimo, crianças chorando e gritando (fazendo birra), mães enlouquecidas berrando... Aliás, acho que esse é um sintoma da poluição sonora: ela enlouquece as pessoas ! Depois de algum tempo, vivendo nesse mundo ruidoso, já começamos a apresentar sinais de stress... Estamos tão cansados dos ruídos, que o simples piar de um passarinho, nas primeiras horas da manhã já se transforma em uma tortura alucinante para quem queria apenas dormir mais um pouquinho. (Isso é sério... já passei por essa situação)

Enquanto admiro o “som do silêncio”, percebo que o silêncio também tem seus sons: Os sons da natureza !

Em uma recente viagem para o interior do estado, pude notar a diferença entre admirar o silêncio em um local barulhento, ou participar de uma festa barulhenta em um local silencioso. Quando vivemos em uma cidade grande, onde nossa audição é extremamente estimulada durante todo o tempo, alguns momentos de silêncio não são capazes de nos proporcionar o relaxamento de nossas tensões. Por outro lado, em um local silencioso, isolado (sem sinal de celular), nos sentimos tão relaxados, que a música alta de uma festa que invade a madrugada não é capaz de nos estressar, e pela manhã, o canto dos pássaros anuncia mais um dia agradável... E mesmo que trinta pessoas se reunam na sombra de um quiosque para conversar, mesmo que um grupo esteja jogando volei na quadra ao lado, e as crianças estejam correndo em volta da piscina... Ainda assim, e apesar dos ruídos ao redor, continuaremos relaxados, pois todos os nossos sentidos estarão sendo estimulados adequadamente, mantendo um equilíbrio de sensações: sentindo a brisa do vento, e os cheiros da natureza, vendo um grupo animado, com todos falando (sem gritos) e se ouvindo tranquilamente. Assim, percebi que o prazer do silêncio não está na ausência absoluta de sons. “Os sons do silêncio” são prazerosos! O que incomoda muito é o barulho causado por essa necessidade que temos de aumentar o volume, para encobrir os barulhos que nós mesmos fazemos...

sábado, 21 de julho de 2012

O lixeiro da minha rua

Se existe uma pessoa, que é um exemplo a ser seguido, essa pessoa é o lixeiro da minha rua!

Há muito tempo que admiro esse trabalhador, que com seu bom humor e seu jeito alegre de encarar a vida, vai transformando o mundo por onde passa. E essa transformação, não está relacionada ao serviço que executa. É claro, que quando os caminhões de lixo vão passando pela rua, a paisagem vai se transformando... os sacos preto, as sacolinhas plásticas e todos os rejeitos de nosso dia-a-dia são carregados para longe de nossa visão. Tudo aquilo que um dia usamos, as sobras do jantar que comemos, as páginas rascunhadas de nossas histórias, todos os resquícios de nossa existência (durante os últimos dias), são carregados para um mundo distantes: o aterro sanitário.

Certamente que fomos nós que depositamos parte de nossa vida na calçada, embalada em sacos plásticos... fomos nós que decidimos o que devia ou não permanecer em nossas casas... nós descartamos o que não queríamos mais e abandonamos em um canto qualquer, sem nem ao menos pensar em que destino teriam depois.

Poucos são os que observam com atenção, os trabalhadores, que passam boa parte do dia a correr atrás do caminhão compactador, recolhendo o que descartamos. Confesso que sempre os observei. Não importa a raça, a religião ou idade, os lixeiros sempre tem algumas características em comum: corpo esbelto, pernas torneadas e braços fortes. E por incrível que pareça, por mais antagônico que possa ser, aqueles que trabalham com sujeira, odores desagradáveis e materiais insalubres, são os que apresentam a melhor forma física... e atrás do uniforme sujo, a aparência mais saudável.

E foi observando esses trabalhadores, que um dia, há muito tempo, descobri o lixeiro da minha rua. Esse sujeito, que já foi matéria de jornal, acorda animado, muito mais cedo que a maioria de nós, e sai pelas ruas, recolhendo nossos lixos e multiplicando sorrisos. Ele brinca com os porteiros dos prédios, cumprimenta as senhoras, estimula seus companheiros, e diverte todos os transeuntes.

