sexta-feira, 25 de abril de 2014

Brasil - O país do... (Do quê mesmo, heim?)

O Brasil não é um país muito sério. Não é nada sério!

Brasil é o país do carnaval, do futebol, do jeitinho brasileiro.

O Brasil é o país das festas de rua, dos feriados prolongados e das ruas e estradas congestionadas.

Como dizia a música: Que país é esse?

Em pleno ano de copa do mundo, os estádios não estão prontos. Aliás, falta pouco mais de um mês para o início dos jogos, e boa parte das obras de apoio sequer começou... e nem vai começar.

O dinheiro previsto já foi gasto... já se gastou muito além das previsões.

Os estádios ficarão lindos... mas as pessoas ainda morrem nas filas dos hospitais. "Mas não se faz copa com hospitais" - disse o atleta que tem dinheiro para se tratar onde bem entender, e ainda vai de jatinho, para não enfrentar o caos do transporte público.

Tanto faz... O Brasil é o país dos sorrisos. As pessoas sorriem mesmo quando não tem dentes para mostrar. Sorriem com os olhos, apesar dos tormentos diários.

Esse é o Brasil. O país dos caras pintadas, dos protestos nas ruas... e o país dos "sem memória", que depois de um tempo, assistem as notícias sentados no sofá de suas casas, reclamando dos políticos em quem votaram meses atrás... Os mesmos que acabarão sendo reeleitos nas próximas eleições.

O Brasil é o país de todos os povos. De várias culturas. E cada um é bem recebido, não importa se vem de outro estado ou outro país... (exceto os médicos Cubanos - coitados, nem tem culpa!).

O Brasil é um país livre! Onde uma princesa, que empunhou uma caneta, ao invés de uma espada, assinou uma lei libertando todos os escravos... Mesmo que ainda exista alguns trabalhadores escravizados em seus próprios empregos, e uns tais médicos Cubanos - coitados, nem tem culpa!

É o país da malandragem, da corrupção, do "levar vantagem". Mas ainda tem pessoas que se doam em trabalhos voluntários, que fazem o bem indistintamente.

O Brasil é o país que não anda, o país da burocracia, e são tantos processos e tantos memorandos... são tantas assinaturas e perguntas sem respostas. O país das filas, das balas perdidas e achadas.

E no meio de tudo isso, chego a conclusão de que o Brasil é o país da amizade!

Nesse país de gente tão calorosa, são os amigos que te salvam nas horas difíceis.

Interessante é ter um grupo eclético de amigos:
- o advogado, que te dará a assistência jurídica, e um desconto nos honorários;
- o médico, que atenderá sua ligação às 3 da manhã, e te indicará um bom especialista para qualquer doença que você venha a ter;
- a balconista de loja que te avisará das novas coleções;
- ou a moça da padaria, que te contará que o bolo no expositor já está vencido à dias;
- o funcionário público que te dará as mais simples respostas, que estão por trás de alguns toques no teclado do computador, e que mesmo assim, levariam semanas para chegar ao seu alcance...

Ter amigos, não significa que você está sendo corrupto ou se corrompendo.

Você deixa de ser mais um na imensa fila do INSS, quando você fala para o médico que é irmão da professora do filho dele.

E o aluno, deixa de ser um número, quando a professora descobre que ele é filho do médico de seu irmão.

De repente, no "país da amizade", se descobre que os fios que conectam as pessoas, as tornam parte de uma mesma teia, uma mesma tribo... e que somos todos amigos... ou amigos dos amigos de nossos amigos.

E na vida real, teremos também, uma rede social, que nos conecta, nos une, e nos dá a certeza de que não estamos sozinhos.

Aqui, no país de todas as raças e todas as cores, conquistaremos um milhão de amigos.

Pois o Brasil é amigo. Ele te abraça, te conforta, te apoia, te protege.

Brasil - O país da amizade!


quinta-feira, 24 de abril de 2014

O Crash da Bolsa - O maior drama da história

Vocês já ouviram falar sobre o Crash da Bolsa?

Nos livros de história, sempre tem um capítulo dedicado ao dia em que a Bolsa quebrou. Foi um pânico geral, pessoas se suicidaram, ficaram pobres da noite para o dia. Aquele data fatídica ficou conhecida como a quinta-feira negra...

