terça-feira, 23 de dezembro de 2014

O que eu aprendi em 2014?

O facebook faz um vídeo sobre o ano de 2014, mas eu prefiro escrever com minhas próprias palavras...

O que eu aprendi em 2014?

Aprendi que as coisas mais importantes da vida são: saúde, amigos e família.

Nós só nos damos conta da importância da saúde quando ela nos falta... Ou quando falta à alguem que é muito proximo a nós.

Quando alguém fica doente, debilitado, e perde sua independência, percebemos como a vida é frágil e nossos valores são vãos....

No dia-a-dia não prestamos atenção na importância da saúde em nossas vidas...

Amigos:

Pra falar a verdade, sempre dei muito valor aos amigos. Poderia dizer frases feitas, como : os amigos são a familia que a gente escolhe...

Mas é mais que isso...

Algumas vezes nem conhecemos as pessoas que nos dão provas de amizade... Uma palavra, uma indicação... Amigos que nem conhecemos nos socorrem em momentos de aflição.

Amizade nos dá forças para seguir em frente apesar das dificuldades do caminho.

Família é tudo. É a união. O presente que Deus nos dá. Ele sabe que precisamos desse convívio para nos tornarmos pessoas melhores ou para ajudar o outro a crescer.

Nos momentos bons nos uniremos para celebrar, nos momentos ruins estaremos juntos para a enfrentar...

Também aprendi a ter mais fé... E que quando a gente está chorando, e para de repente, significa que Deus ouviu nossa prece e acalmou nosso coração...

E por fim, descobri que não basta agradecer com um simples "obrigada"... Temos que dizer " Muito Obrigada Sempre" pois nem sempre somos capazes de enxergar quantas bênçãos, quantos milagres, quanta ajuda recebemos a cada momento, a cada dia...

Muito Obrigada Sempre à todos vocês... E ao ano de 2014, que vai acabando com muitas lições e muitas bênçãos...

E que Deus permita que 2015 seja ainda mais especial para todos nós... Com muita saúde,  amigos e a família sempre por perto.

sábado, 20 de dezembro de 2014

Roberto Carlos - Quanto vale um sonho?

Estamos no ano de 2014. Para ser exata, hoje é dia 7 de dezembro. Tenho 41 anos.

Vou contar uma história que só será publicada no dia 20 de dezembro. Vou explicar porque, mas antes, vou dizer o que aconteceu naquele dia...

Eu tinha cerca de 8 ou 10 anos de idade, não sei bem... O meu cantor predileto iria fazer um show em Santos, minha cidade. Eu era sua fã, desde sempre, ou pelo menos, desde que eu me lembrava de ser fã de alguém.

Eu tinha um livrinho, comprado em banca de jornal, cos de suas músicas. Em minha casa havia um monte de LPs (uma espécie de cd, bem maior, e que tocava música dos dois lados).

Pedi insistentemente para ir ao show, mas por alguma razão, não fui.
Não entendia o porque...

O Rei, Roberto Carlos, tão perto e tão distante.

Fiquei muito chateada, mas decidi ter meu próprio show.

Peguei a capa do LP (era uma capa de papelão com a foto do Roberto Carlos), prendi na janela da sala, fechei as cortinas, até que ficasse só uma fresta onde eu pudesse ver sua imagem... com ele cantando pra mim. 

Coloquei o "disco na vitrola"* e deixei a música me embalar (*se vc não souber o que isso significa, procure no Google)

Fiquei ali, fingindo que estava no show, ouvindo às canções que ele fez pra mim.

Parece que se passaram mil anos desde aquele dia.

Já fui fã de outros artistas: Lulu Santos, Fábio Jr,Rita Lee... E de outras bandas, Menudos, Titãs, Paralamas do Sucesso, Skank... Tive o prazer de ir ao show de todos eles... Alguns, de graça, na praia, outros, em clubes ou casas noturnas... O único que ainda não fui, foi justamente o primeiro que me encantou.

Por várias vezes procurei onde haveria um show... Qual o preço... 

Quando o local era longe, aceitava que aquele não era o momento... Sempre sonhando em ir um dia... está na minha lista de coisas para fazer...Mas então, o destino me presenteou, ou me desafiou, e ele virá cantar em Santos novamente... dia 20 de dezembro.

Valor do ingresso:  de R$ 350,00 à R$ 480,00 (os de R$ 280 já esgotaram). 

Só para ter uma idéia, comprar dois ingressos ( no setor amarelo - R$ 350,00) significa gastar um valor próximo ao do salário mínimo no Brasil (R$ 724,00)... Algumas pessoas ganham menos do que um ingresso para sobreviver por 30 dias... E o show dura apenas algumas horas.

Fico aqui, dividida entre o meu sonho e a dura realidade de milhares de pessoas. 

Eu mesma conheço pessoas que precisam mais desse dinheiro, do que o Roberto Carlos...

Sim, talvez eu possa pagar... Talvez se eu dividir esse valor pelo número de dias que estou esperando por isso... Vai me custar apenas alguns centavos...

Será que as emoções desse tão esperado momento, serão superiores a consciência de que esse valor alimentaria pessoas carentes?

Não sei se fará diferença pra eles... A não ser que eu doe o valor do ingresso...

Hoje, o dia da publicação, é 20 de dezembro, 20:00h... Talvez eu esteja no show. Talvez não.

De qualquer forma, amanhã esse desejo estará riscado de minha lista.

E aí, ficarei com os especiais de natal, as lembranças de um show real, ou de um show particular... Relembrando para sempre, as canções que ele fez pra mim....


domingo, 14 de dezembro de 2014

Ser bom... e só.

Sempre admirei as pessoas que são realmente boas em alguma coisa.

Alguns são bons em matemática...

Já estudei bastante, e até aprendi muita coisa, mas não posso dizer que tenho facilidade com contas e números.

Outros tem facilidade em citar leis ou trechos de livros, entendem de filosofia, história...

Minha "boa" memória não me permite ser assim.

Admiro os atletas, com toda sua disposição, os que sabem dançar, os cantores, os que cozinham bem...

Já fiz curso de língua estrangeira, artesanato, informática. Já tentei aprender a fazer crochê, tricô, tocar violão. Já fiz cursos das mais variadas coisas.

Sei um pouco de muitas coisas, mas sou realmente boa em quê?

Costumava ser boa em lidar com crianças, mas minha paciência não é mais a mesma.

Vocês podem dizer que sou boa com as palavras... Mas ainda acho que poderia me dedicar mais.

Não sou boa cozinheira ou boa motorista. Nem sempre sou boa companhia por ter meus momentos de mau humor.

Sou boa mãe? Boa esposa? Espero que sim... Mas e o que mais?

Sempre que vejo uma característica em destaque em alguém, fico me avaliando na tentativa de responder essa pergunta.

Mas eis que surge uma grande revelação.

Não preciso ser boa em coisa alguma.

O que importa é ser boa... e nada mais!

Olhar, saber ouvir, ajudar, dar um abraço apertado quando faltarem palavras, pensar nos outros...

Ser boa. Ser bom... e só.

 Se cada um de nós conseguir isso. Com certeza, o mundo se tornará um pouco melhor.

domingo, 7 de dezembro de 2014

Quando eu me esquecer de você...


Agora que estou bem velhinha, posso relaxar de verdade.
Passei tanto tempo cuidando de tudo e de todos, que esqueci a sensação de ter alguém cuidando de mim.
Acho que vai ser bom...
Vamos sentar e conversar por muitas horas.
Vou te contar histórias de um tempo que ficou pra trás.
E vou te contar muitas e muitas vezes a mesma história, porque, por alguma razão, você me faz lembrar dela, e ela te fará lembrar de mim.
Quando eu me esquecer de você, estarei revivendo uma época em que você nem tinha nascido.
Cada cachorro me fará lembrar dos cachorros que tive.
E me lembrarei de muita gente que já se foi.
Um dia, eu voltarei a ser criança, e você trocará minhas fraldas.
Nesse momento, você pode pensar com tristeza, que perdi toda minha independência, ou pode agradecer aos céus, a possibilidade de retribuir todo amor que um dia te dei.
Você vai me pegar no colo e me colocar pra dormir.
Brincaremos de mãe e filha... e de agora em diante, você será sempre a mãe.
Acho que vai ser bom...

*Uma história sobre a doença de Alzheimer
** Algumas vezes, fico pensando nos caminhos da vida... nas situações que podem ocorrer com cada um de nós. Nem sempre essas situações nos atingem diretamente, mas estão ali, na casa do vizinho, na família do amigo...

Precisamos estar dispostos a enxergar o quadro como um todo... não só a tela, não só a moldura, mas as marcas nas mãos do artista, os borrões, e entender que a vida é assim. Como um jardim que tem lindas flores, mas também tem espinhos, insetos que picam, e uma boa dose de adubo.

Olá! Há quanto tempo não nos vemos...

O que acontece quando eu desapareço do blog?

Felizmente, não é nada de mais...

A correria do dia-a-dia, problemas com o computador, uma viagem...

Ou falha minha mesmo... (Tenho que assumir isso...kkk)

Durante minha ausência dezenas de histórias passaram por minha mente, algumas eu escrevi, outras, anotei o tema mentalmente, para elaborar o texto depois (xiiii...), e outras se perderam no caminho.

O tempo não para. Mas o blog as vezes sim... Não posso deixar que isso aconteça...kkk

Ainda bem, que meus leitores me cobram... Bem, pelo menos uma leitora me cobra... kkk

O que ela não sabe, é que sempre que fico um tempo sem escrever, logo penso nela. Sei que ela vai sentir falta...

Por ela, não posso falhar!

Esse é o compromisso do bom escritor...

Esse é meu compromisso!

Promessa para o ano novo? Não!

Mas esse seria um bom tema para um novo texto... Mas antes disso, tenho que publicar os textos que escrevi durante esse pequeno/longo recesso.

Um grande beijo!

Foi bom te ver por aqui...

sábado, 18 de outubro de 2014

Gratidão

Agradeça à seus inimigos,

pois são eles que te dão  o estimulo para lutar a cada dia.

Agradeça  pelos amigos que você encontrou em seu caminho,

pois se sua estrada fosse outra, talvez você nunca os encontrasse.

Agradeça por cada conversa, cada momento de apoio, por cada conselho dado e recebido.

Agradeça por sua saúde, pelos dias de sol.

Agradeça pela chuva...