Essa semana, mais uma vez, encontrei o animado lixeiro... que enquanto fazia seu trabalho, falava animado com o porteiro do meu prédio. Passei por ele, me desejou bom dia... não um bom dia automático, desses que ouvimos quando fazemos uma ligação telefônica, ou encontramos um vizinho no elevador. Foi um bom dia de corpo e alma, de voz e coração. Me desejou bom dia porque queria realmente que eu tivesse um bom dia... e ainda completou: Bom trabalho!!!

Respondi o bom dia e bom trabalho com o mesmo entusiasmo, e com toda a sinceridade completei: Gostaria de ter sua animação para ir para o trabalho (alguns dias posso até me sentir animada e motivada, porém outros não são assim). Foi então que recebi, em sua resposta, uma grande lição:

"Temos que estar animados, pois senão, o mundo estará perdido"

Assim, o lixeiro da minha rua me ensinou que animação é uma questão de escolha. Ele escolheu ser assim. E distribuindo simpatia, colhe bom humor. O mundo realmente estará perdido, se além de descartarmos nossos lixos (por todos os cantos), também resolvermos descartar nossas mágoas, iras, problemas e irritações nas pessoas que nos cercam. Não importa se essa pessoa é um grande empresário, um respeitável doutor, o rabugento vizinho do elevador ou um humilde lixeiro: Distribua "Bons dias" como o lixeiro de minha rua: de corpo e alma, de voz e coração. Escolha a animação. Escolha o entusiasmo. Faça seu trabalho com o prazer de cumprir sua missão!

E transforme o mundo a sua volta, transformando primeiro o mundo dentro de você.

Texto: Maria Helena Pereira de Sá



sexta-feira, 20 de julho de 2012

Meu amigo facebook


Acordo apressada, no último toque do despertador de meu celular, mal tenho tempo de tomar um banho e me arrumar para ir trabalhar. Felizmente hoje irei de carro, ou infelizmente - não sei... Com certeza chegarei ao trabalho na hora exata de bater o cartão, mas o problema é que dirigindo, não poderei acessar a internet pelo celular. É certo que no onibus eu também não faria isso: Tenho medo de assalto.

Eu deveria mesmo é ter acordado mais cedo, acessado a internet em casa, como faço todos os dias, e verificado as atualizações do facebook!

Por que será que perdi a hora ? Eu nem fiquei até tão tarde navegando na rede... Acho que fui dormir antes das quatro!

São quase oito horas da manhã... será que alguém comentou minha última postagem ? Será que alguém curtiu minha publicação? Será que alguém compartilhou minha foto ?

Verdade seja dita: Eu não vivo mais sem o Facebook !!!

O Facebook me fez reencontrar os amigos de infância, me possibilita conversar com os parentes distantes, me apresentou novos amigos... Quando estou triste, basta eu navegar um pouquinho que já esqueço os problemas e dou umas boas risadas... Se estou feliz já começo o dia postando imagens bonitas, de lindas paisagens ou gatinhos fofinhos... e me sinto mais perto das pessoas !

Tenho dois mil amigos “facebookianos”... Tudo bem que mais da metade eu nunca vi pessoalmente, e a outra parte eu não tenho encontrado com frequência... Vocês entendem, não é ? Eu não tenho saído muito... prefiro o sossego do meu quarto, onde ninguém me atrapalha, tentando conversar comigo, enquanto eu estou teclando no bate-papo com algum amigo virtual.
Essa amiga, com quem estava teclando de madrugada, andou meio brigada com seu marido... acompanhei tudo pelo facebook: Eles se xingaram, se ofenderam, discutiram detalhes da vida íntima e do relacionamento em geral, publicando todo o seu descontentamento no mural de um e de outro... Fico aliviada em saber que seus filhos ainda são muito pequenos (e não alfabetizados) e por isso não acompanharam a briga do casal pela internet. O conteúdo das publicações não era adequado para menores de dezoito anos (pensando bem, não era adequado nem para maiores de dezoito anos)

Mas agora já está tudo bem, esse casal já fez as pazes e vive publicando declarações de amor aqui no “face”, onde todos podem ver o quanto eles estão felizes e unidos. Na verdade, nós estávamos justamente comentando sobre como a internet une as pessoas. Um pouco mais cedo, acho que foi na hora que a novela acabou, minha filha lá do quarto dela, me mandou uma mensagem para saber que horas a gente iria jantar... Detesto quando me fazem sair do “face” para fazer o jantar, ou alguma outra atividade... Já falei isso na minha casa ! Já basta no trabalho, que quando a conversa está boa, e tem uma porção de amigos conectados, meu chefe inventa de me pedir um relatório sobre um projeto qualquer... Esses relatórios estão me matando... já estou com L.E.R. (Lesão de Esforço Repetitivo) de tanto digitar relatórios.

