quarta-feira, 30 de outubro de 2013

(Divagando...) Pessoas são complicadas!

Eu sei que essa afirmação não é segredo para ninguém...

Por outro lado, toda vez que alguém diz isso, está se referindo às outras pessoas, nunca a si mesmo.

Nós temos o hábito de (quase) sempre acusar os outros de fazerem aquilo que nos incomoda. E assim como as crianças pequenas, agirmos como se o universo girasse em torno de nós mesmos.

As pessoas são complicadas! 

Quando não se valorizam, dizemos que sofrem de falta de amor próprio. Quando se valorizam demais, sofrem de excesso de auto-estima... ou "são metidas" mesmo!!

Onde está o equilíbrio? Onde estão os equilibrados?

Quem gosta  de tudo organizado sofre de T.O.C. Os agitados tem deficit de atenção...

É impossível compreender o outro, quando mal conseguimos compreender a nós mesmos!

Talvez o grande problema seja o fato de buscarmos uma razão para tudo, tentarmos antever o futuro, procurarmos as soluções para problemas que nem sequer surgiram.

Tentamos ter o controle desse trem desgovernado que é a nossa vida. Estamos emaranhados em uma teia tão complexa, que situações que ocorrem do outro lado do planeta podem interferir no meu dia-a-dia.

Mas se agirmos sem essa preocupação constante (de controlar o nosso tempo e espaço) seremos considerados irresponsáveis!!!

QUEM FOI QUE DISSE QUE "EU" SOU RESPONSÁVEL POR TUDO QUE ACONTECE AO MEU REDOR?????? 

Resposta: Eu mesma!!! Eu, e essa minha mania de achar que sou o centro de algum universo... 

Eu não sou o centro de nada, nem do meu próprio universo!!!

Eu estou na coordenada de  Latitude: 23º 57' 39" S e Longitude: 46º 20' 01" W... e isso pode ser à frente de alguém, à esquerda daquela árvore, à direita do gato preguiçoso, deitado ao meu lado nesse sofá... Por que seria eu, o centro desse meu universo?

Complicado, não?

Acho que em nossas vida, nos colocamos na posição de destaque para comprovarmos o quanto somos importantes (para os outros ou para nós mesmos)... e ao mesmo tempo, são as outras pessoas que estão no centro, quando este se torna o alvo de uma acusação: Quem foi que largou a toalha em cima da cama? Quem é o culpado em um acidente de trânsito? Quem pegou o papel que "eu deixei aqui"?

As posições se alteram de acordo com o que for conveniente... 

Nossas mentes maquiavélicas traçam um roteiro a ser seguido. Ninguém mais conhece o roteiro. Cada um tem seu próprio roteiro.

E ainda queremos que tudo seja exatamente do jeito que nós decidimos... Nós quem? Cada roteiro tem um único autor... então tudo tem que ser do jeito que "EU" decidi... Que "EU"? Eu ou você? Ou ele? Ou ela?

Esqueça... Não dá para chegar a qualquer conclusão. Estamos lidando com pessoas, e como eu disse no princípio, pessoas são complicadas!

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Cicatrizes na montanha


Cicatrizes nos remetem a momentos passados...

Algumas feridas nunca serão totalmente curadas! É necessário cuidar para que não infeccionem novamente.

Cada um de nós, conhece a história de cada cicatriz que possui.

Mas hoje, não estou falando de minhas próprias cicatrizes. As cicatrizes que me remeteram ao passado foram vistas do carro, quando seguia para mais um dia de trabalho.

Falo de novas cicatrizes que estão surgindo nas escarpas da Serra do Mar, na Baixada Santista.

Olhando mais uma vez, para as marcas dos deslizamentos de terra, que causam marcas profundas no verde da montanha, lembrei-me de um passado não tão distante, quando via a serra repleta de fissuras. Naquela época muito se falava da poluição, e dos danos que a "chuva ácida" causava à flora e à fauna da região.

O pólo industrial fervilhava rumo ao desenvolvimento. Milhares de trabalhadores ganhavam seu sustento labutando nas industrias de Cubatão. As luzes das fábricas e a fumaça das chaminés era observada dia e noite, em uma rotina sem começo e sem fim. Os efeitos da poluição era vistos nas estrias da vegetação da serra e os desmoronamentos de terra eram bastante frequentes.

Até que um dia, saiu no Jornal Nacional: A Serra do Mar ameaçava cair.

Para uma criança de doze anos, esse alerta soou como o anúncio do fim do mundo... ou ao menos, o fim de seu mundo. Era uma época de muita inocência, uma época em que eu acreditava literalmente em cada palavra dos noticiários. Assustada com as notícias, escrevi um poema*, quase uma oração, pedindo para que Deus nos salvasse dos estragos que nós mesmos causamos.