Mas esse fato, não é considerado o maior drama da história.

A história que eu vou contar, essa sim, é de causar arrepios em milhares de mulheres. Muitas de nós, já teve pesadelos com o "Crash da Bolsa"...

Essa histórias começa numa segunda-feira. Afinal, não há dia mais negro do que uma segunda-feira.

Maria trabalha de sol a sol todos os dias da semana, e ainda faz uns "bicos" no sábado para conseguir um dinheirinho a mais para gastar no pagode.

A cerveja de fim de semana é sagrada!

Ela sai do serviço, pega o ônibus lotado, abafado e cheio de peão folgado... daqueles que ficam tentado se esfregar nas gostosas do lotação, e depois chega em casa na maior cara de pau e faz pose de um bom pai de família, um sujeito trabalhador.

Maria pensa nas cariocas indo pra a praia, com uma ponta de inveja, mas sabe que o tempo é curto e ainda tem muito o que fazer. Desce do ônibus, sobe a ladeira apressada, encontra a Dona Sonia, a Sueli e Seo Jorge da quitanda. São tantos amigos até finalmente chegar em casa, e ela conversa, cumprimenta, escuta uns lamentos, e com toda sua simpatia, Maria vai saindo de fininho, meio de lado, meio correndo, subindo as escadas, se estreitando nas vielas, imaginando quanto tempo vai levar para chapinhar os cabelos, pintar as unhas e tomar um bom banho para espantar o cansaço.

E ela coloca uma roupa bonita, uma saia curta, um sapato altíssimo - eu mal consigo caminhar com esses saltos, e Maria vai sambar a noite toda - ela vai pagodear...

Cerveja gelada, brilho nos lábios, homem charmosos, muita risada, o corpo suado... e a noite passa depressa demais.

No domingo, família reunida, bronzeado na lage, frango e farofa, café com bolo quentinho, Maria ainda ajeita a própria casa, lava a roupa, pendura, dá uma olhada nos filhos da vizinha que foi visitar o marido na cadeia, e tenta ler os livros da escola, porque sabe que com a estudo já está difícil, melhor não bobear... Semana de prova, consulta no médico, roupa limpa, desodorante, chinelo para a caminhada e sapato para a entrevista de emprego...

Sim, a segunda-feira está a caminho. O início da semana, dia de começar as dietas, se matricular na academia, tantos planos e esperanças.

Segunda-feira. Tudo começa na segunda-feira. É dada a largada para o corre-corre.

Mas nessa segunda tudo parou!

Tempestade, ruas cheias, protestos, ônibus incendiado. Tudo errado. Maria atrasada para a entrevista, chinelo arrebentado, pé torcido em um buraco da rua... essas ruas esburacadas! Esse governo desgovernado...

Estava tudo tão certo, mas começou dando errado. Maria decide pegar o metrô, desce apressada as escadas, entra no trem, vê as horas na tela do celular... ainda dá tempo. Esse emprego é importante, vai melhorar de vida, conhecer gente importante, ter tempo para se dedicar aos estudos, largar o "bico", e de repente... ir à praia num desses finais de semana.

Sim, vai dar tempo. Ela desce na estação, corre pra rua, esquece da chuva, uma carro passa na poça e Maria toma um banho de água suja da cabeça aos pés.

Segunda-feira negra, como o céu numa manhã de tempestade, mas ainda há esperança-ela é a última que morre - e ela se lembra da roupa limpa na bolsa, do pente e do desodorante, e das 1929 coisas que carrega nos ombros, uma parte de sua casa, um pedaço de sua vida. Mas passa o pivete, no centro da cidade, e vê aquela bolsa tão cheia, e a moça tão distraída olhando as horas de novo e guardando o celular no bolso lateral.

O pivete não tem piedade, é segunda-feira pra ele também. Uma segunda-feira negra, com poucas bolsas dando sopa na chuva.

