quinta-feira, 30 de abril de 2015

Ansiedade

Como não falar sobre um sentimento intenso, vivido nos últimos dias.

Adoro planejar as coisas: a vida, o trabalho, os passeios e viagens, festas, enfim... Tento organizar até os pregadores do meu varal!

Ok. Sei que nesse caso específico, faz parte de um dos meus T.O.C.s (Transtorno Obsessivo Compulsivo)... mas nem é tão sério assim. Ainda não exige tratamento...

Mas a ansiedade atual está relacionada a uma viagem planejada há muito tempo.

Não sei dizer quando foi a primeira vez que falamos sobre isso, mas pelo menos uns dois anos antes do aniversário de 15 anos de minha filha, já imaginávamos se a data seria celebrada com uma linda festa ou uma deliciosa viagem.

Vários destinos foram citados, várias vezes a opção: festa, ficou em primeiro lugar, mas por fim, venceu a genética e a ideia de viajar foi ganhando mais força.

O Fundo de Viagem assumiu definitivamente o nome de Fundo Disney... tudo bem que não seria a primeira vez, mas com quinze anos, era a melhor das opções.

Um ano e meio antes da data veio a pergunta: Mãe... será que... se os pais das minhas amigas deixassem... e pagassem a parte delas... eu poderia convidá-las para ir com a gente, com você cuidando?

Eu, antes de responder, dei aquela famosa repirada (que ela detesta, diga-se de passagem): inspira-pensa-expira...

Primeiro pensamento: Acho que sim... (Bem que dizem que sou meio doida)

Segundo pensamento: Será que algum pai vai deixar? (Será que eles são mais doidos que eu?)

Terceiro pensamento: Muito mais legal, principalmente pra minha filha, viajar com as amigas do que somente com pai e mãe.

PRIMEIRA PERGUNTA: De quantas amigas estamos falando?????

E vem a lista: A Letícia, a Larissa, a Júlia e as gêmeas...

Não posso afirmar qual foi a ordem dita no momento, mas a contagem foi: 1, 2, 3, 4 e 5!!!!!!!

Alguns desses pais, eu nem conhecia.

Depois de algum tempo (horas, dias ou semanas) eu finalmente dei a resposta:

Tudo bem, pode convidar. (Vamos ver o que vai dar... preciso fazer uma estimativa de custos, mas antes vamos ver a reação das meninas e dos pais)

Algumas disseram de cara que não poderiam ir... ou por causa dos valores, ou por que os pais não deixariam, ou por medo talvez...

Nem todas estavam diante de um sonho. Porque alguns sonhos parecem tão inatingíveis, que a maioria das pessoas nem se permite sonhar...

Mas ali, foi plantada uma semente... e o assunto foi sendo discutido, planejado, sonhado, regado... cálculos foram feitos, conversas em família... e depois de alguns meses, finalmente consegui "estimar" o custo da aventura. E, ainda que pudessem, e houveram, alterações devido a variação do dólar, a viagem ainda sairia menos dispendiosa do que se fosse feita em agência de turismo.

Primeira reunião de pais, na verdade de mães,que foram as interlocutoras de todo planejamento: Os valores foram repassados, o planejamento foi discutido e naquele momento, senti que tínhamos 2 prováveis acompanhantes e 3 incertezas.

Acho que naquela noite todos os cofrinhos foram quebrados, as economias foram contadas, os bolsos das roupas revirados, em busca de pequenos ou grandes valores que pudessem transformar esse sonho em realidade.

Junho de 2014 - Nesse mês dividimos o sonho, na expectativa de multiplicar os passageiros.

Muita expectativa... mas só em setembro as coisas passaram a ser reais: 4 passagens aéreas foram compradas para as nossas acompanhantes... no dia seguinte, mais 1 passagem. O grupo estava completo!

Mil sonhos, mil planos, um milhão de preocupações... menos uma: a possibilidade de haver uma briga, e o grupo se dividir em dois.

Como administrar isso? Intervir? Deixar o tempo passar para tudo se resolver naturalmente... (E naturalmente seria: todas fazerem as pazes)

As opções foram tentadas... e alguns meses depois, uma grande intervenção foi exigida, para encerrar briguinhas e provocações nas redes sociais. Nova reunião de mães. Muitas decisões tomadas. Todas cientes da "crise"...

Parece que a reunião foi útil. Os grupos não se uniram novamente, mas a paz voltou a reinar.