Outro dia estavam falando na empresa que é proibido acessar o facebook no horário de trabalho – Que absurdo!!! – Imaginem um dia como hoje, que acordei atrasada, me arrumei correndo, dirigi até o trabalho - fiz tudo para chegar no horário!!! – Já imagimou, não poder acessar o “face” no computador da empresa? Ficar oito horas elaborando projetos, digitando relatórios, analisando dados, trabalhando sem descanso nem distrações... Eu só volto para casa às cinco da tarde, e ainda enfrento uma hora de trânsito... Seriam mais de doze horas sem “meu amigo facebook”... Eu não sobreviveria à tamanha solidão !

Texto: Maria Helena Pereira de Sá

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Entre o zap e o pica fumo




Tudo que sei sobre truco é que é um jogo de cartas, o qual as pessoas jogam tranquilamente, até um dos jogadores começar a gritar e bater na mesa, então todos começam a se desafiar como gladiadores.

A muitos anos que não via um jogo de truco, e confesso que nunca tive nenhum interesse pelo jogo, porém dessa vez, a maternidade me lançou mais um desafio, quando minha filha de 11 anos, me perguntou: Mãe como se joga truco? Com todo carinho materno, expliquei que não sei jogar truco, e sugeri que ela pedisse para o pai ensiná-la, uma vez que ele estava jogando truco com nossos sobrinhos.

Segundos depois escutei o diálogo entre os dois, e a longa explicação sobre o jogo, veio em pouquíssimas palavras: Observe e aprenda!

Parabenizo os auto-didatas, mas essa técnica nunca funcionou comigo. Sempre precisei de um manual de instruções para fazer as coisas. Até hoje, meu marido lembra da primeira vez que usei a panela de pressão: Manual em mãos, controle dos minutos no relógio, e aquela tensão típica dos policiais do esquadrão anti-bombas , para evitar que a panela explodisse em minha cozinha, lançando o feijão cozido para todos os lados.

Mais uma vez, ficou provado que a genética é realmente incrível: em alguns minutos, minha filha voltou para perto de mim, e revelou em segredo: Mãe, não entendi nada.... ainda não sei jogar truco.

Desafio lançado!

Eu, mãe-coragem, parti para o computador em busca de um manual sobre como jogar truco.
No primeiro site pesquisado (após a busca no Santo Google) aprendi minha primeira lição. Os valores das cartas.

Após retirar as cartas 8, 9, 10 e curingas, descobri que por alguma lógica que não compreendo, a carta mais valiosa é o 3... e a menos valiosa é o 4. Entre elas as outras cartas seguem uma sequência irracional onde o 2 vale mais do que o 7, o 6 e até que o rei (?!?)
Depois dessa incrível explicação, o site deseja um bom jogo...

?????

Entre uma pequisa e outra, entre o zap e o pica fumo (que continuo sem saber o que signifca) decidi escrever esse texto. Obviamente que não tenho a intenção de ensinar a ninguém como se joga truco, pois só serei especialista nesse assunto, depois que terminar minha pesquisa (rs). Minha intenção talvez, seja despertar nas pessoas a importância de ensinar aos outros... 

Não importa o que for, se você tiver um aluno interessado em aprender, ensine!

Ensinando, repassamos valores, eternizamos culturas, sejam elas canções, folclores, danças ou um simples jogo de cartas. Não espere que todas as pessoas aprendam apenas observando... Alguns, como eu, precisam de uma explicação, um manual, um professor... 
Alguns, como eu, precisarão pesquisar na internet, e descobrirão sites explicativos, que não ensinam coisa alguma. E alguns outros (assim como eu) se sentirão desafiados a pesquisar mais e mais, até aprender todas as regras, as manhas, os truques... para depois ensinarem a criança de 11 anos, ansiosa por participar da mesa de jogo.

E otimista como sou, pretendo aprender o truco tão profundamente , que quando fizer a dupla com minha filha, para desafiar meu marido (o pai) e algum sobrinho, gritaremos TRUCO, apresentaremos nossas cartas, venceremos todas as partidas e desenharemos em um pedaço de papel, tracinhos e bolinhas, que no fim da noite, representarão não só a nossa vitória no jogo, como também a vitória da persistência, da ânsia de aprender, da força inegável de uma mãe, que tenta de todas as formas, responder as perguntas de sua filha.