O pivete corre, Maria caminha, a bolsa pesada pendurada no ombro esquerdo, o pivete agarra a bolsa, Maria segura a alça, um puxa daqui, outro força dali...e a pobre bolsa encharcada, comprada na Vinte e Cinco de Março, não aguenta o tranco e se rompe, se rasga, se esgarça, e espalha as 1929 coisas de Maria: o batom, a agenda, os livros da escola, a roupa limpa, a carteira de trabalho, a proposta de emprego, a entrevista no escritório do doutor advogado, a lixa de unha, as canetas, o pacotinho de bolachas, seu mundo, seu tudo... a bolsa arrebentada, o pivete correndo com o aparelho celular que de dez prestações só tem duas pagas... A Quebra da Bolsa. O Crash da Bolsa. 1929 coisas. Segunda-feira negra. Tudo acabado.

Maria chora, sentada no chão, misturando à chuva as lágrimas salgadas. E pensa que é o fim, enquanto uma pequena multidão que assistiu toda a cena, volta a perambular pela rua, seguindo seu caminho, sem pensar que um dia, nos livros da escola, estudou sobre o Crash da Bolsa. Uma pequena multidão que não conhece Maria, e que não sabe que acabou de assistir o Crash da Bolsa de Maria. O suicídio de suas esperanças. A segunda-feira mais negra que a quinta... pelo menos para aquela moça. Chorando na calçada.

Mas amanhã, será outro dia. E quem sabe a terça seja um novo dia para recomeçar. Uma nova segunda-feira. Uma semente de esperança... E quem sabe, na terça, haja um lindo dia de sol para despertar Maria para um novo dia.

*Maria Helena Pereira de Sá

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Qual o tamanho de sua casa?

Tem gente que vive em palácio, em casebre, kitnet ou mansão.

Mas não são os metros quadrados que definem o tamanho de sua casa.

Sua casa é do tamanho que você desejar. É você quem escolhe seus limites, e esses podem ir muito além de portas e paredes.

Algumas pessoas se sentem bem sob um céu estrelado,  ou um campo aberto onde a visão não alcança os horizontes. Outras pessoas se escondem em conchas, tal qual caramujos. Pessoas que se escondem em cavernas, abrigadas dos perigos e dos predadores.

Uma casa (ou apartamento) pode ser pequena demais para um só morador, ou pode ter espaço suficiente para festas diárias, reuniões de família, encontros entre amigos, ou até mesmo, para acomodar todos juntos.

E mesmo, que em alguns endereços das grandes cidades, não seja possível vislumbrar o horizonte, mesmo que de sua janela você possa observar os movimentos dos apartamentos do prédio vizinho, isso não significa que você seja obrigado a cerrar as cortinas, e se isolar do mundo lá fora.

Porém, não são portas, janelas ou cortinas que oprimem um ambiente tornando-o menor do que ele realmente é. Aliás, pensando bem, tem uma única porta que é capaz de reduzir e oprimir os espaços de uma moradia: A porta de entrada.

Quando as portas de uma casa estão sempre abertas para receber as visitas, e a casa, assim como o coração, sempre tem espaço para mais um, as leis da física caem por terra e o sistema métrico se torna uma fraude, pois o espaço interno se multiplica mil vezes e nem mesmo as paredes sólidas conseguem definir os limites e a capacidade daquele local.

Incrível como um lugar pode abrigar tão confortavelmente cada pessoa, não importando a faixa etária, o grupo, ou "a tribo" a qual ela pertence.

A luz que ilumina os ambientes não vem de lâmpadas, vem dos sorrisos. O calor é humano. O aconchego é o abraço de boas vindas. Os sons vem das conversas, das risadas. Os cheiros que invadem o ambiente são o anúncio da próxima refeição.

Todos os sentidos são estimulados e acariciados, produzindo um sentimento de bem estar. Um deslumbramento só comparado ao de uma criança que caça vagalumes em uma noite estrelada.

Ainda que alguns prefiram viver na gruta escura, e que as cortinas permaneçam fechadas para evitar os olhares curiosos dos vizinhos, existem aqueles que tem consciência de que cortinas fechadas impedem a entrada dos raios de sol.

E o sol...

O sol é essencial à vida.

É o sol que dá energia as plantas para que elas cresçam fortes e verdinhas.

O sol ilumina, aquece, transforma. E ele pode transformar você e sua casa. Iluminar sua vida e ampliar seus horizontes.