Esse momento foi também o despertar para uma preocupação real com o meio ambiente. E nesse despertar, eu não estava sozinha. O Brasil e o mundo ficaram em estado de alerta. Foram criadas leis ambientais, estabelecidos limites e iniciada uma ampla fiscalização.

Em Cubatão, foi inaugurada a principal Agência de Controle Ambiental do Estado de São Paulo - a CETESB. Filtros foram instalados, processos de produção aperfeiçoados, e depois de muitas mudanças, e muito trabalho, a cidade conseguiu se recuperar. As mudas, lançadas de helicóptero nas escarpas da serra, ajudaram a natureza a se regenerar e a vida seguiu seu rumo, sem a Serra do Mar sobre nossas cabeças...

Mas já a algum tempo, tenho observado novas cicatrizes ferindo a mata. Será mesmo que é culpa das chuvas dos últimos tempo? Será que os deslizamentos fazem parte de um processo natural, que ocorre de tempos em tempos?

Talvez sim, talvez não...

O que importa, é que eles estão ali, para nos alertar que, assim como os seres humanos, a natureza é frágil, e necessita de atenção continua. Precisamos permanecer atentos para não cometermos os mesmo erros do passado. Precisamos ficar sempre alertas para identificarmos cada alteração que causamos em nosso ambiente, e evitar que essas alterações se tornem uma ferida dolorosa demais.

Segue abaixo, o poema escrito em 1985:

"Senhor, ajudai Cubatão e seus moradores"

Senhor, 
Ajudai essa terra,
Segurai essa serra
Ajudai Cubatão!

Senhor,
Moradores pobres aqui tem,
Aqui vive o homem, a mulher e seu neném,
Se a serra cair eles morrerão, e outros também.

Senhor,
Moradores ricos existem aqui também,
e nessa riqueza existe uma família do bem
Se eles morrerem vai acabar também esse bem

Senhor,
Os ladrões que aqui tem, 
Não podem morrer
Pois no fundo de seu coração tem um pouco de bem.

Senhor,
Agradecemos e sabemos
Que vais segurar essa serra,
Que vais ajudar Cubatão, a nossa terra!

Ano: 1985

domingo, 20 de outubro de 2013

O trabalho da Rosana Valle

Toda semana me pego pensando sobre o trabalho da Rosana Valle.

Jornalista, apresentadora e também escritora, com uma coluna na AT Revista, Rosana conquistou um emprego que une várias atividades de que gosto muito. Ela viaja, conhece novos lugares, escreve e conta histórias.

Fico imaginando o prazer de ter um trabalho assim, onde a rotina do dia-a-dia é marcada pelas surpresas de novas aventuras, novas paisagens, novos sabores.

Lógico que eu também sei, que até mesmo nesse trabalho devem haver momentos em que ela gostaria de não viajar, ficar em casa com a família à enfrentar a estrada em um dia de chuva. Ter a liberdade de ir à padaria de bermudas e chinelo, sem se preocupar com a própria imagem, e podendo de misturar a multidão.

Em alguns dias, ela pode estar sem inspiração para escrever ou preparar suas matérias, e como todo trabalhador comum, tem que se esforçar para cumprir suas obrigações pois tem prazos expirando, e um chefe a obedecer.

Mesmo assim, gostaria de trabalhar como a Rosana, e acrescentar histórias a minha própria história. Ampliar meus horizontes infinitamente, e mostrar meu sorriso na foto da página de uma revista.

Não sinto inveja! A inveja paralisa as pessoas...

Admiro todas as vantagens desse trabalho, enquanto me preparo para um dia, conquistar um que me dê o mesmo prazer.

Por ora, vou aperfeiçoando meus textos, exercitando o dom de escrever e observando o mundo ao meu redor, para contar minhas próprias histórias e alimentar meu blog.

Assim, estarei sempre pronta para novas aventuras, e um dia, irei autografar meu próprio livro, feliz e realizada com o fruto de meu trabalho e de minha determinação.

Maria Helena Pereira de Sá
helena73sa.blogspot.com.br

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Síndrome do espermatozoide


Vocês sabem qual é a diferença de um homem dirigindo e uma mulher?

Não me venham com piadas de que mulheres são barbeiras...

A diferença é que os homens sofrem da "Síndrome do espermatozoide"

Descobri isso, analisando a maneira como meu marido e os apressadinhos da minha família dirigem.

Na maior parte das vezes os homens, quando estão ao volante de um carro, se transformam em um ser que já foi retratado até mesmo nos desenhos de Walt Disney: "O Pateta louco".

Para aqueles que nunca viram esse desenho, vai uma explicação: O Pateta é um cara tranquilo, brincalhão, divertido, porém quando assume o volante de um veículo, fica automaticamente transtornado, nervoso, competitivo...

Sim, homens são competitivos!

Mas a situação fica muito pior quando estão dentro de um carro.