E ainda que tudo pareça parte de um script, onde todos fazem somente suas obrigações, agradeça!

Agradeça sempre, porque a vida é seu maior presente.


segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Responda rápido: O que você faria nessa situação?

Então alguém te pergunta: Diante desse problema, que medidas podemos tomar?

A pergunta já havia sido feita repetidas vezes. As respostas eram quase sempre semelhantes:

- Esse problema é muito grande mesmo...

- ... o problema não é só esse. Tem mais isso e aquilo.

- O tempo é curto... Não vai dar tempo...

- Sem dinheiro é impossível resolver.

- Sem ajuda é impossível resolver.

- Só com um milagre...

Quando alguém te pergunta, "Diante desse problema, que medidas podemos tomar?", qual é a sua resposta?

Qual é o foco dessa conversa?

As pessoas costumam enxergar a pergunta distorcidamente...

"Diante desse PROBLEMA, que medidas podemos tomar?"

E elas não respondem a pergunta... Elas ficam tão fixadas na palavra PROBLEMA, que só conseguem descrever a situação crítica, ou listar uma série de agravantes para uma dificuldade já conhecida.

Mas... Quando alguém te faz uma pergunta assim, essa pessoa já conhece o problema!!!!!!

Esqueça a primeira parte da frase e ouça apenas:

QUE MEDIDAS PODEMOS TOMAR?

Ou seja, QUAL É A SOLUÇÃO?

"Não vai dar tempo"?, "...é impossível resolver"?, "Só um milagre"?

Essas respostas não se encaixam na pergunta.

E quer saber mais: EU ACREDITO EM MILAGRES!

Então, antes de perder um tempo enorme, analisando a situação... Vamos usar os nossos neurônios, para buscar uma solução!

Vai dar certo!!!!

E se não der, ainda assim, nós teremos tentado.

E isso, já vale muito mais do que ficar de braços cruzados assistindo a vida passar.








sábado, 4 de outubro de 2014

Mil, Dois Mil

* Ano: 1990

A primeira vez que me apaixonei por um gato, eu tinha cerca de dezessete anos... Mas aquela paixão infantil nem se compara ao que senti pelo Fred anos mais tarde.

O gatinho magro, faminto, abandonado e sarnento, despertou a minha piedade.

Consegui, de alguma forma, escondê-lo sob minha roupa e leva-lo clandestinamente para casa, no carro de meus pais.

Ele ainda não tinha começado a miar...

Mas foi só alimentá-lo com um pouco de leite, ele recuperou as forças e mostrou toda a potência de sua garganta:

- MILLLLL, MILLLLLL, MILLLLL, MIIIIILLLL

Por isso, eu o chamava de "Mil, Dois Mil"

Com toda aquela cantoria, foi impossível esconder nossa relação por muito tempo e, assim como nas novelas e no clássico: Romeu e Julieta, meus pais eram contra.

Fui obrigada a me desfazer de meu pobre gatinho pobre.

Levei o gato para passear em um belo jardim, expliquei que não poderíamos continuar nossa história... e depois o larguei bem próximo a casa de uma senhora que adorava gatos. Quem sabe algum deles adotasse o "Mil, Dois Mil".

Meu filhote foi embora e nunca mais o vi.

Depois disso, nunca mais tive um gato, até conhecer o Fred.

Foi em 2005 que ele entrou em minha vida, invadiu meu coração e se tornou parte da minha história.

Tenho muitas histórias para contar, dos anos que vivemos juntos.

Foram oito anos de muito amor.

Posso dizer que o "Mil, Dois Mil" foi minha primeira paixão. O Fred, meu verdadeiro amor.

*Maria Helena Pereira de Sá

"Fred, viveu de 2005 à 2014. Morreu de falência renal, causada por uma doença silenciosa, que o levou a morte em poucas horas. Jamais vou esquecer meu gato.
Esse texto foi escrito em 13 de abril de 2014, alguns dias depois da morte do Fred. Mas decidi programar para que seja publicado daqui a um tempo...seis meses, um ano... ainda não sei.
Quero que as emoções que me inspiram nesse momento, não se percam. 
Ao mesmo tempo, não vou publicar tudo agora, pois não pretendo que essas páginas fiquem repletas de lamentações. Quero que a lembrança permaneça, mas só como saudade... sem lágrimas, sem dor"

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Eu só queria dizer...

Então ficamos assim...

Vou dizer apenas 3 pequenas palavras:

MUITO OBRIGADA SEMPRE!!!

Agradeço por todas as coisas que já recebi.

Pelas palavras de apoio, pelos elogios sinceros, pelos abraços calorosos, pelos Sim's e pelos Não's.

Pelos imensos favores que prestaram por mim, sem nem saberem o quão valiosos eles eram.

Os melhores favores são assim... vem de mansinho, na calada da noite, nos momentos de angustia ou temor.

Chegam de surpresa, sem a gente pedir.

Por que em algum momento, Deus decidiu que era hora de acender Sua luz sobre você.

Você se tornou o centro de Sua atenção. E por alguns instantes o mundo girou ao seu redor...

... como quando você era uma criança, e sempre tinha um adulto para te ajudar a se levantar após as quedas, alguém para secar suas lágrimas, te alimentar e aquecer.

Não basta, apenas agradecer.

O "OBRIGADA" é um ponto final no mundo da gratidão.

Mas a gratidão, algumas vezes não tem fim.

"MUITO OBRIGADA SEMPRE" são as palavras que substituem as reticências (que gosto tanto de usar)

Meus pensamentos não tem fim...

Nem esse sentimento agradável, de ter sido abençoada com uma prova de verdadeira amizade.

Algumas vezes, sinto a necessidade de dizer que não estou agradecendo pelo que passou, ou pelo momento presente.

Quero agradecer por tudo, tudo mesmo... Agradecer pela possibilidade de ser tão abençoada.

E por ser capaz de enxergar todas as bençãos que recebo (Será mesmo que eu enxergo todas elas?)

Por isso:

MUITO OBRIGADA SEMPRE!

Pelo ontem, pelo hoje, pelo amanhã. Pelo lindo dia de sol ou pela chuva. Pelas duras lições recebidas e por todas que aprendi.

Obrigada mesmo... sempre. Por tudo.

Estar aqui, nesse momento, já seria motivo para tamanha gratidão... mas Deus quis tornar a vida ainda melhor, e nos rodeou de pessoas muito especiais.

Sim, sinto que a luz está acesa por mim, para mim....

E mesmo sabendo que já fui uma menininha mimada, Ele ainda ouve meu coração, e me presenteia a cada dia com todas as formas de amor, mas principalmente com a AMIZADE.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Dê uma chance ao Plano B

Você acorda e já começa a pensar na lista de coisas que tem pra fazer: Reunião às oito, passar no banco às onze, almoço ao meio dia e quinze, visitar um cliente, buscar os filhos na escola, levar no inglês...

Tem gente que programa a semana, o mês, os próximos cinquenta anos...

O grande problema de fazer planos é que na maioria das vezes você se sentirá frustrado por não conseguir realizar tudo que planejou.

A vida é imprevisível!

Você acorda uma hora mais cedo para ter tempo de lavar e secar o cabelo, porque aquele representante comercial gatíssimo vai fazer uma visita e você quer estar sensacional para, quem sabe, ele finalmente te chamar para sair, mas.... Bem na hora que você ia secar o cabelo, falta energia na região, e além de ter que sair com o cabelo todo molhado, você ainda tem que descer de escada,  os dezessete andares do prédio. Impossível ficar linda depois de dezessete andares de escada!

Você planeja ir à praia no fim de semana... E chove.

Você gostaria de viajar no carnaval mas quebra o dente da frente comendo pipoca na véspera e... Desiste da viagem.

Você tem que entregar o trabalho de conclusão de curso, mas o computador quebra e você entra em desespero por não saber se será possível recuperá-lo.

Você sai do serviço mais cedo, planejando caminhar na praia no fim de tarde, mas pega um trânsito infernal e mal consegue chegar em casa... Quando finalmente chega, nada de praia ou caminhada. Você só quer se esparramar no sofá e ver qualquer coisa na tv.

E aí, passa seu filme preferido!

- Assistir o filme não estava em seus planos, mas se torna uma excelente opção ao plano que não deu certo. Principalmente se você descobre no dia seguinte, que no final da tarde anterior houve um arrastão e diversas pessoas foram assaltadas na praia

Se você der uma chance ao plano B, ele pode se mostrar sensacional!!!!

Sabe por que?

O plano B não vem sobrecarregado de expectativas.

Ele é a vida seguindo seu curso natural.

E já que não temos o poder de decidir como a vida vai ser, podemos escolher como reagir à vida. Esse é o nosso livre-arbítrio.

Em qualquer situação, eu posso escolher entre sorrir ou chorar, sofrer ou superar. Posso escolher me divertir com os tombos que tomo e aprender a cada tropeço.

Sabe aquele dia que você queria ficar linda e acabou a energia do prédio? Seus cabelos agradeceram por não terem que enfrentar o secador, suas pernas ficaram mais firmes depois de descer as escadas, e o carinha que você queria encontrar era um "chato de galochas".

E todas as vezes que você queria sair e não o fez... Você se divertiu em casa mesmo, convidou os amigos, pediu uma pizza, ou só dormiu mais cedo e acordou muito mais disposta no outro dia.

Não há nenhum problema em planejar. Você pode realizar muitas coisas a partir de um plano... Mas não aposte todas as fichas no plano "A"! Dê uma chance ao plano B, ao C, ao D...

VIVA A VIDA!!!!

Muitas e muitas vezes, aquilo que não foi planejado pode ser muito melhor do que você jamais sonhou.

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Cara feia, pra mim é fome.

Isso mesmo.

Cara feia, pra mim é fome, é dor de barriga, falta de sorte, culpa da genética ou falta do que fazer.

Não tenho paciência para cara feia!

Tudo bem, que todo mundo acorda com o pé esquerdo de vez em quando...

Tem dias que o mau humor gruda em você que nem chiclete no cabelo, mas todo mundo sabe que é possível tirar chiclete do cabelo (acredite em mim, já passei por isso). E a receita é simples: Pegue uma tesoura e corte o tufo do cabelo onde o chiclete grudou. Simples assim...

Eu tolero por um curto período as caras feias das pessoas. Só o tempo exato do bom humor voltar.

Cara feia tem que ter prazo de validade. Um pequeno prazo de validade.