E ele pode te ensinar a ser o sol de seu próprio lar, fazendo germinar as relações e mostrando como aquecer os corações.

*Maria Helena Pereira de Sá

(Esse texto é dedicado à Flávia Sá, que me fez enxergar, mais uma vez, a diferença entre uma casa e um lar) - Flávia, minha casa sempre estará de portas abertas para você. E depois de cada voo, venha fazer um pouso nesse seu 2º lar, em sua fortaleza.




domingo, 13 de abril de 2014

Surpreenda -me

Quando a gente passa pelo mesmo caminho várias e várias vezes, a gente passa a conhecer cada curva da estrada, cada buraco daquele caminho...

É bom saber onde estão os buracos porque mesmo que você esteja guiando atrás de um ônibus, você posiciona seu veículo no lugar exato para não cair nas armadilhas da pista.

Na vida também é assim.

Muitas vezes, quando você vive determinada situação, você sabe exatamente o que vai acontecer no próximo segundo. E isso não tem nada a ver com sexto sentido!

Algumas situações ficam guardadas em nossa memória de tal forma, que se tornam um roteiro, que certamente será seguido em uma situação semelhante.

Dessa forma, conseguimos prever a reação, antes mesmo que seja feita alguma ação, e podemos escolher qual caminho seguir.

Infelizmente, quando temos a frieza de optar por essa ou aquela atitude, em um momento em que as emoções falariam mais alto, isso pode significar que a razão, à muito, superou a emoção.

Quando você pode prever tão fielmente, uma cena que ainda não aconteceu, e escolhe evitá-la, significa que a vida está entediante e repetitiva.

Recorrendo a outro arquivo da memória, lembro-me de uma cena do filme de animação: Ratatouille.

Quando o crítico vai ao restaurante, e faz seu pedido ao garçom, sem especificar exatamente qual o prato que deseja provar, o garçom fica perdido, sem saber o que anotar,... e o crítico diz: SURPREENDA-ME!!!

Todos nós desejamos ser inesperadamente surpreendidos. Desejamos que, contra todos os arquivos repetitivos de nossa memória, uma ação gere uma nova reação.

Desejamos que os roteiros sejam rasgados e que a vida siga novamente em uma série de improvisos.

Desejamos ser surpreendidos com novas atitudes, novas formas de carinho, novas palavras...

Em algum momento do caminho, nos sentimos cansados... e antes que um cochilo na pista cause um acidente de maiores proporções, seria bom que houvesse um novo atrativo na paisagem... uma pausa para um cafezinho ... ou simplesmente uma placa, um aviso, um lembrete dizendo para seguirmos em frente mais atentos...porque a estrada pode ser sempre a mesma, mas tem sempre algo que muda na paisagem, ou um detalhe que ainda não percebemos, como o início de uma nova estação...

A estrada não é sempre a mesma!!! E nós não precisamos ser sempre os mesmos também!!!

Fuja dos roteiros mal escritos... Viva mais, viva melhor, seja feliz!!!!

*Maria Helena Pereira de Sá
(escrito em 07/10/2013)

sexta-feira, 11 de abril de 2014

A resenha do FIM

Parei no meio do FIM.

Não que o FIM fosse trágico... algumas tragédias já estavam no começo.

Mas o problema é que meus meios estavam muito confusos: a jornada, a estrada, o tempo...

E eu esperava que o fim tivesse um final feliz.

Ora essa... logo eu, que sei bem que a felicidade está no começo, nos meios, em muitos momentos e em cada lugar.

A felicidade está no caminho, e nunca no fim.

O fim é o fim, e ponto.

No fim tudo se acaba.

Mas eu não cheguei no fim do FIM.

Coloquei reticência. Interrompi o parágrafo. Não esperei o ponto final.

Pode ser que no FIM, tudo acabasse melhor do que começou, mas eu não paguei pra ver.

Bem, na verdade eu paguei pelo FIM. Mas naquela época eu não tinha expectativas em relação à ele.

Quando tudo se transformou em pontos de interrogação, e a ansiedade tomou todos os espaços de minha mente, eu não pude continuar.

E o FIM ficou sem fim. Ficou encostado na prateleira da estante, esperando sua hora de voltar.

Ficou esperando e esperando, e agora, sua hora chegou.

