terça-feira, 30 de maio de 2017

Sem limites para sonhar.



Quantos tons de azul tem o infinito?

Quantos infinitos são realmente reais?

Quanto tempo a onda leva pra esculpir uma rocha?

E por que os vulcões adormecem depois de um curto período de atividade?

Quantos terremotos são necessários pra encaixar perfeitamente as placas tectônicas?

Ou será mesmo que elas devem se encaixar?

O movimento dos ventos, o curso dos rios, nunca param...

Por que será que pensamos que somos mais sábios que a natureza?

Por que pedimos para as crianças se sentarem quietas?

O mundo é inquieto.

Como minha alma...

O desejo de transformação é mais que um desejo. É a natureza que habita dentro de alguns.

Observo cada passante, cada gesto, cada angústia...

É preciso libertar as angústias. Libertar a lava quente que arde as entranhas.

É preciso insistir, como o mar. Avançar, recuar, mas nunca estagnar.

Se revoltar as vezes, e derruba as muretas, invadir as vias, mostrar a tudo e a todos, que nada pode barrar as forças da natureza.

Da minha também não.

Cada um escolhe o tamanho de seu mundo e o meu é infinito.

Sem cercas, sem barreiras, sem limites impostos.

Tremo por dentro, num abalo de larga escala, a cada vez que sinto peças se encaixando em um quebra-cabeça estático.

Um quadro, pendurado na parede.

A moldura não se ajusta à minhas formas em constante transformação.

Então, recorro ao azul. Do mar, do céu, dos olhos, do infinito.

Lá, posso enxergar que não é necessário estar certo ou errado.

Só é necessário estar inteiro.




segunda-feira, 29 de maio de 2017

Nem sempre é fácil

Quando você se questionar se todo o esforço vale a pena,

Quando você se perguntar porque 99% das pessoas pensa diferente de você, e achar, por instante, que todos devem estar certos e você não,

Quando você concluir que talvez seja hora de agir como agem as pessoas que estão ao redor.

Nesse momento, concentre-se.

Ouça a voz que vem de dentro de você. Ainda que ela seja apenas um sussurro fraco, sem coragem de bradar aos sete ventos o que você deve mesmo fazer.

Ouça essa voz.

Ela te levará pelo caminho que sua alma clama.

Não haverá obstáculo, no caminho que seu coração traçar. Porque ele sabe o que faz. E ele não se arrepende das atitudes que toma. Somente se arrepende do que deixa de fazer.

Você chegará em um oásis, à sombra de lindas árvores, às margens de um sinuoso rio.

E conversará com um sábio que adquiriu seu conhecimento direto da mãe natureza. Conversando com as plantas, tocando o solo, regando mudas.

Nenhum professor será capaz de ministrar sua aula com tamanha emoção.

Por alguns instantes, ou horas, o tempo vai simplesmente parar. E você vai se deixar ficar mais um pouco, sem pensar nas milhares de coisas que ainda tem pra fazer.

Depois, de tanto receber, sem ter nada para dar, além de gratidão, você vai voltar para sua rotina, banhada em ondas do mais puro oxigênio.

Caminhando pelo bosque que te segue na longa rodovia.

Suas companhias, mudas e caladas, serão as melhores ouvintes. E te acompanharão em uma prece de agradecimento.

Seguir o seu caminho, independente das loucuras que enxergam em seus atos, te fará ser grato. Aos céus,ao universo, à terra, às árvores...

Ser grato às pessoas que ainda teimam em acreditar.

Pode ser que nossas raízes se fiquem em terrenos distintos. Pode ser que não se fixem fortemente à lugar algum. Pode ser que seja difícil nos dias difíceis...

Mas nossas folhas sempre buscarão o calor do sol. Buscarão a luz e o céu.

Cresceremos até que brotem as flores, e os frutos... Ou até que sejamos abrigo.

O que importa é que nossa verdade jamais deve ser oprimida pelas palavras de quem não acredita em nossos sonhos.

Realizar o que desejamos é que nos motiva a continuar.

Não tentar está fora de cogitação.


sábado, 27 de maio de 2017

Caminhos

Viadutos me fascinam.

A busca pelos melhores caminhos. O traçado das rodovias. Retas. Curvas.

O desenho das linhas que cruzam mapas me encanta.

Centenas de anos desenvolvendo tecnologias e projetos para ligar o ponto "A" ao ponto "B".

O caminho certo, nem sempre é o mais fácil de seguir. Mas é sempre a melhor escolha.

Entretanto, todas as escolhas dependem de um objetivo.

Os túneis cortam montanhas. Reduzem o tempo da viagem. São excelentes quando o foco está no ponto final.

Mas e o caminho?

O percurso também é parte da jornada.

Paredes cinzas, luzes artificiais, oxigênio saturado não preencherão seus dias nem despertarão os seus sentidos.

São os viadutos que te colocam em um novo patamar. Passando por cima das barreiras sem prejudicar nada nem ninguém.