Todos os outros veículos da rua são adversários. Todos estão contra o "Sr. Motorista" ou "Sr. Piloto", como eles gostam de se considerar.

Seja numa via monitorada com radares, na saída do semáforo fechado... eles estão sempre tentado passar a frente dos outros carros, ultrapassar, alcançar o próximo, chegar primeiro... acelerando, acelerando, acelerando.

Durante muito tempo, tive que avisar ao meu marido que não existe linha de chegada. Que não há um troféu de primeiro lugar, nem um pódio onde ele vai estourar a "champagne".

Até que um dia, cheguei a conclusão que essa atitude faz parte da memória de suas células. Assim como o espermatozoide vencedor, aquele que se transformou no meu marido, ele, e os outros homens, acreditam que tem que correr muito para chegar na frente.

Não há nenhum óvulo esperando para ser fecundado! Mas a memória celular dos homens não sabe disso.

Assim, eles continuam dirigindo apressadamente, colocando em risco as suas vidas e as vidas de outras pessoas. Brigando e se estressando. Praticando o que eu chamo de : direção ofensiva (o contrário da direção defensiva - aquela que evita acidentes).

Não sei qual é a solução para motoristas com essa Síndrome! Nada é capaz de detê-los. Multas, cassação da habilitação...

Pensando bem, é melhor que eles aprendam a dirigir corretamente, antes que um acidente consiga detê-los.

Obs.: Talvez existam homens que não se transformem no Pateta Louco quando estão dirigindo, não se sintam ofendidos... esse texto é baseado na experiência pessoal de alguém que não se sente confortável viajando de carona com um espermatozoide motorizado.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Minha filha tem 13 anos

Sempre que digo a idade de minha filha, as pessoas me perguntam:

Já chegou àquela fase da adolescência?

Sei bem, que o que querem saber é se a linda e doce menina, educada com tanto amor, já se transformou naquele ser rebelde, temido por todos os jovens pais, quando seus filhos se tornam "tennagers"* (*adolescentes - tradução espontânea: a idade dos dez: dez + um, dez + dois... dez + cinco... e por aí vai).

Vale lembrar, que nem toda criança se torna um ser monstruoso quando atinge certa idade. Eu mesma, não fui uma adolescente rebelde, também conhecida como aborrescente nos dias de hoje. Pelo menos eu acho que não... (Talvez eu devesse perguntar aos meus pais, para ter um outro ponto de vista sobre aquela época)

Mas, mesmo considerando que não seja justo eu analisar minha própria adolescência, continuo afirmando que muitas pessoas passam por essa fase tranquilamente.

Me tornei "tia" aos 13 anos, e tenho mais de uma dezena de sobrinhos. Cada um tem sua singularidade, cada um teve um tipo de criação, com problemas ou não. Estudando em escolas diferentes, umas públicas,  outras particulares. Vários já deixaram a adolescência... uns com tormentas no decorrer do período, outros sob o céu claro e ensolarado de um dia de primavera.

Minha filha, aos 13, demonstra sinais de menina que já não é tão menina. Sinais de alguém que experimenta tomar suas próprias decisões, mesmo que dependa da autorização dos pais. Alguém que almeja dar pequenos "voos solo", que curte a solidão de seu quarto à estar na sala repleta de parentes, que escolhe a companhia das amigas, mesmo que tenha que acordar uma hora mais cedo para assistir uma aula de reforço na escola, de uma matéria que só tira notas altas.

E quando pela manhã, ela se arruma sozinha (sem precisar que a mãe encontre seu par de tênis embaixo da mesa da sala, ou busque sua toalha para que possa sair do banho... sem que ninguém precise apressá-la para não perder a hora), e vai até o meu quarto me dar um beijo de bom dia, e dizer que já está saindo, nesse momento eu percebo que meu pequeno pássaro está aprendendo a voar.

Minha filha está chegando a adolescência. Sem brigas, sem gritos, sem portas sendo batidas. Algumas vezes me sinto carente de sua antiga dependência, mas sei que meu papel é ensiná-la a ser ela mesma, deixá-la escolher seus caminhos com orientação, mas com independência. Um dia ela será adulta, fará suas próprias escolhas, tomará decisões baseadas naquilo que eu ensinei... ou no que deixei de ensinar. Mas esses serão seus valores.

Minha adolescente não é mais uma menina. Mas sempre será minha filha.

Espero que essa fase, em que mais uma vez, o cordão que nos une será novamente cortado, e só restarão os laços (não tão) invisíveis do nosso amor, seja um período muito tranquilo, em que cada uma de nós respeite o espaço e a opinião da outra. Porque minha bebê, minha menina, minha adolescente, um dia se tornará mulher... e mesmo que tenha sua própria família, sua profissão, seus amigos, ainda seremos muito mais do que mãe e filha. Seremos sempre nossas melhores amigas.

Bjs Mel... Te amo hoje e sempre!!!