Mas é a hora de um recomeço.

Não posso começar o FIM pelo meio, e chegar correndo ao fim do FIM. Preciso me situar nessa história, me envolver novamente antes de chegar ao derradeiro fim.

Por isso, vou começar o FIM pelo começo, para chegar ao meio e ao fim.

E depois que terminar, vou deixar o FIM seguir seu caminho: ou ele irá recomeçar por outros olhos, ou ele irá descansar por um tempo, sem tempo determinado.

A vida é assim. Um começo, uma pausa, um meio. Um recomeço, um anseio, uma angústia. Uma rede, um sossego, uma boa leitura: FIM.


Maria Helena Pereira de Sá

(FIM é o livro de estréia de Fernanda Torres no mundo da ficção. Mas a história é tão real, que você se transporta para aquele mundo descrito nas páginas do livro, e reconhece cada personagem, em um tio distante, um vizinho de apartamento, no amigo querido. Uma história, de muitas histórias, muito bem contada.) 
Ainda que eu tenha interrompido a leitura, para escrever os capítulos de minha própria história, com menos dramas apesar da situação, vou reiniciar o livro, pois estou curiosa para saber qual o desfecho do FIM.


sábado, 5 de abril de 2014

Homenagem ao Fred -"o gato"

Minha cabeça doía tanto que era quase um alivio...

A dor fisica me poupava de pensar na dor emocional.

Nem um parto, nem uma cólica renal, nada dói tanto quanto um coração partido.

E nós nunca estaremos preparados para dizer adeus...

Ontem eu disse adeus ao meu gato.

Disse boa noite, disse obrigada por tudo e disse adeus.

Eu não queria me despedir, mas ele já nem estava mais aqui nessa ultima vez que o vi.

E apesar da lágrimas que vi nos olhos do meu marido, apesar das lágrimas que jorravam de minha filha, não tive forças, nem para chorar minha própria dor.

Me lembro muito bem, do primeiro dia do gatinho em nossa casa a oito anos atrás. Me lembro da escolha do nome, de suas brincadeiras, de suas manhas.

O Fred me ensinou a gostar de gatos... Não, ele me ensinou a amá-lo.


Com seu jeito meio independente, super carinhoso, meio tímido, super companheiro, ele me mostrou que todos os meus preconceitos estavam errados. Os cães podem até ser o melhor amigo dos homens, mas os gatos são os melhores amigos de uma mulher.

Nossa família está incompleta. Aquele filho caçula, que causava ciúmes na irmã mais velha, que chorava todas as manhãs pedindo seu café (ou melhor, sua ração), que era alvo das implicancia da calopsita, não está mais aqui.

Ele não vai mais me procurar pela casa, me pedir um carinho na hora do jantar, se deitar ao meu lado quando eu for dormir.

O Fred não chegará de mansinho em minha cama à noite, para se aconchegar entre eu e meu marido, como fazem as crianças pequenas, querendo ser o centro das atenções.

E à noite, sempre será o meu momento de maior dor. Sempre haverá essa lacuna, esse vazio no meu colchão... Esse vazio pela casa!

Sinto tanta falta, sinto uma saudade tão grande, sinto tanta pena de saber que esse vazio não vai mais passar...

Tento pensar que ele devia estar com alguma doença silenciosa, e que talvez tenha sido o melhor para ele. Tento pensar que onde ele está não há dor. Tento pensar no Fred brincando num jardim de gatinhos... ou dormindo preguiçoso no canto de um sofá.

Tento pensar... Ou tento não pensar...

Não adianta saber qual o motivo de sua partida, pois isso não o trará de volta.

Só posso mesmo dizer adeus...

Dizer adeus e agradecer pelo tanto de amor que recebi nesses oito anos... por você ter sido parte de nossa família... por você ter sido tão nosso, quanto fomos seus.

Só posso dizer adeus... E pedir a Deus, que cuide bem de você agora... e te dê comidinha todas as manhãs, que limpe sua caixa de areia e te faça um carinho atrás das orelhas ou passe a mão pela sua cara, colocando para trás, os pelos de seu bigode, porque era assim que eu te aconchegava antes de a  gente dormir...

