segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Vai passar...

Hoje eu acordei, querendo dormir um pouco mais.

Mas nem um cochilo de dez minutos, nem um sono profundo de vinte horas, irão me fazer acordar em um dia qualquer da semana passada, ou do mês passado.

Em algum lugar do passado um dia antes de tudo começar a ficar estranho.

Eu já estive aqui. Sei bem o que fazer.

Se o passado não mais me pertence, e o futuro está encoberto por uma névoa espessa, tenho que me concentrar no presente. No agora.

Tem momentos que não se pode piscar.

A gente se agarra onde puder para se manter na superfície.

E respira... Respira fundo e devagar. Oxigenando cada célula de nosso cérebro. Para mante-las alertas também.

O próximo passo pode ser pesado, mas pouco a pouco a caminhada ganha ritmo, e se torna mais fácil seguir.

O esforço brutal deixa de ser esforço.

E uma hora, mesmo que não pareça agora, tudo volta ao normal.

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Preste atenção, a felicidade está aqui.

Parei um instante para observar a natureza.

Os diversos tons de verde daquele jardim, salpicados com o colorido das flores, embalados pelo movimento suave da brisa que vem do mar.

Posso ver a ondulação na superfície das águas. Sentir o cheiro da maresia. Aguardar uma onda se formar e estourar ruidosa na beira da praia.

Sinto a temperatura fria da areia em meus pés, enquanto olho as aves voando alto acima de minha cabeça.

Ouço os sons.

Minha mente se esvazia de todos os pensamentos e preocupações, para se ocupar no registro de cada sensação que o agora me traz.

Isso é viver o presente.

Não existem culpas ou arrependimentos. Não existe expectativa.

Sorrio, pelo simples fato de estar aqui.

Nos registros desse dia, esse é um momento feliz. Uma pequena peça desse quebra-cabecas infinito que as pessoas passam a vida tentando montar. FELICIDADE.

Felicidade não é um quadro montado. Não é um quadro perfeito.

Felicidade é uma coleção de pequenas peças que nem sempre se encaixam, mas que fazem todo sentido para aqueles que já entenderam que ela está aqui, ali, em todos os lugares.

Você só precisa estar atento.

Hoje, observando a movimentada avenida por uma janela, já estive em um jardim, já senti a brisa do mar... Um mar que nem pode ser observado por essa janela, mas também está aqui. Pois está dentro de mim.

Posso sentir que capturei a felicidade desse momento.

Mais uma peça para minha coleção.

sábado, 22 de outubro de 2016

Depois da tempestade, um novo eu.

Um relâmpago iluminou o horizonte.

Sinal de tempestade chegando.

Eu poderia ter ficado quietinha em casa mas por alguma razão, resolvi seguir em frente e me arriscar.

Eu só queria experimentar: como écaminhar na chuva...

E fui... Sem pensar nos perigos, sem pensar no riscos. O mais interessante, é que eu não estava sozinha.

Então eu percebi. Muita gente gosta de se arriscar... E era só um relâmpago iluminando o horizonte.

Mas então: Pááááááá

Um raio me atingiu bem em cheio.

O raio me partiu ao meio. E eu fiquei lá, despedaçada no meio do nada, tentando entender o que foi que aconteceu.

Eu olhava ao redor e ninguém me ajudava. Alguns outros estavam ali comigo, uns achando engraçado, outros partidos também, mas a grande maioria só estava passeando no meio da tempestade. Como se nada pudesse atingi-los.

Às vezes, fico pensando, com meus milhares de pedacinhos: Que saudades dos dias de sol!
Que saudades de quando eu via a tempestade da janela de minha Caverna. Onde eu estava protegida das ameaças do mundo.

Mas o raio me atingiu.

Ele podia atingir qualquer um, mas não o fez.

Ou fez, mas tem gente que pensa que está tão segura, que ainda nem percebeu que também foi atingida.

Tem gente que não consegue enxergar...

E isso me dá uma tristeza tão profunda. Uma dor tão intensa.

Mas o horizonte, onde brilha o relâmpago, é mesmo que anunciará os primeiros raios de sol.

Um brilho novo. Capaz de reconstruir o que esta destruído.

E ali... naquele pedacinho da minha alma, eu me lembro sempre, que fui feita do barro.

E o barro, pode se partir mil vezes, e mil vezes ele poderá ser moldado novamente.

Talvez, no novo molde, ele assuma uma nova forma.

Ele nunca será como antes da tempestade porque ela carrega sempre consigo, alguns pedaços do barro moído.

Mas a nova forma também pode ser boa.

Eu posso ser reconstruída, com essas novas memórias, ainda mais capaz de valorizar o que é belo. Ainda mais capaz de amar o que é imperfeito.

Aliás, talvez eu também precisasse caminhar na tempestade para aprender essa lição.

O importante de tudo isso é sair fortalecido. Mudado.

Aprender as lições para poder moldar sua nova forma.

Diferente, mas de algum jeito, melhor que a forma anterior.

Nem sempre estaremos seguros em dias de tempestade... É preciso estar sempre atento, porque observando o horizonte, podemos prever o que nos espera no futuro.