Quando uma pessoa fixa uma "cara feia" no rosto, tão definitiva quanto tatuagem, fica impossível conviver pacificamente.

O mau humor é contagioso...

Quem está ao redor tem pouquíssimas opções: ou pergunta o que houve, e corre o risco de ouvir uma ladainha de lamentações; ou assiste calado, esperando que o pôr do sol e o raiar de um novo dia tragam o brilho de um sorriso naquele rosto tão conhecido.

Mas se por acaso os dias forem passando e não brote nenhum sorriso... Ai que preguiça!

-Vá comer alguma coisa, se afogar em uma caixa de bombons, faça uma plástica, aplique botox, enfim...Faça qualquer coisa, mas tire essa cara feia daqui. Ela está estragando minha paisagem.

Quer saber?

Sorria!!! Mesmo se não estiver sendo filmado. Sorria para o sol, para a chuva, para a vida.

Sorria um sorriso forçado, bobo, engraçado. Quem sabe assim, seu semblante se acostume, e sua "cara" fique bem mais bonita.

domingo, 7 de setembro de 2014

Sapato de salto

Algumas vezes me pergunto:

Quem inventou o sapato de salto?

Certamente deve ter sido um homem. Impossível imaginar que uma mulher possa ter cometido tamanha insanidade.

O sapato de salto me lembra aquelas maquinas de tortura medieval... Imagino os carrascos colocando um sapato de salto 15 no condenado, e fazendo ele caminhar cinco quilômetros por aquelas ruas de calçamento irregular. Quanta maldade!!!

Os anos se passaram, e algum outro homem, resolveu fazer propaganda, convencendo as mulheres de que "o maravilhoso sapato de salto" a deixariam muito mais belas, e assim, transformou-os em objeto de desejo. Elas, inocentes, acreditaram...

A maioria das mulheres, quando vai a uma festa com seu lindo vestido e seu insuportável sapato, reza fervorosamente para que alguém seja corajosa suficiente, para se descalçar, e assim, abrir caminho para uma leva de seguidoras...

É isso, ou ficar a noite toda sentada, esperando ansiosa a hora de ir para o carro...

As mulheres arrancam os sapatos assim que saem da festa... Algumas tiram antes mesmo de chegar no carro.

Aliás, vocês já repararam que a "nova moda" é fotografar os convidados na entrada das festas?

Sabe por que?

Os fotógrafos repararam que os melhores sorrisos femininos, são os dos primeiros vinte minutos de festa... A não ser que alguém erga a bandeira dos pés descalços...

As mulheres chegam lindas às festas. Mas depois de algum tempo seus pés doem e seus sorrisos se tornam falsos. Ninguém é capaz de sorrir sinceramente, enquanto seus dedos estão sendo esmagados no bico fino do sapato, seu calcanhar precisa equilibrar todo o peso de seu corpo sobre um pequena superfície de um salto de quinze ou vinte centímetros e suas pernas estão esticadas de um forma estranha, como se durante um tempo (quase) infinito, você estivesse tentando alcançar a prateleira mais alta do armário da cozinha.

E geralmente, a mais corajosa das mulheres só arranca o sapato quase no fim da festa. Maldita!

Por essa razão, assumi esse papel em quase todas as festas que vou. Pouco me importa o que pensam de mim. Sou adulta, bem resolvida e tenho amor aos meus pés... E ao meu sorriso sincero.

Quer saber o que eu penso?

As mulheres ficam lindas de sapato de salto, mas as mulheres SÃO LINDAS de qualquer jeito.

Então, em vez de olhar meus pés descalços, veja como estou linda e feliz enquanto circulo pela festa sem sofrer como um condenado a torturas medievais.

Eu tiro os sapatos e danço no salão, enquanto olho admirada para as moças que ficam calçadas até o fim da festa.




Fico imaginando, do alto de meus quarenta (e um) anos, se o fato delas aguentarem tão bravamente é só uma resistência física da juventude ou se faz parte da evolução das espécies.



Vai ver que elas já nasceram com "pé de Barbie", aquele que já vem no formato perfeito para usar um salto alto, dançar Ballet ou pegar ovos de pascoa naquele túnel de chocolate dos supermercados.





Elas pensam que eu não aguento um salto por causa da idade.

E eu penso exatamente a mesma coisa!

Minha alma é de uma juventude infantil, e se diverte como uma criança que implora para a mãe para deixá-la tirar os sapatos e ir brincar.

Os pés descalços remetem à diversão, ao relaxamento e ao prazer.

Por isso tiramos os sapatos para caminhar na praia, brincar no pula-pula, e quando chegamos em casa depois de um dia estressante no trabalho.

Já usei muitos sapatos em minha vida: botas ortopédicas, de couro, de camurça; tênis sujos; sandálias de fivelinha, chinelos, rasteirinhas, sapatos de salto alto, baixo, anabela, com bico "de matar barata no canto da parede"... Usei sapatos de diversos tipos e cores e nenhum deles me deu o mesmo prazer que sinto ao usar meus próprios pés.

Então, enquanto as mulheres caminham elegantes como garças, se equilibrando em seus torturantes objetos de desejo, eu retiro os sapatos e vou brincar por aí. Vou me divertir e dançar, trocando energias como o solo sob meus pés.

Descobri que ainda sou criança, e não tenho idade para usar salto alto. E assim, me sinto muito mais FELIZ!!!!!






sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Quebrando o silêncio

Depois de dias sem escrever, sento ao computador para retomar essa atividade tão prazerosa.

O silêncio, algumas vezes, é causado pelo excesso de coisas à dizer.

Quantas e quantas vezes, textos completos tem passado por minha mente, sem que eu tenha tido tempo, ou dedicação para colocá-los no papel (digo, no computador...)

Pensando bem, sinto falta das "Páginas em branco", da lapiseira que escrevia sem parar, muito antes de eu imaginar que um dia teria um blog.

Guardanapos, folhas de papel, agendas e o "Meu caderninho verde" eram minhas ferramentas de trabalho. Confesso que lido melhor com eles do que com o teclado do computador.

Naquele tempo longínquo as palavras escorriam de minha mente, desaguando numa torrente sem fim, de meu braço até minha mão. Da lapiseira para o papel.

Hoje a vasão não é a mesma, as mãos estão ocupadas nos teclados, no telefone, nas buscas incessantes no universo "google", no acompanhamento diário das redes sociais, no volante do carro durante as horas perdidas no trânsito congestionado.

Como escrever nessas horas?

Continuo observando o mundo, enquanto o mundo me vê passar. Formo frases, linguagens figurativas, as idéias vem e vão.

Depois me esqueço, perco o entusiasmo no assunto que parecia tão bom.

Em alguns momentos tenho tanto a dizer que não sei por onde começar.

Outras vezes tento reencontrar a inspiração passageira que iluminou meus pensamentos enquanto estava parada no semáforo.

Aquela luz se apagou. O momento passou. O texto não escrito foi abandonado, embalado, arquivado e jaz em algum canto de minha mente, sem saber se um dia irá desabrochar e florescer nas páginas de formato digital.

O silêncio vem do excesso de pensamentos desordenados.

E a desordem me desanima profundamente.

Nesse momento, interrompo o silêncio, abro as janelas do sótão do meu "eu". Deixo o ambiente arejar, o sol entrar, espano a poeira e as teias de aranha, para retomar o que foi interrompido.

Silenciosamente, me concentro, me programo, exijo de mim mesma um cronograma que teimo em não seguir... ou apenas, quebro o silêncio. Deixando escorrer novamente, as idéias, para as "Páginas em branco", com a certeza de que basta inclinar um pouquinho a cabeça para que se forme um nova cascata: Majestosa, ruidosa, jorrando uma corrente de histórias... respingando nos leitores todas as emoções e sensações da escritora que vive dentro de mim.


terça-feira, 19 de agosto de 2014

Quem de nós é especial?

Hoje eu acordei especial. Tão especial quanto nos outros dias da semana ou do mês.

Especial como eu era ano passado ou no ano anterior.

Mas o dia mal começou e eu logo percebi que estava muito enganada. Redondamente enganada, como dizem.

Em uma breve visita a um centro de apoio à pessoas com algum tipo de deficiências, notei que minha percepção sobre as pessoas era falha. Injusta.

Ali, percebi que estava rodeada de pessoas especiais. Preste bem atenção, eu não disse, em nenhum momento, "portadores de necessidades especiais".

Aquelas pessoas são ESPECIAIS! E nós, somos "portadores de necessidades fúteis"!

Uma característica que eles tem em comum, é o sorriso. Todos sorriem, mesmo os que precisam de equipamentos para se locomover, ou os que tem dificuldades em ouvir, enxergar, falar...

Enquanto caminhamos carrancudos pelas ruas, sem observar as belezas do mundo ao redor, algumas pessoas lutam para levar uma vida "normal"... E sorriem.

Mas o que é uma vida normal? Normal aos padrões de quem?

Eu, acordei pensando que era especial... Mas por que eu deveria me sentir assim?

Meu dia-a-dia é muito fácil, se comparado a cada dia de luta daquelas pessoas.

Quais são as dificuldades que eles enfrentam? Quais as barreiras que tiveram que ultrapassar para chegar até aquele centro de tratamento e apoio?

Sim, eles são especiais!

Eu sou apenas uma pessoa comum. Como tantas outras...

Porém, algumas dessas pessoas comuns são mais espertas que as outras. Elas escolheram trabalhar com as pessoas especiais. Escolheram aprender com elas, aprender como sorrir todos os dias.

Elas escolheram assistir de perto as batalhas da superação.

Essa união dos especiais, com "os comuns", os comuns um pouco mais espertos que os demais, cria uma atmosfera de amor incondicional. O amor sem cobrança, como todo amor deveria ser.

E o brilho dos sorrisos ilumina a casa.
Uma casa onde ninguém "espera" ou cobra do outro, mais do que ele é capaz de dar de si mesmo.

Ainda assim, essa casa é chamada "Casa da Esperança"

Talvez porque resta a esperança de que todos nós, um dia possamos perceber que não somos assim, tão especiais quanto pensamos, e que não basta ser apenas normal.

Temos muito o que aprender!!!

É preciso olhar ao redor e entender que o mundo é muito maior do que esse micro universo que nos cerca.

Hoje eu acordei me sentindo uma "pessoa especial", e felizmente vou dormir com a certeza de que não sou. Sou apenas uma "pessoa".