Boa noite Fred. Durma com Deus. Durma com os anjos. E sonhe comigo. Porque eu desejo sonhar com você muitas vezes, e tê-lo em meus braços enquanto estiver dormindo.

Fredericson#Fred#o gato (outubro/2005 - 04/04/2014)

terça-feira, 1 de abril de 2014

♫Happy birthday to me♫

E está chegando mais um aniversário...

Quando somos crianças os aniversários tem sabor de brigadeiro, barulho de algazarra, e são esperados ansiosamente por dias, meses, alguma vezes, por anos, dependendo da idade que se almeja completar.

Claro, que também tem aquela espera angustiante, por saber quais presentes você vai ganhar... Se os amigos e familiares te trarão mais brinquedos do que roupas nesse ano e se aquele convidado, mais que especial, por quem você cultiva um amor platônico vai comparecer em sua festinha e... quem sabe, te dar um abraço, ou um beijo (ai...ai...!!!#suspiro#anterior#ao#desmaio#) de felicitações.

Quando eu era criança, as festas eram feitas sempre em casa, vinham os amiguinhos do prédio, alguns colegas de escola, e a minha "grande família". Nós mesmos, nos divertíamos enchendo as bexigas... eu morria de medo de que uma estourasse enquanto eu assoprava.

Minha mãe preparava as comidinhas: salgados, sanduíches, docinhos enrolados e colocados cuidadosamente nas forminhas, e um delicioso bolo, com as velas representando qual idade teríamos a partir de então.

Sim, é isso mesmo que você acabou de ler. A idade só mudava, depois de assoprarmos as velas!!! E pouco nos importava se a festa estava sendo no dia de nosso nascimento ou alguns dias depois. Eram as velas que indicavam que estávamos um ano mais velhos.

Naquele tempo... (- Nossa!!!! Que início de frase horrível... parece que eu nasci a milhões de anos atrás...ou no século passado, o que é ainda pior, por ser a mais pura verdade... enfim, vou recomeçar...)

Tudo é bem mais simples quando se é criança. Na hora de soprar as velas fazíamos um pedido, só o aniversariante podia cortar a primeira fatia do bolo, e depois, oferecíamos o primeiro pedaço ao nosso "melhor amigo" que todos já sabiam quem era, e ninguém se ofendia por receber os pedaços seguintes.

Hoje, as festas tem que seguir um roteiro pré estabelecido. São tantas etapas, tanta decisões a tomar, que dá preguiça só de pensar. Quase tudo é comprado pronto... talvez por isso as pessoas não comemoram mais o passar dos anos.

Ok! Pode ser que as pessoas também não comemorem por que estão sempre muito ocupadas... por que não são mais crianças... Ou sei lá!

Eu também não sou mais criança. Não por fora, pelo menos! Mas continuo gostando de aniversários... até mesmo do meu...kkk.

E entre festejar, não fazer nada ou viajar, sempre fico entre a primeira e a terceira opção.

Ano passado, escolhi viajar. Fomos brincar em um parque temático no interior de São Paulo, onde esquiamos, andamos à cavalo, passeamos no teleférico... Alguns devem estar se perguntando: "Aniversário no parque???? Quantos anos você tem???" - Pouco importa a idade...O aniversário é meu!!!

Minha criança interior vai fazer mais um ano. E esse ano ela quer festejar!!!! Quer reunir amigos e familiares em uma festa com sabor de infância, com coxinhas bolinhas de queijo, brigadeiros e beijinhos enrolados manualmente, bexigas e refrigerantes. Soprar as velinhas, fazer um pedido e receber o abraço e o carinho daqueles que amo.

Na correria do dia a dia, nem sempre temos tempo de encontrar os amigos, sentar e conversar. Precisamos dar mais valor a isso... afinal, os anos passam depressa e não temos tempo à perder...

Quero uma festa de infância, para receber muitos abraços apertados, muitos beijos carinhosos, jogar conversa fora sem pressa e sem preocupações... Festa de criança, para uma criança que já fez muitos aniversários!

E o melhor de tudo é que meu amor (que não é platônico...) já confirmou presença em minha festinha, e com certeza vai ganhar o 1º pedaço de bolo!!! (Mesmo que tenha que dividí-lo com a nossa linda filha)

Happy birthday to me!!!