E o tempo foi passando...

Hoje, o contador na tela do celular mostra que só falta 1 dia.

Amanhã iremos para o aeroporto. Embarcaremos no avião e viveremos esse sonho.

Está tudo organizado. As malas estão prontas. Os documentos separados....

E a ansiedade está em 100%.

Todo esse tempo de planejamento, todo o esforço, as definições, as preocupações, tudo está decidido... Não há tempo pra mudar.

Agora, chegou a hora de relaxar e aproveitar!

É hora de curtir cada momento, tirar fotos sensacionais, viver as emoções do mundo dos sonhos...

Nossa família de viagem tem 11 pessoas na primeira semana e 13 na segunda semana (com irmão, cunhada, sobrinha, pai e mãe, além de marido, filha e as 5 amigas)

Como dizia John Lennon:

"You may say, I'm a dreamer. But I'm not the only one"

Boa viagem para todos nós!!!

Conto os detalhes na volta.

Será que o grupo vai se unir? Será que elas vão aproveitar? Como será a reação ao entrar no primeiro parque, ou ao avistar o famoso castelo da Cinderela? E as fotos com personagens, montanhas russas? Será que vão gostar da surpresa preparada para o fim da viagem?

Será que eu estou ansiosa? Ou é só impressão?


terça-feira, 14 de abril de 2015

Auto análise

Quero que a vida me conduza
Me mostre o melhor caminho
Quero somente seguir a direção do vento
Sem brigar contra fortes correntes

Quero fechar os olhos e caminhar pela praia com o sol iluminando minha face

Sem decisões à tomar

Sem preocupações à me perturbar

Quero ouvir o ruído da brisa e assistir um lindo pôr-do-sol

Quero chorar de rir e não temer o amanhã

Sinceridade.

Quero me cercar de gente sincera que sabe falar e ouvir sem julgar

Quero fazer as pazes com os desafetos e comigo mesma.

E me aceitar assim como sou.

Quero o fim das cobranças e competições

Quero doar.

Pois quem doa não sente necessidade de receber nada em troca.

Doar pelo prazer de servir.

E de repente, descobrir que todo o resto não importa. Que basta um sorriso, um abraço, uma palavra amiga.

Sim eu sei, que fazer o bem não vai pagar minhas contas, mas quem se importa com isso?

As pessoas estão sempre tão preocupadas em se preparar para um carreira, evoluir, que se esquecem da evolução de sua alma, de seu espírito.

O que você quer ser quando crescer? - É isso que perguntamos à nossas crianças... Mas a pergunta correta seria:

Quem você quer ser quando crescer?

E eu, eu sei exatamente quem eu quero ser, mas esses caminhos, estão me desviando de mim mesma.

* Esse texto começou despretensiosamente e virou uma auto análise. Eu sei exatamente o que eu quero, assim como centenas de pessoas também sabem o que querem, mas se rendem às cobranças da sociedade.

terça-feira, 7 de abril de 2015

Tente apenas ser legal... o resto é consequência.

Não é com esforço que tento ser uma pessoa legal.

É muito mais agradável viver cercada de bons amigos.

Saber observar as pessoas e valorizar o que elas tem de melhor é gratificante.

Simpatia gera simpatia. Gentileza gera gentileza.

É a lei da ação e reação.

E se doar, sem exigir nada em troca, é um aprendizado a cada dia. Porque mesmo que em algumas raras vezes, você ache que está fazendo papel de bobo, ou as pessoas realmente acreditem que você é trouxa. Você terá a certeza a cada dia, e principalmente à longo prazo, que vale a pena "fazer o bem, sem olhar a quem"

Sou colecionadora de amigos! E ainda que não saiba pedir colo para a maioria deles, recebo carinho através de abraços e palavras, muitas e muitas vezes.

Lembrem-se: Não é com esforço que tento ser uma pessoa legal. E não faço isso com a intenção de receber algo em troca.

Pensar no outro, saber quando é hora de falar, e principalmente quando é hora de calar. Entender que todos tem problemas e que eu não preciso ficar sempre repetindo os meus para provar o quanto a vida é injusta comigo...

Eu não preciso provar nada!

A vida não é justa ou injusta com ninguém.

A vida é a vida. Criar expectativas demais só vai me trazer decepções.

Como diz a canção: É preciso saber viver!

Eu tento acordar a cada dia, e viver aquele dia.