E quem sabe, com muita sorte, a humanidade inteira aprenda a enxergar o mundo como ele realmente é, percebendo que nossas características físicas ou intelectuais, não nos tornam melhores que ninguém; que nossos problemas são ínfimos e nossas batalhas são tolas. Que temos um milhão de motivos para sorrir.

Quem sabe a gente aprenda a sorrir com a mesma leveza e o mesmo brilho dos sorrisos que eu vi hoje.

*Maria Helena Pereira de Sá
(Após alguns poucos minutos na recepção da Casa da Esperança)

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

A preciosidade e fragilidade da vida

E quando a morte estampa as páginas dos jornais, pensamos na fragilidade da vida.

A morte é uma sentença certa, sem apelação.

Nunca a consideramos justa, seja por fatalidade, tragédia, doença... seja após longos e longos anos vividos.

Mas não estamos livres dela.

Então, nesses momentos, vivemos um sentimento de perda, uma dor por aquilo que poderia ter acontecido com os nossos entes queridos, familiares ou amigos.

Temos a certeza de que somos suscetíveis aos desígnios do destino.

Pensamos nos que partiram, na dor de suas famílias e sentimos o gosto amargo desse sofrimento.

Piedade e medo se unem e nos transformam.

Nessas horas, estamos realmente ligados à vida. Sabemos que ela é finita. Sabemos que devemos aproveitar cada minuto. Amar. Viver.

Depois de um tempo, o tempo passa, a poeira baixa, o sentimento se dilui em meio a tantas outras preocupações...

E seguimos anestesiados, vivendo como se tivéssemos toda a vida pela frente, e como se esse tempo fosse eterno.

E a vida parece novamente soberana.

Tão nossa, que somos capazes de acreditar que ninguém será capaz de subtraí-la de nós.

Esquecemos de sua preciosidade.

Viva com intensidade, valorize o que realmente tem valor, sorria a cada despertar. 
Você possui algo de valor inestimável. Aproveite a vida!!!

*Maria Helena Pereira de Sá

Nota: No dia de hoje um avião bimotor caiu no meio de um bairro residencial de minha cidade. Sete famílias perderam seus entes queridos*, algumas pessoas ficaram feridas, outras desabrigadas. A tragédia que estampará as capas dos jornais amanhã, foi enorme e ao mesmo tempo mínima. Poderia não ter acontecido ou poderia ter sido muito pior. Não existem ainda, explicações. O que existe, é a certeza de que a vida é valiosa e frágil.
*Entre as vítimas estava um político de visibilidade nacional - candidato à presidência - por essa razão, a tragédia virou destaque em todas as mídias jornalísticas.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Sonhos e realidades

Enquanto nós trabalhamos em busca da realização de nossos sonhos, a grande maioria da população mundial ainda sonha em poder realizar "nossas" realidades.

A frase parece estranha, mas a estranheza não está na frase, está no fato de milhares e milhares de pessoas viverem em condições tão carentes, que talvez, o fato de ter um pão para comer ao longo do dia, seja como um sonho realizado.

Nós, desejamos possuir algo mais, viajar para lugares paradisíacos, um novo penteado ou um jantar especial, uma roupa nova. Sonhamos com aquilo que não possuímos, sem dar valor a tudo aquilo que já conquistamos. E mesmo que tenhamos que batalhar duro para pagar cada uma de nossas contas, mesmo que nossa conta bancária esteja no vermelho metade do mês e que cortemos parte dos gastos cada vez que a situação fica um pouco pior, ainda assim, nos damos ao luxo de planejar as próximas férias, pois sabemos que apertando o cinto um pouco mais, vale muito a pena abandonar alguns "luxos" para desfrutar de outros.

Mas... tem pessoas que tem muito pouco ou quase nada. E eu nem estou me referindo aos milhares que vivem em condições sub humanas, sem o atendimento às necessidades mais básicas como teto, água, comida, medicação. Não estou me referindo aos que "sobrevivem" apesar da total falta de condições salutares. Sobre esses, nem posso falar, pois nem com toda a minha imaginação, seria capaz de descrever as situações as quais são submetidos.

Falo de gente que se aperta para botar a comida na mesa, para pagar as despesas da casa, que pode ser a mais humilde das casas, mas que dá a dignidade por representar o seu espaço no mundo, seu ninho. Falo daqueles que caminham trechos enormes pela manhã, não para fazer exercício físico, mas para economizarem o valor da passagem.

Muitas vezes, em nossa inocente compaixão, gostaríamos que eles pudessem realizar os "nossos" sonhos, sem percebermos que seus sonhos são muito mais valiosos.

Eles sonham em realizar as "nossas" realidades, em ter comida na mesa para seus filhos, em poder pagar as contas antes do vencimento, em dormir uma noite tranquila, mesmo que o colchão e o travesseiro sejam duros e velhos, mesmo que os lençóis estejam rasgados. Uma noite que não seja atormentada pelas incertezas do amanhã, assombradas pelos fantasmas do desemprego ou dos "cortes" de pessoal.

Enquanto tomamos nossos banhos quentes pela manhã, muitas pessoas já levantaram muito antes do amanhecer para "tentar" preparar um banho decente: alguns ainda não tem água encanada em suas casas, ou eletricidade.

As nossas lutas nem se comparam às batalhas diárias de tantos outros.

Mesmo assim, temos sonhos.

Não vou dizer que não devemos tê-los. Sonhar faz parte de nossas vidas. Mas devemos perceber que os sonhos de uns não são iguais aos sonhos de outros.

Devemos ter consciência das realidades.

Ter consciência das realidades, ser gratos pelo que possuímos e buscar formas de ajudar àqueles que anseiam pelo dia em que realmente poderão sonhar seus próprios sonhos.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

O poder do elogio

Algumas coisas parecem singelas, mas possuem um poder inexplicável.

Algumas ações, quando sinceras, beneficiam todos os envolvidos.

Assim acontece com o elogio.

O elogio tem o poder de renovar a capacidade da pessoa acreditar em si mesma.

A valorização de seu trabalho, de seus esforços, de sua opinião, traz como resultado a vontade de melhorar ainda mais, a ânsia de atender e superar as expectativas daqueles que acreditam em nossa capacidade.

Quando uma pessoa é elogiada por sua aparência, ela se sente envaidecida. Mas quando ela é elogiada por suas ações, se sente estimulada.

Estimulo é algo que falta a muitas pessoas, muitos profissionais.

Muitos esperam que o estimulo se apresente em um pedaço de papel, chamado de holerith. Mas muitas vezes, nem com salários altos é possível estimular uma pessoa.

Por outro lado, se a fé move montanhas, são as palavras que movem os profissionais.

Quando se dá a oportunidade de trabalhar, quando as pessoas tem voz para opinar e quando, acima de tudo, sentem-se respeitadas, suas mentes se tornam férteis. Suas idéias se multiplicam rapidamente, e se espalham por todos os cantos, produzindo um material que poderá ser utilizado nesse momento, ou em um futuro distante.

As idéias não se perdem no tempo. As vezes elas podem ser apenas uma semente, de algo que ainda vai germinar, mais precisa de um solo firme, uma base solida, para crescer e dar bons frutos.

O grande problema é que nao existem tantos semeadores de idéias no mundo profissional.

Em muitos e muitos lugares, temos somente aqueles que colhem... Principalmente os que colhem as idéias dos outros para apresenta-las como fruto de seu trabalho...

Pobres colhedores. Eles não sabem que sua atitude resulta no fim da colheita, na escassez de idéias novas, pois ninguém vai querer ser alimento de gafanhotos.

Entretanto, em meio a um universo de colhedores, aparece, ainda que raramente, um semeador.

Com uma humildade incomum, ele se mostra como um mero aprendiz. Não importa qual é sua idade ou sua experiência, ele ouve os mais novos, fica atento a suas atitudes e palavras, e busca, com delicadeza e sinceridade, valorizar os pontos fortes daquele que está diante de si.

Pode ser um amigo, um professor, um chefe, um parente. Durante uma simples conversa ele tece um elogio. Ele te presenteia com uma visão positiva de si mesmo. Algo que talvez você mesmo já nem enxergasse.

E como diz a canção, você sente um acréscimo de estima por si mesmo...

O elogio sincero, verdadeiro, tem o poder de multiplicar o que há de melhor em nós mesmos.

O resultado é nítido. Elogie a roupa de alguém, e essa pessoa provavelmente te dará um explicação sobre a peça:

- É antiga... - Foi presente... - Tenho um compromisso importante mais tarde...

Elogie o caráter de uma pessoa, suas idéias, a qualidade de seu trabalho, e essa pessoa receberá o elogio com gratidão.

O elogio deve ser sempre retribuído com gratidão. Pois ele é a força que te faz querer ser ainda melhor.

Agradeça, e lembre-se de valorizar aqueles que te cercam. Elogie e observe. Ser um semeador pode ser tão gratificante quanto ser valorizado.

Provavelmente é ainda mais gratificante.

 Esse é um exercício que preciso começar a fazer. E assim, certamente vou aprender a buscar o melhor de cada um.

Não tem como dar errado. Observo, sou sincera, elogio. Parece bem fácil, mas suspeito que esse exercício vai requerer anos de pratica.

Que bom!!!

sábado, 19 de julho de 2014

A Dor

Qual o tamanho de sua dor?

Impossível mensurar alguns sentimentos...

Qual o peso de uma lágrima?

A dor é uma das lições mais difíceis de aprender em nossas vidas.

Sofremos por razões tolas, sofremos por amar e perder, sofremos tão intensamente, que chega a doer na alma...

As linhas tortas do destino são ilegíveis demais para que possamos compreender.

E a dor vai e volta! A dor pode ficar distante por anos, mas um dia ela vem, implacável novamente. Ela não escolhe aquele que nunca sofreu. Ela não tem pena dos que já visitou outras vezes... Ela apenas vem outra vez.

E dói, como se fosse a primeira vez. Como se fosse uma mera desconhecida, que sabe bem, que é capaz de nos ferir

Durante toda a vida, nos preocupamos em buscar a felicidade.

Muitas vezes nos esquecemos de prestar atenção nos momentos felizes... Poderíamos, talvez, agarrar-nos a eles, como se fosse possível torna-los eternos.

Mas um dia, descobrimos que o até logo virou um adeus. Que a certeza do amanhã, se transformou na saudade do ontem.

Fico pensando, se as almas realmente sublimes, conseguem pensar, nesses momentos, na gratidão pelos dias vividos. Nas alegrias que deram e que receberam.