Texto: Maria Helena Pereira de Sá - Julho/2012

quarta-feira, 11 de julho de 2012

As árvores de Cubatão



Um passarinho me contou que está cada vez mais difícil encontrar um bom lugar para fazer seu ninho na cidade de Cubatão. O problema, segundo ele, é que toda vez que ele e a dona passarinha encontram uma rua agradável, onde querem morar, alguma árvore é arrancada na redondeza, e por temerem que a próxima seja a deles, eles voltam a buscar um novo local.

Mas meu amigo passarinho não se conforma com essa situação, e por isso resolveu pesquisar o que está acontecendo com as árvores de Cubatão. Durante sua investigação, ele ficou sabendo que diversos munícipes entram com processo na prefeitura, solicitando a remoção de árvores localizadas em frente à suas casas ou à seu comércio. Em minha santa inocência, imaginei que esses munícipes queriam remover árvores doentes, ou aquelas, cujo plantio inadequado da espécie, causa danos nas calçadas ou à fiação elétrica, mas o passarinho disse que pesquisou também as razões… E acredite se quiser! Existe uma infinidade de razões absurdas que os munícipes alegam, para justificar a supressão da espécie árborea.

Teve o caso de uma senhora, que solicitou a retirada da árvore em sua rua, pois um casal de jovens aproveitava para namorar sob sua copa todas as noites, e tmbém uma outra senhora, que já estava cansada de varrer as folhas caídas na calçada. Outro caso muito comum, é o dos construtores, que após contruirem os prédios ou casas, descobrem que existe uma árvore bem em frente o portão da garagem, e como é muito caro, quebrar o muro e transferir o portão para outro lugar, eles solicitam a remoção da árvore. Pouco importa se a árvore é saudável, frondosa, quantos animaizinhos residem naquela árvore, quantos passarinhos escolheram seus galhos para fazer seus ninhos, criar seus filhotes.

Me lembro bem do período que cursava a faculdade de arquitetura… certa vez, tínhamos que escolher uma construção qualquer, que achássemos interessante, para analisá-la e depois, deveríamos entrevistar o arquiteto que havia feito o projeto. Escolha feita, fomos entrevistar o arquiteto. Durante a conversa, ele nos contou que antes de fazer o projeto, foi visitar o terreno, e lá encontrou uma enorme árvore. Essa árvore se tornou o ponto de partida do projeto. Todas as curvas, aberturas, e o posicionamento dos acessos foram baseados na simples decisão de não cortar aquela árvore. Muito antes de se falar em sustentabilidade, esse arquiteto já estava projetando um edifício sustentável. A enorme fachada de vidro, não recebe diretamente a radiação solar, devido a sombra projetada da árvore, e a vista, de dentro e de fora do edifício valorizam a edificação e a natureza. Contei essa história para o passarinho e ele me perguntou: Por que os arquitetos, engenheiros ou construtores não valorizam seus projetos, preservando as árvores do terreno, ou as árvores das calçadas??? A pergunta me calou… Com tantas pessoas solicitando a retirada das árvores, o que eu poderia responder ao passarinho?

Algumas vezes eu também tenho perguntas, que não consigo responder… Na década de 80, auge da poluição em Cubatão, época das chuvas ácidas, o Jornal Nacional mostrou imagens para todo o Brasil, das escarpas da Serra do Mar, repletas de áreas de deslizamento… a notícia dizia que a serra iria cair ! Eu, aos 12 anos de idade, apavorada, e já amante da escrita, peguei um papel e uma caneta e escrevi um poema, poema-oração, entitulado:  “Senhor, ajudai Cubatão e seus moradores”. Esse poema começava assim: Senhor, ajudai essa terra. Segurai essa serra. Ajudai Cubatão!…

A serra não caiu. Foi feito um amplo trabalho (conjunto) para controlar as fontes de poluição. Mudas e sementes fizeram a recomposição da Serra do Mar, e hoje vemos a grande muralha repleta de verde.