Sim, eu também faço planos. Nem sempre eles dão certo, mas também não faço disso uma tempestade.

É necessário se adaptar. Ter um plano B, C, D... Quantas letras do alfabeto forem necessárias.

Eu também caio, e algumas vezes, também demoro pra me levantar.

A vida é assim. Faço o melhor que posso fazer.

Ser legal é o mínimo que posso fazer.

E é muito gratificante!!

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Os verdadeiros heróis

Hoje é meu aniversário. E é o quinto dia em que uma centena de bombeiros trabalha ininterruptamente pra apagar um incêndio em uma empresa que armazena combustíveis em Santos/SP.

"É como tentar apagar um vulcão" - descreveu um desses homens.

Essa também é a impressão de quem vê a imagem de longe.

A nuvem de fumaça preta se espalha pelos municípios da região. O vento, parece medir forças com a água. Soprando mais forte a cada momento, mudando de direção e tornando ainda mais extenuante, o trabalho daqueles que tentam extinguir a chama dessa pira.
São atletas olímpicos! Incansáveis, quebrando recordes a todo instante.

Todos sofrem os efeitos de um incidente que ninguém sabe ao certo como começou, e não tem data certa para terminar.

No ar a fumaça, na água peixes mortos, a ameaça de chuva ácida, e ainda, os boatos, que causam tantos danos à saúde quanto os impactos causados ao ambiente.

A cidade que um dia foi considerada a mais poluída do mundo retorna a década de oitenta, e convive novamente com a fumaça, a névoa de poluentes no ar. Quando o vento sopra para aquelas bandas, não há como escapar. Ela está encurralada pelas montanhas.

De todos os cantos, da estrada, da praia, das janelas dos edifícios de Santos e região, a paisagem se transformou. Todos acompanham de perto ou de longe a altura das chamas, a cor da fumaça, a direção da nuvem negra ou cinza.

Nos noticiários ou durante a programação da TV, poucos minutos são dedicados ao assunto. 
Já não causa mais espanto ou não se tem nada a dizer?

Enquanto isso, os bombeiros continuam trabalhando. Passou o feriado, a sexta-feira santa, a páscoa... Seus familiares os aguardam em casa preocupados enquanto nós seguimos com nossas ocupações diárias.

A tragédia vem sendo anunciada à anos. "Vivemos sob um barril de pólvora " - Quantas vezes já ouvi isso?

Por sorte, não temos vítimas dessa vez. Mas estávamos preparados?

Todo o sistema de proteção da empresa se mostrou ineficiente. Pode ser que sem ele a situação tivesse ficado ainda pior, mas a sensação é de que ainda existem muitas falhas, que colocam a vida de milhares em risco.

O fogo se espalhou de um reservatório ao outro. Será que a distância entre eles era suficientemente segura? Parece que não.

O porto, a cidade, os moradores, todos foram afetados.

Se houvesse mesmo a necessidade de evacuar a área, para onde fugir?

Como tirar os moradores da ilha?

Como informar a tantas pessoas?

Incrível que na era da comunicação as notícias ainda sejam desencontradas. Por dois dias, um canal de TV anunciou que o incêndio era em Cubatão. Mais fácil se lembrar de um nome já tão castigado ou falta de comprometimento com os verdadeiros dados da notícia?

Na ânsia de noticiar o "evento", muita besteira foi dita.

E hoje, no quinto dia de combate às chamas, no dia do meu aniversário, vou apagar as chamas das velas, desejando que os bombeiros também consigam extinguir as chamas do incêndio, e que possam voltar para suas casas, suas familias, e desfrutar do merecido descanso.

Até porque, essa semana tem a final de um reality show na TV, os vencedores serão chamados de heróis por seu grande feito...

O que? - Pergunto indignada.

Meus heróis são outros. Meus valores são outros.

Faço aqui, uma homenagem aos heróis do Corpo de Bombeiros, e à todos os homens e mulheres que trabalharam e ainda estão trabalhando nessa árdua batalha.

E sugiro à todos que sabem reconhecer um herói, que agradeçam a cada bombeiro que encontrarem na rua, cumprimentem, aplaudam, publiquem uma foto em homenagem à eles em suas redes sociais.
Que não sejam as honras militares ou as autoridades políticas que marquem a importância do trabalho que eles executam diariamente, mas que seja a nossa gratidão escancarada, que mostre o quanto valorizamos os nossos verdadeiros heróis.