Essa consciência, apesar de verdadeira, não é fácil de alcançar.

E se realmente existe alguma lição na dor... Estamos sempre nos negando a aprender.

Pois aprendemos um dia, que nascemos para a felicidade.

Aprendemos a ter esperança, a levantar depois de cada queda, a tentar outra vez.

Aprendemos que existe um dia depois do outro.

Mas algumas vezes... o dia seguinte não vem. Só vem a dor...

"- Não sei mais o que escrever: Força! Coragem! Sinto muito! Nada irá amenizar esse sentimento." 


*Maria Helena Pereira de Sá

- Algumas vezes, eu perco as palavras - Nesses momentos preencho páginas em branco.
- Algumas vezes, transmito em um abraço todo o meu sentimento -
* Esse texto é para alguém muito especial... Só queria dizer que estarei sempre aqui, se precisar de um abraço. Um grande beijo, do fundo do coração.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Você está me ouvindo?

Com quantos anos uma criança aprende a falar?

Com quantos anos uma pessoa aprende a ouvir?

As famílias: pais, mães, tios, tias, primos irmãos, avós... enfim, todos os familiares, se preocupam em ensinar a criança a falar. Se a criança completa um ano, sem completar uma frase simples, já ficam todos preocupados, achando que ela tem um atraso no desenvolvimento.

E perguntam para o pediatra, para a vizinha, pesquisam no Google, marcam a fonoaudióloga:

- A criança não fala! Só diz algumas sílabas, balbucia sons inteligíveis..

- Fala filhinho, fala papai: Paaaaa-pai...Paaaaa-pai...

E a criança:

- Paaaaaaaapá

-Tá vendo doutor? Ele não consegue nem falar papai.

E a conversa segue.

A mãe diz:

-Deve estar com fome! Olha pro filho: - Bebê qué papá? Qué boiacha? Qué dedeira?

E o doutor só olha, pensando com seus botões: Pobre criança!

De qualquer forma, a criança aprende a falar. E aos poucos, com o convívio social, ela aprender a falar direito (ou quase).

Mas os anos passam, a criança cresce, e são poucas as pessoas que se preocupam em ensiná-la a ouvir.

Geralmente é na escola, que os professores enfrentam a dura batalha de tentar ensiná-las a ouvir.

Mas hoje em dia, os professores não tem voz. É o aluno quem grita mais alto. Ele bate o pé, esperneia, e se não for atendido, os pais vão à escola exigir que o professor seja demitido.

E assim, segue a lei do grito. Todos querem falar. Falam alto, acima das outras vozes, para serem ouvidos.

Mas ninguém aprendeu a ouvir.

É no silêncio que se aprende a ouvir. Se aprende a prestar atenção.

É no silêncio que se escuta até o que não devia ser escutado... quando alguém diz,sem querer, aquilo que estava pensando.

Quando uma criança, ou uma pessoa qualquer, é do tipo calada, isso significa que ela sabe ouvir.

É necessário fechar a boca para aguçar os ouvidos.

É necessário aprender a ouvir, para durante uma conversa (ou uma discussão), saber quando é melhor se calar.

Dizem, que não é à toa, que possuímos uma única boca, e DOIS ouvidos.

Mas algumas pessoas não aprenderam a ouvir, e com o tempo, torna-se cada vez mais difícil ensiná-las.

Como ensinar a ouvir, alguém que não é capaz de escutar esse ensinamento?

Por isso, só para treinar sua audição, faça esse simples exercício:

Feche os olhos. (Não, agora. Termine de ler meu texto primeiro! kkkk)

De novo:

Feche os olhos.

Feche a boca.

Tire os fones de ouvido. (É o mundo que você precisa ouvir, não essa música que toca sete vezes por dia na mesma rádio!)

Ouça os sons ao seu redor.

Ouça o barulho dos carros, o choro do bebê, a conversa das pessoas do ônibus...

Não! Isso não é ser enxerido. Não é falta de educação. Isso é apenas um treino. Você pode aprender muita coisa ao ouvir o que se passa ao redor.

Muitas vezes você ouvirá sábios conselhos que se encaixam perfeitamente em sua própria vida. Você ouvirá histórias semelhantes às que você conhece, e novas soluções para antigos problemas insolúveis.

Ouvindo, você aprenderá a ouvir. E sabendo ouvir, você reconhecerá o momento de se calar.

Isso evita muitos problemas!

Mas preste atenção: Você está me ouvindo?

Isso não significa que você deva se calar diante de injustiças, ou se calar e não defender sua própria opinião.

Saiba que em uma conversa (ou discussão), todos tem direito a falar. Mas só será uma conversa, se ambos souberem ouvir.

Quem fala o tempo todo, sem escutar o que o outro tem a dizer, está apresentando um monólogo longo e tedioso... E logo, as pessoas deixarão de prestar atenção.

Não fique falando sozinho!

Ouça o que os outros tem a dizer.

*Maria Helena Pereira de Sá -

- Espero que vocês tenham gostado desse meu monólogo. Agora ficarei calada... para ouvir as suas opiniões.
Ahhhh.... Não esqueçam de fazer o exercício. Agora vocês já podem fechar os olhos ;)





sexta-feira, 4 de julho de 2014

O ultimo beijo

Foi em março de 2014...

Dizem que os gatos se apegam às casas, e não aos donos.

Dizem que não são carinhosos: são independentes.

Pra falar a verdade, eu nunca fui fã de gato. Sempre acreditei nesse monte de baboseiras, e me rendi inocente, aos apelos dos cães.

Quando nosso gato chegou a essa casa, em 2005, eu não imaginava o que estava por vir.

Eu não escolhi ter um gato, fui convencida a ter um.

E com o tempo, descobri que não são os donos que escolhem o gato. É o gato que escolhe o dono.

Assim como eu, o gato é um ser reservado. Ele não faz festa para todas as pessoas, não fica mendigando atenção, não se faz de simpático só para agradar e satisfazer as vontades dos outros.

O gato não deita, não rola, nem busca a bolinha ou o jornal.

Gatos não são só independentes, eles são geniosos. São autênticos.

O gato de nossa casa, recebeu o nome de Fred. Dominou todos os espaços e escolheu seu próprio dono. Para minha surpresa, ele me escolheu.

Eu, que ainda não tinha me rendido a seus encantos. AINDA...

Ignorando os chamados de meu marido e minha filha, era no meu colo que ele ia deitar enquanto assistíamos TV.

O Fred me pedia carinho, me cutucando com a pata na hora do jantar. E se eu me acomodasse um pouco para a frente, ele se deitava em minha cadeira, me fazendo companhia enquanto eu comia.

Pela manhã, o Fred me chamava miando, pedindo água ou comida, ou querendo que eu limpasse a caixa de areia.

Meu gato, meu dono.

Eu obedecia seus chamados, oferecia meu carinho e aos poucos fui me apaixonando por ele.

O gato me conquistou.

Quantas vezes ele não subiu na rede, quando eu estava deitada, lendo ou descansando.

À noite, se deitava ao meu lado, e nos aconchegávamos até o primeiro de nós dormir (geralmente eu). Depois ele pulava da cama e ficava pelo quarto, velando meus sonhos.

Nosso amor era real. Olhos nos olhos. Um carinho infinito...

No final de março, algumas semanas antes dele morrer (quando eu ainda nem sabia que ele estava doente), o Fred lambeu minha mão.

Não sabia se era comum o gato lamber seu dono, então, decidi pesquisar.

Me lembro de ter lido que gatos lambem para se lavar...mas eu não estava suja.

Mas os gatos também lambem para demonstrar confiança, carinho, proteção. Assim como lambem seus filhotes. Naquele momento entendi que estava sendo beijada.

Foi o ultimo beijo que ele me deu.

Não sei se, em seu sexto sentido, o Fred percebeu que suas sete vidas estavam chegando ao fim. Não sei se ele estava se despedindo ou demonstrando seu amor.

Seu amor era tão grande quanto o meu. Eu podia ver isso em seu olhar.

Eu posso sentir.

Fred foi o meu dono. E eu, fui sua humana de estimação.

*Maria Helena Pereira de Sá

"Esse texto foi escrito em 11 de abril de 2014, alguns dias depois da morte do Fred. Mas decidi programar para que seja publicado daqui a um tempo...seis meses, um ano... ainda não sei.
Quero que as emoções que me inspiram nesse momento, não se percam. 
Porém, não pretendo que essas páginas fiquem repletas de lamentações. Quero que a lembrança permaneça, mas só como saudade... sem lágrimas, sem dor."

quarta-feira, 25 de junho de 2014

E hoje, eu tenho que torcer para quem?

Brasileiro é apaixonado por futebol?

Sim... Mas toda regra tem sua exceção.

(Nem todo) Brasileiro é apaixonado por futebol!

Por mais chocante que essa afirmação possa ser para os milhares de fanáticos, ela é a mais pura verdade.

Existem pessoas que não conseguem entender qual a graça de ver 22 homens, correndo atrás de uma única bola.

Isso me lembra a "Síndrome do Espermatozoide"* (Já falei sobre ela em outro texto do blog).

Eu sei que muitas mulheres também assistem e até gostam de futebol... Só não sei se as razões delas são iguais às deles. Algumas mulheres gostam mesmo é de assistir os jogadores, e não o jogo!

De qualquer forma, futebol, como muitas outras atividades, não desperta o meu interesse... Talvez seja devido a minha falta de competitividade. Aprendi desde criança aquele lema: "O importante não é ganhar ou perder. O importante é participar."

-Então, tá! - Aceitei e segui em frente... Assistindo as pessoas desesperadas pela vitória do seu time... Como se os torcedores fossem ganhar uma parcela da renda do jogo, ou do salário de seu jogador favorito.

Entretanto, esse texto não é para analisar os torcedores (até porque, eu não sou analista... só finjo ser...kkk).

Esse texto pretende mostrar os efeitos da Copa do Mundo no Brasil. (E como não falar da Copa no Brasil! Nem eu sou tão alienada assim...)

Essa copa, que vem mexendo com os ânimos da população à meses, e gerando discussões acaloradas sobre essas ou aquelas razões.

Já vimos protestos contra a copa, milhares de pessoas nas ruas. Umas pacíficas, outras baderneiras, se aproveitando da situação para "chutar o balde", todos os baldes, as vitrines, as vidraças e tudo que viram pela frente.