Seguindo sob o céu de um azul infinito, sentindo na pele o toque dos raios de sol, e transmitindo o calor do que arde dentro de cada um.

A paisagem mudando a cada segundo, a cada curva. Seguindo em frente, sem sair da rota, mas aproveitando cada instante, de cada segundo que vem e que vai.

A rodovia é expressa, mas a vida goteja no coador do tempo.

Alguns trajetos são curtos. Alguns trajetos são duros. Alguns são longos e entediantes.

Sempre haverá túneis. Longos e obscuros.

E sempre haverá viadutos, trazendo uma nova perspectiva à viagem. A possibilidade de contemplar o que nos cerca, sem desviar da via que escolhemos seguir.


sábado, 20 de maio de 2017

A tristeza não me serve mais.

A única forma de eliminar o vazio, é parar de olhar para ele, e começar a olhar as pequenas coisas que te deixam um pouco mais contente.
No início, anotar isso todos os dias. Pq só escrevendo, vc vai perceber que existem coisas boas ao redor. Pequenas coisas que nos fazem felizes:
Na quarta: "uma conversa gostosa", "uma sobremesa", "uma mensagem que li"
Na quinta: "sair com amigos", "uma música", "brincar com meu pet"
Na sexta: "um dia de sol"
No sábado: "comer no japonês"

Aos poucos, a pessoas vai preenchendo o vazio com pequenas coisas. E vai perceber, que quando a tristeza chegar, tem várias formas de manda-la pra longe. Vai marcar um cinema com os amigos, vai passar na padaria pra comprar um sorvete... Xô tristeza, xô desânimo. Xô quarto escuro e solidão. Não te quero mais.

Aos poucos, os olhos estarão tão treinados, que nem será necessário anotar, ou olhar as anotações. Assim como​ a pessoa reparava nas pedras pontiagudas do caminho, a cada passo, ela passará a notar as pequeninas flores que brotam na margem da estrada.

E perceberá, que nenhum outro alguém poderá trazer, ou tirar isso dela. Pq a felicidade está ao alcance das mãos. Mas precisamos cultiva-la pra ela brotar.

Haverá um momento, que teremos a certeza de que ninguém é mais feliz que outro.
Cada um carrega suas próprias dores, mas cabe a eles mantê-las expostas na sala de estar ou guarda-las no baú escondido no quartinho dos fundos.

Não é fácil sair da escuridão. Não é fácil sair do fundo do poço.
É preciso força e coragem pra enfrentar a escalada.

Se não tem forças, peça ajuda.
Se não tem coragem nem pra isso. Revolte-se contra esses sentimentos.
Faça o contrário do que a mente mandar.

Se a mente busca a solidão. Procure companhia.

Se a mente quer escuridão.
Se abra para a luz do sol.
Abra portas e janelas.

Nem tudo está perdido. Você não está perdido.

Só existe uma saída no poço.
Você precisa subir.

Colecione pequeninos bons momentos, aprenda a ver o que te faz bem. E quando não encontrar uma coisa no seu dia, que te deixou feliz, vá fazer algo que deu esse resultado nos dias anteriores. Dê um abraço em alguém. Troque energias. Recarregue as suas.

O poço ficará tão repleto de pequenas alegrias, que a tristeza perceberá que esse não é mais o endereço dela.

E vocês seguirão por caminhos diferentes.

É claro, que se encontrarão muitas vezes. Mas não se apegue a ela de novo.

Vocês tem rumos diferentes a seguir. E você já aprendeu a cultivar suas pequenas felicidades.

Elas brotaram. E seu jardim não tem espaço pra ervas daninhas  nem pragas que destroem plantações.

Um dia, esses sentimentos de agora, serão apenas uma roupa velha, que não servem mais em você.

quinta-feira, 18 de maio de 2017

Um novo olhar


Estava lá o tempo todo, mas foi só mudar o ponto de vista que se tornou algo totalmente novo.

E é assim muitas vezes.

De repente, paramos de enxergar o que nos cerca, porque nos é comum.

Esquecemos o que está diante de nossos olhos, enquanto tentamos alcançar aquilo que está distante de nós.

O belo se torna invisível.

O invisível ao alcance dos dedos.

E os olhos cegos, imóveis, cristalizados e sem cor.

A beleza perdida na correria dos dias. À luz da rotina.

Mas então, uma pausa. A sala escura, a mente vazia. Os sons da natureza, no equipamento eletrônico.

Os peixes nadando em um mundo limitado de água, pedras, bolhas e luz.

E da luz, fez-se um novo horizonte. Um novo foco.

O que era velho se tornou novo e belo. E sendo belo, adquiriu um novo valor.









terça-feira, 16 de maio de 2017

A Lua

Se eu tivesse que roubar a lua, roubaria seu brilho e sensualidade.

Chegaria assim de mansinho, na calada da noite, e me esconderia entre suas planícies e vales.