Enquanto converso com meu amigo passarinho, eu mesma me pergunto: Onde estavam os cidadãos cubatenses naquela época, que não aprenderam a valorizar a natureza? Será que eles acham que basta controlar as fontes poluidoras para ter uma melhor qualidade do ar? Eles não sabem que as árvores, além de produzirem oxigênio, também servem para reter a poeira em suspensão? Além, é claro, de proporcionar uma sombra agradável nas tardes quentes de verão, de atrair pássaros de diversas espécies, embelezar a cidade, possibilitar a valorização imobiliária, proteger o solo, absorver a poluição sonora, melhorar a qualidade de vida, e tantas outras vantagens que ainda poderia listar.

Eu espero profundamente, para o bem do meu amigo passarinho, e de toda população de Cubatão, que as pessoas reflitam um pouco antes de pedir a retirada de uma árvore… ou talvez, se não for muita utopia, que os cubatenses passem a solicitar à prefeitura, o plantio de novas árvores: nas ruas, nas praças e em todos os pedacinhos de solo disponíveis, onde um dia já existiu uma árvore… e nela, um ninho de passarinho.

Texto: Maria Helena Pereira de Sá - Julho/2012

terça-feira, 10 de julho de 2012

Os grandes gênios



Hoje acordei pensando na genialidade dos inventores. Não daqueles que fizeram grandes invenções, que mudaram a história da humanidade, mas dos inventores das pequenas coisas, tão banais que nem ao menos notamos a sua importância em nossa vida, mas ao mesmo tempo, não conseguiríamos viver sem elas.

Inventos que convivem conosco diariamente, nos são uteis, mas que não são valorizados devidamente. Falo por exemplo, do “pregador de roupas”...(por que será que tenho tamanha fixação por pregadores de roupas?...talvez eu deva analisar isso mais profundamente...).
Bem, o pregador de roupas já deve ter sido muito valorizado, na época de sua criação. Imagino as lavadeiras, lavando diversas roupas à mão, e depois colocando-as para secar em uma corda esticada ao sol... depois de uma ventania, a surpresa de ver as roupas espalhadas ao chão, sujas de terra, de barro, e então, as lavadeiras novamente acocoradas, lavando as mesmas roupas...até que um dia, finalmente, alguém deu a solução para aquele problema... com dois toquinhos de madeira, um pedacinho de arame, eis que surge o primeiro pregador de roupas.

Então, anos e anos depois, descobrimos que o mesmo pregador também serve para fechar embalagens de alimentos, fazer artesanato... Após a grande invenção,quase nada mudou... fizemos pregadores de plástico, pregadores decorados, pregadores específicos para fechar pacotes de bolacha... mas todos eles ainda são os mesmos pregadores... é  a evolução dos toquinhos de madeira, sem muita inovação.

Outro invento sensacional, e que facilita muito a nossa vida, é o “abridor de latas”... Aliás, eu me pergunto: O que veio primeiro: A lata ou o abridor?

Lógico que não faz sentido nenhum, criar um abridor para um objeto que nem existia ainda, mas por outro lado, quem foi o maluco que criou uma embalagem de alimentos, a prova de ratos e insetos, resistente para o transporte, segura, inviolável, e que a dona de casa certamente gastava um tempo enorme para conseguir abrir? Ela provavelmente, tentava de todas as formas possíveis e imagináveis: com faca, martelo, machado... (talvez se já tivessem inventado o maçarico...).

Acredito que a criação das latas foi uma jogada de marketing, pra valorizar a criação do abridor... Provavelmente, o mesmo inventor criou as duas coisas... mas ele quis valorizar o abridor, então lançou a “lata” no mercado... Uma inovação nas embalagens!... As pessoas ficaram admiradas, e começaram a comprar os produtos enlatados, que tinham maior durabilidade por estarem protegidos hermeticamente naquela embalagem... Só depois de verem as despensas abarrotadas de latinhas empilhadas, é que ela se deram conta da dificuldade de abrir uma lata.

Veio então, depois de algum tempo, o mesmo inventor, trazendo a solução para aquele problema: O abridor de latas. As pessoas pagariam qualquer preço para adquirir aquela maravilha. Era o fim de todos os seus problemas.

Esse é “o segredo” das grandes invenções. Você tem que solucionar um problema!
Eu queria ser uma grande inventora, e quem sabe, viver da renda obtida pela venda de meu pequeno-grande invento. Mas como posso focar nos problemas, se os livros de auto-ajuda me dizem para não valorizar os problemas? Como posso me concentrar nas dificuldades, em uma época em que somos diagnosticados conforme nosso comportamento? Se eu focar nos problemas, e por um momento parecer triste, já serei tachada de pessimista, depressiva. Se por outro lado, estiver confiante, contente, dirão que é a fase de euforia, de um possível transtorno bipolar.