Já falamos sobre as obras faraônicas, os futuros elefantes brancos, a qualidade das construções, a aparência, os acidentes com operários.

Já nos posicionamos contra mais esse absurdo, de gastar tanto dinheiro com futebol, em um país que carece de saúde, educação, infraestrutura, alimento, água...

E hoje, não literalmente hoje, porque o Brasil não joga hoje... Mas hoje (genericamente falando), vestimos a camisa amarela, enfeitamos carros e janelas com nossa linda bandeira, cantamos o hino em voz alta, mostrando o orgulho de ser brasileiro, e comemoramos cada gol suado, como a vitória de uma nação...

Dá para entender?

Esse é o efeito "Copa do Mundo no Brasil".

As pessoas assistem futebol, conversam sobre futebol, curtem futebol e torcem... não importa pra quem, desde que estejam participando ativamente desse grande evento de projeção mundial.

E nas conversas em frente à TV, vejo gente torcendo para ganhar o bolão, ou torcendo por jogadores que nem sabem o nome fazerem um gol.

Nossos milhões de "técnicos futebolísticos" palpitam sobre a escalação, sobre as decisões dos juízes, sobre a atuação dos bandeirinhas, e se aquele lance foi ou não um pênalti.

Alguns, mais honestos (ou mais humildes) confessam sua ignorância no assunto e logo perguntam: Por que estava impedido? Ah... Isso não pode?

E tem aqueles que seguem a onda da torcida, como aquele velho movimento de OLA, que já foi sucesso nas arquibancadas, e vão torcendo para quem os "especialistas" mandarem.

Assim, a pergunta mais ouvida na copa deve ser:

- E hoje, pra quem eu tenho que torcer?

Vamos torcer para lindos espetáculos nos campos, pela festa tranquila da torcida campeã, pela não-violência. Vamos torcer por um bom sistema de transporte público e pela falta de congestionamentos. Torcer por sorrisos, pela segurança de nosso povo e dos milhares de turistas. Vamos torcer pelo sucesso do mundial e para que os ambulantes faturem bastante nesse mês, e possam pagar suas contas atrasadas.

Vamos torcer pelo Brasil e pelos brasileiros! E torcer para que os estrangeiros levem para casa uma boa impressão, e voltem muitas vezes, para curtir nossa companhia e movimentar nossa economia.

Vamos torcer, reunindo os amigos e a família em uma grande festa, característica de nosso povo campeão nas diversas batalhas do dia-a-dia.

E se a nossa grande esperança, é chegar ao Hexa, vamos torcer para que nossos adversários não sejam mais fortes ou mais habilidosos com a bola, e que possamos derrotar uma a um, até erguermos a taça dourada.

Portanto, alguém aí pode me dizer:

- Pra quem eu devo torcer hoje? Quem vai jogar contra quem? Que horas vai ser o jogo?

- E o Brasil? Joga no sábado? ... Sacanagem, eu não trabalho no sábado, não vou ser dispensada mais cedo para ver o jogo em casa... Por que a FIFA não marcou todos os jogos para sexta-feira à tarde?

 #chateada, mas a torcida continua#

Maria Helena Pereira de Sá - Em ritmo de Copa do Mundo #Vamos lá Brasil !!!!!!#

domingo, 15 de junho de 2014

"Um aperto de mão? - Não, obrigada!" Prefiro beijar a Judith...

Bem vindo ao meu mundo!

Meu mundo não é perfeito mas é um local muito agradável de se viver. Estou sempre cercada de amigos e familiares, abraços e sorrisos, sonhos e deliciosas realidades.

No meu mundo tem uma órbita onde ficam meus amigos queridos, bem perto do meu coração.

Também tem um órbita maior, onde ficam os meu
s conhecidos, as pessoas com quem convivo, aquelas que vem e vão, algumas eu gosto mais, outras apenas conheço. Eles vivem no meu mundo, também em um lugar especial. Um lugar agradável de se viver!

Entretanto, no meu mundo, nem todo mundo pode viver.

No meu mundo sou eu que tomo as decisões, e algumas vezes, por razões muito específicas, eu costumo BANIR algumas pessoas desse lugar, para que ele continue sendo um local agradável de se viver.

Os banidos, são aqueles que roubaram minhas razões para sorrir, que perturbaram minhas noites bem dormidas, que sequestraram o brilho dos meus olhos ou assassinaram os meu sonhos...

Mesmo que esses crimes tenham sido cometidos por um curto período, esse período pode ter sido longo de mais para eu suportar. Esses crimes desequilibraram a harmonia do "meu mundo".

Mesmo que os meus sonhos sejam como a fênix, que renasce das cinzas...

Mesmo que eu seja capaz de sonhar novos sonhos, recuperar o brilho dos meus olhos, sorrir apesar das pedras no caminho... ainda assim, a punição para os banidos será eterna.

Não me peça para oferecer a outra face, porque o ferida anterior foi bem mais profunda.

Os banidos não merecem viver em meu mundo. Não merecem meu sorriso, meu olhar... Não merecem minha simpatia, e muito menos o meu perdão.

Os banidos não merecem nem que eu desperdice com eles minha boa educação.

Um aperto de mão?

Não, obrigada! (E eu ainda falei: obrigada!)

Não apertaria a mão de um banido, nem se ele estivesse afundando na lama... (o que, na verdade, ele está!).

O banido foi banido. Ponto final.

O banido não existe no meu mundo. Ponto final.

Entre apertar sua mão ou beijar a Judith* (do texto: A barata e eu)...

Prefiro mil vezes beijar a Judith, porque dela, sinto menos NOJO!!!!




*http://helena73sa.blogspot.com.br/2014/05/a-barata-e-eu.html

Maria Helena Pereira de Sá - autora do blog Páginas em Branco
helena73sa.blogspot.com

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Que saudades do Aurélio...

Quem se lembra do velho Aurélio?

Aurélio fez parte da minha vida, da vida de muitas pessoas que eu conheço e da vida de milhares de desconhecidos também.

Aurélio era um grande estudioso e ajudava a maioria dos estudantes.

Não sei dizer que idade tinha o Aurélio quando o conheci. Não sei se estava vivo ou morto, se era um gênio ou um louco.

Aurélio, era na verdade, um grande colecionador. Colecionava palavras e seus significados.

Há alguns anos, Aurélio era sinônimo de dicionário...

"-O que significa Sortilégio?"
"- Veja lá no Aurélio."

Podemos dizer que o Aurélio era o irmão caçula da enciclopédia. Hoje, ele é tio-avô do Google.

Gostaria de dizer que ele também é parente da Wikipédia, mas tenho medo que o Aurélio se revire no caixão.

Aurélio era um excelente profissional, com uma enorme responsabilidade nas mãos. Seu trabalho era sua reputação: Aurélio não podia cometer erros.

Mas, e hoje, quem responde pelos erros da Wikipédia?

A "enciclopédia livre da internet" tem resposta para milhares de questões, mas são os próprios internautas que alimentam seu sistema.

Acredito que haja uma análise ou revisão das informações, mas caso você encontre algum erro (como eu já encontrei), eles são aceitáveis, uma vez que você mesmo poderá corrigi-los.

O que me preocupa é que muitas pessoas não reconhecem os erros, e assim, aprendem e divulgam falsas definições.

Quem será o responsável por essa "falha de sistema"?

Que saudades do velho Aurélio...

Aurélio tinha palavra!

E ele mantinha o mesmo discurso para cada uma das pessoas que o consultasse.

Suas respostas eram sempre as mais acertadas.

Mas quem consulta o Aurélio hoje em dia?

Perdemos o Aurélio, perdemos nosso modelo de informação e hoje estamos perdidos nas páginas da internet. Páginas repletas de informações, mas sem a garantia de fidelidade educativa.

Hoje não citamos mais a fonte da informação. Citamos um site qualquer, que pode ter suas informações alteradas a qualquer momento, "desdizendo" o que tinha dito anteriormente, alterando significados e contextos.

Só o Aurélio tinha palavra! Tinha centenas de palavras...

Só no Aurélio eu podia confiar!

Ah... Saudades do Aurélio!

*Maria Helena Pereira de Sá
Autora do blog Páginas em Branco - helena73sa.blogspot.com

quinta-feira, 29 de maio de 2014

A barata e eu

Encontrei uma barata morta. Deitada de barriga pra cima ao lado de minha cadeira no novo local de trabalho.

Será que tem muitas baratas por aqui?

E essa? Faço o que com ela?

Ainda estou com meu pãozinho do café da manhã nas mãos...

Deixo ela ali mais um pouquinho e termino meu café, ainda concentrada na barata.

De que será que ela morreu? Velhice? Cansaço? Um ataque cardíaco fulminante?

- Ei, Barata! Você está morta mesmo?

Faço um movimento perto de suas antenas e ela fica estática.

Fico estática também, só observando...

-Ops! Acho que a antena se mexeu...

Mais alguns segundos...

As patas se mexeram também!

Ela está viva!!!! Barata bandida... Tentando me enganar.

Imagine se eu resolvo pegar a defunta com um pedaço de papel higiênico...Argh... Era capaz de ela sair correndo, subindo pelo meu braço.

Já me vejo gritando feito uma louca, arrancando o casaco, a blusa... e logo, meus colegas chegam e veem essa cena bizarra, sem saber da existência da barata aspirante à atriz.

Não mexo nela, ela não mexe comigo.

Acho que ela resolveu dormir de barriga pra cima durante a noite, e agora não consegue desvirar.

Meu sanduba acabou... continuo concentrada na barata.

Ela ainda se mexe de vez em quando, tentando mudar de posição.

E eu, enquanto escrevo, fico pensando se devo esperar um homem forte e corajoso chegar para matar a barata, ou se vou ter que fazer esse serviço sujo com minhas próprias mãos, digo, com meu próprio pé.

Ai... isso é tão nojento!

Eu devia acabar logo com esse sofrimento, o meu e o da barata, e assassiná-la de uma vez por todas. Já procurei veneno e não encontrei. Vou ter que pisar.

Não quero nem ver! Mas se eu jogar um papel em cima dela, certamente ela conseguirá fugir.

Eu escrevo esse texto, olho a barata, escrevo de novo, olho mais uma vez.

Por que será que eu não tenho coragem de dar um fim à essa angustia e ansiedade?

Eu sei porque.

Se eu matar a barata logo, será o fim dessa história. A barata, apesar de nojenta, é minha musa inspiradora.