Saltaria a passos lentos, de cratera em cratera, até roubar todos os seus mistérios.

Me faria minguante, pra me esconder em suas faces escuras e depois, crescente, cheia, furtaria ligeiramente, cada fase, cada fugor.

Aos poucos, não haveria nada no lugar da lua, somente uma doce saudade e o silêncio, dos uivos, agora calados.

Se eu tivesse que roubar a lua, a roubaria da noite pro dia.

E a lua tão linda, jamais se esconderia entre as nuvens do céu.

Sim, sou incapaz de roubar a lua.

Mas se pudesse rouba-la, eu a daria para os poetas...

E mesmo sem lua no céu, a humanidade ainda teria o feitiço da lua. Nos versos dos poemas, na letra das canções.

Mesmo sem lua, eu ainda amaria a lua que conheci um dia... ou em uma noite.

A lua que inspira e encanta. A lua dos poetas. A lua que roubei em segredo, e abracei em silêncio, guardando o momento somente pra mim.


domingo, 14 de maio de 2017

O vento

O vento passa apressado, carrega folhas, derruba vasos...

Espalha a pilha de papéis que estava sobre a mesa.

O vento bate portas, como um filho aborrecido.

E segue em frente, correndo como correm os animais da savana ao fugir dos predadores.

Ou talvez o vento, seja o predador.

Vem com violência, derrubando galhos ou árvores inteiras.

Levanta a poeira, tira tudo do lugar e de repente vai embora. Deixando para trás os rastros do estrago que fez.

O vento...

Esse vento que alguns adoram e outros abominam, vem e vai sem razão nem porque.

Ou razão ele tem, mas não conta.

Passa depressa porque tem pressa.

Vai voando, ventar outras ventanias.

Não olha para trás, o vento, porque o passado passou. Se foi.

E tudo se acalma. Os pássaros voam novamente, as sementes se espalharam pelo mundo, e vão brotar em outras bandas.

Nenhuma brisa. Nenhuma saudade do que era ventania.

Tudo calmo, podemos seguir...




segunda-feira, 8 de maio de 2017

Coração entre as estrelas


Eu amo o sol
Mas sou apaixonada pela lua

Ele me aquece, me acolhe
Ela me fascina, me encanta

Ele ilumina meus dias, clareia meus breus
Ela é luz que reina na escuridão.

O sol é o rei, e diante dele, me curvo.  Me banho em seus raios, recarrego as energias.

A lua é luz que reluz, como o brilho dos olhos, como a brancura dos sorrisos.

Entre o sol e a lua, me divido em muitas fases.

Sou eclipse, que hora se esconde, hora se sobrepõe.

Me levanto com um e me deito com a outra.

Tenho o coração perdido nas estrelas.

Tenho certezas que se transformam.

Tenho humores estranhos que nascem à leste e se põe à oeste.

A lua me seduz, o sol me abraça.

Enquanto eles dançam a valsa dos céus, meus pensamentos viajam à velocidade de um cometa...

Sou um universo de inspirações.

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Nada mais

Tem gente que nasce sem sonhos.

Triste como borboleta sem asas.

Gente que anda pelas cidades como zumbis sem rumo.

Tem gente que acorda e trabalha. E de noite, dorme cansado de tanto trabalhar.

E dia após dia vive a mesma rotina.

Gente que não planeja nem deseja coisa alguma.

Não lhes é permitido sonhar. Porque não foram apresentados à possibilidade de querer mais.

Se tudo falta, como podem querer algo mais?

Um novo dia já é um presente. Ou um novo pesar.

Os sonhos não custam nada. Mas custa a passar a dor, daquilo que não deu certo outra vez.

Não sentir, é a melhor forma de não sofrer.

Não sonhar é aceitar tudo que se tem e viver simplesmente assim


quarta-feira, 3 de maio de 2017

A chama apagou

Os sorrisos luminosos se foram.

Opacidade onde antes havia o brilho do olhar.

A luta tornou-se um fardo pesado.

O amargor do bombom. A dor. A incerteza.

De repente, todas as vitórias perdem seu valor.

Nuvens negras cobrem os raios de sol.

Nenhum lugar é capaz de suprir o desejo de estar em lugar nenhum.

O poço é tão fundo que não há gota de água que possa alcança-lo. Nem mesmo as lágrimas de olhos áridos, ressecados de tanto chorar.

Cortinas cerradas. Chamadas perdidas. E a porta trancada pela eternidade do agora.

O tempo se arrasta...

Nada passa. E a sensação de vazio preenche todo seu ser.

A chama apagou, mas a vela continua de pé.

Sem pressa, sem prece, sem sedução.

Apagada a vela é apenas cera. E o homem é apenas pó.

Que a chama retorne. E queime. E possa de novo arder.

Que voltem os sorrisos, as alegrias, o brilho dos olhos e o doce sabor dos bombons.