Eu só queria inventar algo, que aproximasse as pessoas na medida exata, para que elas não julgassem os outros por seu comportamento. Ficassem próximas o suficiente para conversarem abertamente, e se não concordassem em alguma questão, pudessem instantâneamente buscar a opinião de outros amigos, que concordassem com elas. Algo que reunisse a família em um mesmo ambiente, mas onde cada um pudesse escolher qual assunto quer conversar, cada um pudesse falar e ser ouvido. Queria inventar um mundo novo, uma terceira dimensão, onde você entra quando quiser, e sai quando te der vontade.

Mas até isso já inventaram!

E sentados na sala de estar, eu e meus familiares conversamos entre nós e com o mundo, reunidos (ou desunidos) em nossa terceira dimensão. Essa fantástica invenção (?) chamada: Facebook!

O fim da arte da sedução


Dentre os resultados do comportamento feminino da atualidade, o mais preocupante, é o que vem causando o “Fim da Arte da Sedução”. Enquanto a maioria das mulheres, em seu íntimo, se sente solitária, carente e até mesmo frágil; suas atitudes demonstram o oposto do que sentem, e na busca desesperada por uma companhia, elas se tornam totalmente disponíveis aos homens que encontram nas baladas e barzinhos que frequentam.

Essa disponibilidade feminina, essa pseudo-independência, essa modernidade de comportamento, está causando a extinção de um espécime humano, que fará parte dos estudos históricos nos livros de sociologia das gerações futuras: o galanteador.

Aquele homem que com gestos e palavras, praticava o exercício, ou a “difícil” arte da sedução, aquele que conhecia a dose certa da cantada, sem ser invasivo nem vulgar, aquele que com um simples olhar era capaz de encantar uma mulher; este homem já não existe mais, ou, se existe, está tão intimidado com o comportamento feminino, que tenta se adequar, comportando-se como tantos outros que vemos por aí.

Se essas são as consequências de ser uma mulher moderna, livre, independente, dispenso esses adjetivos…quero ser antiquada. Quero um homem que com um gesto suave afaste o cabelo de meu rosto, simplismente porque ele deseja olhar o meu rosto em sua totalidade. Um homem que me olhe nos olhos e converse por horas e horas, dias, semanas, até ter o direito conquistado, de me roubar um beijo. Quero alguém que me leve para jantar, porque quer desfrutar mais alguns momentos comigo, e que durante o tempo que nos alimentamos, e rimos das piadas um do outro, deseje que esse jantar se demore, pois sabe que depois do jantar teremos apenas a sobremesa e o cafézinho, e iremos, cada um para sua casa, pois sabemos que os momentos íntimos chegarão na hora certa, no momento certo, e que eles não tem que acontecer (necessariamente) no primeiro encontro, pois não queremos queimar etapas, e planejamos ter muitos encontros depois do primeiro.

Sou uma mulher que se alegra em receber flores (ou uma cesta de café-da-manhã), e que percebe a pontinha de inveja* das amigas, por ter um relacionamento com um amante à moda antiga. (*inveja branca – aquela que não quer o mal, mas queria um homem igual)

Definitivamente, não quero ser uma mulher moderna, e ficar falando aos quatro cantos sobre o quão depressa a “fila anda”, ou como eu mesma conquisto os rapazes na balada… Quero ser antiquada e ouvir elogios sinceros, ser tocada com respeito e admiração e sentir que às vezes, um simples aperto de mão pode me deixar arrepiada, quero sorrir timidamente quando percebo em uma conversa qualquer, que meu acompanhante está realmente interessado em mim.

O comportamento humano nos dias de hoje, me causa pesar, pelas gerações futuras, que não conhecerão esse tipo de conquista, não desfrutarão de momentos tão marcantes. Os galanteios, serão vistos em filmes antigos em novelas de época… virarão motivo de piadas por não se adequarem aos relacionamentos relâmpagos e instantâneos, tão rápido e passageiros como uma tempestade de verão. Porém, em seu íntimo, as mulheres continuarão se sentindo solitárias, vazias, carentes… e nas noites frias de inverno, ao assistirem um romance água-com-açucar na TV, desejarão um dia, conhecer um homem que as leve para caminhar na praia no entardecer: de mãos dadas, pés descalços e o coração repleto de amor.