Acho que ela está fazendo uma pose... Sim!!!! Grande idéia, a da barata, vou tirar uma foto.

Depois eu finalizo a história.

Pronto, a foto ficou ótima. Estou pensando até em dar um nome pra barata. Acho que vou chamá-la de Judith.

Judith, a barata atriz!

E agora? Bem que dizem que não devemos dar nomes... Me apeguei à Judith. Tão nova para morrer... Tantos caminhos pela frente.

E se eu segurasse ela pela antena, caminhasse uns cinco quilômetros e a soltasse em uma rua qualquer?

Será que isso também seria considerado abandono de animais?

Judith agora tem seu destino incerto: Morte ou abandono?

Ah, Judith.... O que vou fazer com você?

Ninguém chega para me ajudar...

Maria Helena Pereira de Sá - Escritora
Autora do blog: Páginas em Branco





terça-feira, 20 de maio de 2014

Com TPM não se brinca!

TPM é coisa séria. Fácil fácil de identificar.

Quem precisa de calendário pra saber como andam seus hormônios? Eu não.

A TPM vem como uma enxaqueca, forte e arrasadora. Se em uma, as luzes e os barulhos incomodam, na outra, todo o resto passa a incomodar.

Talvez, fugir para uma ilha deserta fosse a solução. Se isolar na montanha mais alta, em uma caverna, em cantos longínquos do universo sideral... mas não, nada disso iria adiantar. A simples certeza da existência já parece uma coisa irritante, e quando não se tem um alvo para mirar sua tensão, o alvo passa a ser você mesma, seu presente, seu passado, seu futuro. Tudo o que você fez, fosse certo ou errado, e tudo o que você deixou de fazer.

Há que se ter um autocontrole sobrenatural para não deixar explodir a bomba de hormônios que invade seu ser. Há que se tornar uma super mulher, para manter o sorriso no rosto e calar os impropérios que vem a mente a todo instante.

Ouvi dizer que uma criminosa foi absolvida em julgamento, após ter cometido um crime sob os efeitos dessa tal TPM. Acho justo, acho sim!

Poucos seriam capazes de lidar com as oscilações temperamentais causadas nessa fase. Imagine os homens, que com uma simples fechada no trânsito já se enfurecem? Se eles sofressem com a TPM, assassinariam uma dúzia de motoristas a cada ciclo menstrual.

Mas os homens, eles não acreditam em TPM. Acham que é frescura, bobagem, invenção. Grave mesmo é uma febre de 37,5 quando eles ficam resfriados.

E chamam as mulheres de loucas! Estressadas!

-Vá lavar uma louça que passa!

Ah... Se algum soltar uma dessas para mim... Eu tiro minha capa de Mulher Maravilha, encarno aquela menina d'O Exorcista, e vamos ver o que vai acontecer....

Depois é só procurar na internet, o nome daquele advogado que conseguiu a absolvição da cliente, e sair pra dar uma volta no shopping.

TPM é coisa séria! Tão séria, que eu acho que deveríamos ser obrigadas a usar camisetas com alertas de nosso estado hormonal :

-Afaste-se! Risco de morte!

quinta-feira, 8 de maio de 2014

"Um dia de sol...e de muita inspiração"



Onde está o horizonte?


Aquela linha tênue que separa o céu do mar e nos mostra a todo instante que não existe um limite onde a gente possa chegar.


Sigamos em frente, então...


Pessoas passam correndo para lá e para cá. Ciclistas pedalam. Crianças brincam ruidosamente, despreocupadamente.


Por que será que não admiramos mais o voo dos pássaros, ou a água que jorra das fontes, em um espetáculo refrescante e incansável?


Posso ver um arco-iris se formando com os raios de sol.


Por que será que nos sentimos obrigados a ter todas as respostas, se ainda há tantas perguntas a fazer?


Qual é o significado dessa jornada?


Somos todos tão diferentes, e ainda assim, cobramos todo o tempo que as pessoas ajam como nós.


Interesses diversos, sentimentos distintos, cada qual com seu papel nessa peça infinita que é a vida.


O calor que aquece o corpo, aquece a alma. Seja o dos raios de sol, seja o de um abraço apertado.


O momento é agora!


Jamais existirá outro dia igual a esse. Jamais existirá uma chance melhor.


Viver é arriscar todas as fichas em busca da felicidade. Mas a felicidade está em todo lugar.


A felicidade é estar sentada no banco da praça. Ela é o banco. Ela é a praça. É a sombra das árvores e o latido de um cão.


Óculos escuros no rosto de uma criança. Um sorriso. Uma lembrança.


É ter a mente cheia de idéias e não ter pressa para chegar: O horizonte também é aqui.


Esse cenário faz parte da paisagem, faz parte da jornada.


Pare um instante. Respire profundamente.


Absorva o mundo ao redor, os sons, as cores...


Concentre-se.


Esse é o seu lugar, seu mundo, sua vida, seu tudo, seu ar... sua paz!


...

...

...


Eu poderia ficar nessa praça a vida toda, mas em algum momento a praça não teria o mesmo encanto.


O canto dos pássaros que acaricia os meus ouvidos deixaria de ser canto e viraria o meu tormento.


Eu poderia ser uma árvore, dançando ao sabor dos ventos, mas a imobilidade de minhas raízes seria minha condenação.


Eu poderia ser tantas coisas, mas se eu fosse, não seria mais eu.


Assim sendo, volto outra hora... para desfrutar o prazer de tudo que não sou, mas que me torna mais feliz.


*Um dia de sol... e de muita inspiração.

Maria Helena Pereira de Sá

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Brasil - O país do... (Do quê mesmo, heim?)

O Brasil não é um país muito sério. Não é nada sério!

Brasil é o país do carnaval, do futebol, do jeitinho brasileiro.

O Brasil é o país das festas de rua, dos feriados prolongados e das ruas e estradas congestionadas.

Como dizia a música: Que país é esse?

Em pleno ano de copa do mundo, os estádios não estão prontos. Aliás, falta pouco mais de um mês para o início dos jogos, e boa parte das obras de apoio sequer começou... e nem vai começar.

O dinheiro previsto já foi gasto... já se gastou muito além das previsões.

Os estádios ficarão lindos... mas as pessoas ainda morrem nas filas dos hospitais. "Mas não se faz copa com hospitais" - disse o atleta que tem dinheiro para se tratar onde bem entender, e ainda vai de jatinho, para não enfrentar o caos do transporte público.

Tanto faz... O Brasil é o país dos sorrisos. As pessoas sorriem mesmo quando não tem dentes para mostrar. Sorriem com os olhos, apesar dos tormentos diários.

Esse é o Brasil. O país dos caras pintadas, dos protestos nas ruas... e o país dos "sem memória", que depois de um tempo, assistem as notícias sentados no sofá de suas casas, reclamando dos políticos em quem votaram meses atrás... Os mesmos que acabarão sendo reeleitos nas próximas eleições.

O Brasil é o país de todos os povos. De várias culturas. E cada um é bem recebido, não importa se vem de outro estado ou outro país... (exceto os médicos Cubanos - coitados, nem tem culpa!).

O Brasil é um país livre! Onde uma princesa, que empunhou uma caneta, ao invés de uma espada, assinou uma lei libertando todos os escravos... Mesmo que ainda exista alguns trabalhadores escravizados em seus próprios empregos, e uns tais médicos Cubanos - coitados, nem tem culpa!

É o país da malandragem, da corrupção, do "levar vantagem". Mas ainda tem pessoas que se doam em trabalhos voluntários, que fazem o bem indistintamente.

O Brasil é o país que não anda, o país da burocracia, e são tantos processos e tantos memorandos... são tantas assinaturas e perguntas sem respostas. O país das filas, das balas perdidas e achadas.

E no meio de tudo isso, chego a conclusão de que o Brasil é o país da amizade!

Nesse país de gente tão calorosa, são os amigos que te salvam nas horas difíceis.

Interessante é ter um grupo eclético de amigos:
- o advogado, que te dará a assistência jurídica, e um desconto nos honorários;
- o médico, que atenderá sua ligação às 3 da manhã, e te indicará um bom especialista para qualquer doença que você venha a ter;
- a balconista de loja que te avisará das novas coleções;
- ou a moça da padaria, que te contará que o bolo no expositor já está vencido à dias;
- o funcionário público que te dará as mais simples respostas, que estão por trás de alguns toques no teclado do computador, e que mesmo assim, levariam semanas para chegar ao seu alcance...

Ter amigos, não significa que você está sendo corrupto ou se corrompendo.

Você deixa de ser mais um na imensa fila do INSS, quando você fala para o médico que é irmão da professora do filho dele.

E o aluno, deixa de ser um número, quando a professora descobre que ele é filho do médico de seu irmão.

De repente, no "país da amizade", se descobre que os fios que conectam as pessoas, as tornam parte de uma mesma teia, uma mesma tribo... e que somos todos amigos... ou amigos dos amigos de nossos amigos.

E na vida real, teremos também, uma rede social, que nos conecta, nos une, e nos dá a certeza de que não estamos sozinhos.

Aqui, no país de todas as raças e todas as cores, conquistaremos um milhão de amigos.

Pois o Brasil é amigo. Ele te abraça, te conforta, te apoia, te protege.

Brasil - O país da amizade!


quinta-feira, 24 de abril de 2014

O Crash da Bolsa - O maior drama da história

Vocês já ouviram falar sobre o Crash da Bolsa?

Nos livros de história, sempre tem um capítulo dedicado ao dia em que a Bolsa quebrou. Foi um pânico geral, pessoas se suicidaram, ficaram pobres da noite para o dia. Aquele data fatídica ficou conhecida como a quinta-feira negra...

Mas esse fato, não é considerado o maior drama da história.

A história que eu vou contar, essa sim, é de causar arrepios em milhares de mulheres. Muitas de nós, já teve pesadelos com o "Crash da Bolsa"...

Essa histórias começa numa segunda-feira. Afinal, não há dia mais negro do que uma segunda-feira.

Maria trabalha de sol a sol todos os dias da semana, e ainda faz uns "bicos" no sábado para conseguir um dinheirinho a mais para gastar no pagode.

A cerveja de fim de semana é sagrada!

Ela sai do serviço, pega o ônibus lotado, abafado e cheio de peão folgado... daqueles que ficam tentado se esfregar nas gostosas do lotação, e depois chega em casa na maior cara de pau e faz pose de um bom pai de família, um sujeito trabalhador.

Maria pensa nas cariocas indo pra a praia, com uma ponta de inveja, mas sabe que o tempo é curto e ainda tem muito o que fazer. Desce do ônibus, sobe a ladeira apressada, encontra a Dona Sonia, a Sueli e Seo Jorge da quitanda. São tantos amigos até finalmente chegar em casa, e ela conversa, cumprimenta, escuta uns lamentos, e com toda sua simpatia, Maria vai saindo de fininho, meio de lado, meio correndo, subindo as escadas, se estreitando nas vielas, imaginando quanto tempo vai levar para chapinhar os cabelos, pintar as unhas e tomar um bom banho para espantar o cansaço.

E ela coloca uma roupa bonita, uma saia curta, um sapato altíssimo - eu mal consigo caminhar com esses saltos, e Maria vai sambar a noite toda - ela vai pagodear...

Cerveja gelada, brilho nos lábios, homem charmosos, muita risada, o corpo suado... e a noite passa depressa demais.

No domingo, família reunida, bronzeado na lage, frango e farofa, café com bolo quentinho, Maria ainda ajeita a própria casa, lava a roupa, pendura, dá uma olhada nos filhos da vizinha que foi visitar o marido na cadeia, e tenta ler os livros da escola, porque sabe que com a estudo já está difícil, melhor não bobear... Semana de prova, consulta no médico, roupa limpa, desodorante, chinelo para a caminhada e sapato para a entrevista de emprego...

Sim, a segunda-feira está a caminho. O início da semana, dia de começar as dietas, se matricular na academia, tantos planos e esperanças.

Segunda-feira. Tudo começa na segunda-feira. É dada a largada para o corre-corre.

Mas nessa segunda tudo parou!

Tempestade, ruas cheias, protestos, ônibus incendiado. Tudo errado. Maria atrasada para a entrevista, chinelo arrebentado, pé torcido em um buraco da rua... essas ruas esburacadas! Esse governo desgovernado...

Estava tudo tão certo, mas começou dando errado. Maria decide pegar o metrô, desce apressada as escadas, entra no trem, vê as horas na tela do celular... ainda dá tempo. Esse emprego é importante, vai melhorar de vida, conhecer gente importante, ter tempo para se dedicar aos estudos, largar o "bico", e de repente... ir à praia num desses finais de semana.

Sim, vai dar tempo. Ela desce na estação, corre pra rua, esquece da chuva, uma carro passa na poça e Maria toma um banho de água suja da cabeça aos pés.

Segunda-feira negra, como o céu numa manhã de tempestade, mas ainda há esperança-ela é a última que morre - e ela se lembra da roupa limpa na bolsa, do pente e do desodorante, e das 1929 coisas que carrega nos ombros, uma parte de sua casa, um pedaço de sua vida. Mas passa o pivete, no centro da cidade, e vê aquela bolsa tão cheia, e a moça tão distraída olhando as horas de novo e guardando o celular no bolso lateral.

O pivete não tem piedade, é segunda-feira pra ele também. Uma segunda-feira negra, com poucas bolsas dando sopa na chuva.

O pivete corre, Maria caminha, a bolsa pesada pendurada no ombro esquerdo, o pivete agarra a bolsa, Maria segura a alça, um puxa daqui, outro força dali...e a pobre bolsa encharcada, comprada na Vinte e Cinco de Março, não aguenta o tranco e se rompe, se rasga, se esgarça, e espalha as 1929 coisas de Maria: o batom, a agenda, os livros da escola, a roupa limpa, a carteira de trabalho, a proposta de emprego, a entrevista no escritório do doutor advogado, a lixa de unha, as canetas, o pacotinho de bolachas, seu mundo, seu tudo... a bolsa arrebentada, o pivete correndo com o aparelho celular que de dez prestações só tem duas pagas... A Quebra da Bolsa. O Crash da Bolsa. 1929 coisas. Segunda-feira negra. Tudo acabado.

Maria chora, sentada no chão, misturando à chuva as lágrimas salgadas. E pensa que é o fim, enquanto uma pequena multidão que assistiu toda a cena, volta a perambular pela rua, seguindo seu caminho, sem pensar que um dia, nos livros da escola, estudou sobre o Crash da Bolsa. Uma pequena multidão que não conhece Maria, e que não sabe que acabou de assistir o Crash da Bolsa de Maria. O suicídio de suas esperanças. A segunda-feira mais negra que a quinta... pelo menos para aquela moça. Chorando na calçada.

Mas amanhã, será outro dia. E quem sabe a terça seja um novo dia para recomeçar. Uma nova segunda-feira. Uma semente de esperança... E quem sabe, na terça, haja um lindo dia de sol para despertar Maria para um novo dia.

*Maria Helena Pereira de Sá

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Qual o tamanho de sua casa?

Tem gente que vive em palácio, em casebre, kitnet ou mansão.

Mas não são os metros quadrados que definem o tamanho de sua casa.

Sua casa é do tamanho que você desejar. É você quem escolhe seus limites, e esses podem ir muito além de portas e paredes.

Algumas pessoas se sentem bem sob um céu estrelado,  ou um campo aberto onde a visão não alcança os horizontes. Outras pessoas se escondem em conchas, tal qual caramujos. Pessoas que se escondem em cavernas, abrigadas dos perigos e dos predadores.

Uma casa (ou apartamento) pode ser pequena demais para um só morador, ou pode ter espaço suficiente para festas diárias, reuniões de família, encontros entre amigos, ou até mesmo, para acomodar todos juntos.

E mesmo, que em alguns endereços das grandes cidades, não seja possível vislumbrar o horizonte, mesmo que de sua janela você possa observar os movimentos dos apartamentos do prédio vizinho, isso não significa que você seja obrigado a cerrar as cortinas, e se isolar do mundo lá fora.

Porém, não são portas, janelas ou cortinas que oprimem um ambiente tornando-o menor do que ele realmente é. Aliás, pensando bem, tem uma única porta que é capaz de reduzir e oprimir os espaços de uma moradia: A porta de entrada.

Quando as portas de uma casa estão sempre abertas para receber as visitas, e a casa, assim como o coração, sempre tem espaço para mais um, as leis da física caem por terra e o sistema métrico se torna uma fraude, pois o espaço interno se multiplica mil vezes e nem mesmo as paredes sólidas conseguem definir os limites e a capacidade daquele local.

Incrível como um lugar pode abrigar tão confortavelmente cada pessoa, não importando a faixa etária, o grupo, ou "a tribo" a qual ela pertence.

A luz que ilumina os ambientes não vem de lâmpadas, vem dos sorrisos. O calor é humano. O aconchego é o abraço de boas vindas. Os sons vem das conversas, das risadas. Os cheiros que invadem o ambiente são o anúncio da próxima refeição.

Todos os sentidos são estimulados e acariciados, produzindo um sentimento de bem estar. Um deslumbramento só comparado ao de uma criança que caça vagalumes em uma noite estrelada.

Ainda que alguns prefiram viver na gruta escura, e que as cortinas permaneçam fechadas para evitar os olhares curiosos dos vizinhos, existem aqueles que tem consciência de que cortinas fechadas impedem a entrada dos raios de sol.

E o sol...

O sol é essencial à vida.

É o sol que dá energia as plantas para que elas cresçam fortes e verdinhas.

O sol ilumina, aquece, transforma. E ele pode transformar você e sua casa. Iluminar sua vida e ampliar seus horizontes.

E ele pode te ensinar a ser o sol de seu próprio lar, fazendo germinar as relações e mostrando como aquecer os corações.

*Maria Helena Pereira de Sá

(Esse texto é dedicado à Flávia Sá, que me fez enxergar, mais uma vez, a diferença entre uma casa e um lar) - Flávia, minha casa sempre estará de portas abertas para você. E depois de cada voo, venha fazer um pouso nesse seu 2º lar, em sua fortaleza.




domingo, 13 de abril de 2014

Surpreenda -me

Quando a gente passa pelo mesmo caminho várias e várias vezes, a gente passa a conhecer cada curva da estrada, cada buraco daquele caminho...

É bom saber onde estão os buracos porque mesmo que você esteja guiando atrás de um ônibus, você posiciona seu veículo no lugar exato para não cair nas armadilhas da pista.

Na vida também é assim.

Muitas vezes, quando você vive determinada situação, você sabe exatamente o que vai acontecer no próximo segundo. E isso não tem nada a ver com sexto sentido!

Algumas situações ficam guardadas em nossa memória de tal forma, que se tornam um roteiro, que certamente será seguido em uma situação semelhante.

Dessa forma, conseguimos prever a reação, antes mesmo que seja feita alguma ação, e podemos escolher qual caminho seguir.

Infelizmente, quando temos a frieza de optar por essa ou aquela atitude, em um momento em que as emoções falariam mais alto, isso pode significar que a razão, à muito, superou a emoção.

Quando você pode prever tão fielmente, uma cena que ainda não aconteceu, e escolhe evitá-la, significa que a vida está entediante e repetitiva.

Recorrendo a outro arquivo da memória, lembro-me de uma cena do filme de animação: Ratatouille.

Quando o crítico vai ao restaurante, e faz seu pedido ao garçom, sem especificar exatamente qual o prato que deseja provar, o garçom fica perdido, sem saber o que anotar,... e o crítico diz: SURPREENDA-ME!!!

Todos nós desejamos ser inesperadamente surpreendidos. Desejamos que, contra todos os arquivos repetitivos de nossa memória, uma ação gere uma nova reação.

Desejamos que os roteiros sejam rasgados e que a vida siga novamente em uma série de improvisos.

Desejamos ser surpreendidos com novas atitudes, novas formas de carinho, novas palavras...

Em algum momento do caminho, nos sentimos cansados... e antes que um cochilo na pista cause um acidente de maiores proporções, seria bom que houvesse um novo atrativo na paisagem... uma pausa para um cafezinho ... ou simplesmente uma placa, um aviso, um lembrete dizendo para seguirmos em frente mais atentos...porque a estrada pode ser sempre a mesma, mas tem sempre algo que muda na paisagem, ou um detalhe que ainda não percebemos, como o início de uma nova estação...

A estrada não é sempre a mesma!!! E nós não precisamos ser sempre os mesmos também!!!

Fuja dos roteiros mal escritos... Viva mais, viva melhor, seja feliz!!!!

*Maria Helena Pereira de Sá
(escrito em 07/10/2013)