segunda-feira, 31 de julho de 2017

Meditando

É preciso ser árvore para dar folhas, flores e frutos.

Para dançar com os ventos e abrigar seres de outras espécies

E sendo assim, árvore não és.

É preciso ser rocha para enfrentar a força das águas.

Para uma a uma, construir um castelo.

E sendo assim, rocha não és.

É preciso ser gente para compreender as necessidades do outro.

Para apoiar e cooperar com seus semelhantes.

E sendo assim, gente não és.

O que sois então?

Como podes recostar a cabeça em um travesseiro e dormir o sonho dos justos?

Como não se questionar sobre a própria existência?

Sois brisa talvez, que passa sem grandes movimentos, mas que tem também seu valor.

Quem sou eu, para questionar a existência do outro?

Ponho-me em meu lugar e aceito também, minha insignificante existência.


sábado, 29 de julho de 2017

Dicionário da alma



Dormir é o descanso dos justos e o refúgio dos depressivos.

Sonhar é coexistir em um mundo paralelo.

Querer é a angústia dos seres.

E aceitar o que se tem é a consolação dos desolados.

Desejar é a busca intranquila. O anseio do conforto.

Olhar é o contato sem contato. Mais palpável que o toque.

O abraço é o abrigo das tormentas.

O beijo é a conexão das almas.

O próximo passo é o início da escalada.

O ápice é o princípio da queda livre.

Seguir em frente é ignorar o agora em busca de algo melhor. Ou uma forma de não ter que tomar decisões no momento.

O agora é, as vezes, tudo que se tem. Mas também pode ser o desvio de toda a caminhada.

O futuro é mais que um mistério. É uma sequência de agoras. É inexistente e indecifrável. É o que nos consome, enquanto bate o pêndulo do relógio do tempo.



sexta-feira, 28 de julho de 2017

E a vida segue...

E agora?

O que eles vão fazer?

Seus olhos já contaram todos os segredos.

O silêncio já revelou o que as vozes caladas teimam em não dizer.

O instante pode durar uma eternidade, enquanto o mundo simplesmente para de girar.

O copo está totalmente vazio, mas também está cheio, repleto, transbordando...

Nada a fazer, nada a dizer... Conversas infinitas sem nada revelar.

E agora?

A neblina se dissipou e o caminho está claro.

O sol brilha no azul do céu.

Norte ou sul, leste ou oeste. Nenhum mapa à seguir. Nenhuma bússola ou estrela vai indicar onde ir.

Eles poderiam se recostar na relva e admirar as nuvens do céu.

Poderiam olhar para frente e esquecer os problemas do passado e do futuro.

Poderiam viver o agora e sentir o calor do sol.

Poderiam. Ou podem. Ou devem.

Mas nenhuma peça se move.

O jogo segue.

Eles seguem.

E o agora deixa de ser agora.

Talvez seja um dia, talvez seja nunca mais.

O instante pode durar uma eternidade, mas o mundo continua a girar.


quinta-feira, 20 de julho de 2017

Será que é pra ser assim?

Sou da paz

A guerra ruge por todos os lados enquanto caminho empunhando uma bandeira branca nas mãos.

Sou da paz.

Vejo bombas explodindo e sigo sorrindo, fazendo amigos. (?)

Será?

Por muitos instantes não me incomodo com nada, e vou pacificamente, trilhando os campos minados.

Não tenho armas, não carrego granadas. Posso até explodir por dentro, mas tento controlar os estilhaços.

Algumas vezes fracasso nessa missão.

Sou Francisco. Teresa. Tantos outros os quais admiro.

E simultaneamente, não sou ninguém.

Sou pó. Semente que não vingou.

Sou alguém que chegou aqui sem plano de voo.

Os mapas estavam errados, os projetos falharam. (?)

Será?

Na paz da consciência, acredito que tudo é, por uma razão de ser.

Que sou assim.

Posso mudar, esbravejar, gritar, brigar com o mundo.

Mas se for igual aos demais, não serei mais eu.

Serei só mais um.

E a paz não estará em mim. Mas ela já não está.

Sendo da paz, pertenço a ela. Mas ela não me pertence.

Furtei-me de mim. E deixei de ser quem eu era. Perdi a paz e a tranquilidade.

Onde está a calmaria agora?

Onde estou? Como foi que cheguei aqui?

Devo seguir assim?

A paz se foi.


quarta-feira, 12 de julho de 2017

Fim da linha? Não. É só o início

Um turbilhão de emoções.

Todos os átomos se agitando simultaneamente.

As células, os neurônios, as descargas elétricas, quase posso ouvir os ruidosos movimentos que vem de dentro.

Cabelos caem, unhas quebram, dentes roem, pensamentos infinitos como sempre foram, mas agora, voando bem mais longe.

O coração bate aceleradamente. A vida não para.

Conhecendo cada entranhas do meu ser, desconheço esse momento e essas reações.

Não sei como processar tantas informações.
Pressa de resolver tantas coisas, sem pressa para o tempo passar. Por hora.

Variações de humor tão abruptas quanto os traços de um eletrocardiograma.

O coração no comando. Bombeando alucinado, sangue, oxigênio, hormônios, sensações.

Sou sol, chuva, tempestade, furacão em um mesmo dia. E sol novamente.

O tempo soa como bomba relógio. Apitando mais depressa a cada minuto.

Pensando bem... Já me senti assim antes.

Pensando bem... As sensações são as mesmas, mas as opções diferentes.

Preciso respirar. Olhar para o teto e admirar as estrelas. Ou me entregar às estrelas do universo que há lá fora.

Não existe fim da linha. O planeta é redondo, a vida é cíclica, e depois do inverno vem a primavera e o verão.

Essa incerteza é só uma neblina. Uma cortina de fumaça que vai se dissipar.

Viver faz parte da vida.

Nem sempre é possível enxergar os grandes monumentos, observando o primeiro croqui.

Mas na mente do artista, duas linhas são bem mais do que traços.

Paciência, confiança e coragem, para enfrentar os desafios que virão.

Concentração.

Viver o hoje é melhor que antecipar o amanhã.



domingo, 2 de julho de 2017

Posso te contar uma coisa?

Perdi a fala novamente,

Penso, penso e não sei o que dizer.

Também eu, tenho perguntas sem respostas, ou respostas que não se encaixam em nenhum lugar.

Tento imaginar o que se passa nas outras mentes, mesmo sabendo que a mente é um labirinto indecifrável.

Fico quieta, calada, pensativa, tentando elaborar alguma forma de me expressar. E nada vem...

Tentei escrever mensagem, e-mail, bilhete... Mas tudo é frio e impessoal.

Devia ter repelido meus medos, de soar falsa ou vazia, e ter agido como agem os amigos quando não tem nada a dizer.

Devia ter te dado um abraço. Silencioso e verdadeiro. E nele, você saberia que te desejo sempre o melhor.

Não sei como poderá resolver seus horários agora. Não sei seus planos e suas mágoas.

Pois também me fechei, e não ficou espaço para uma conversa.

Tive medo, como você, enquanto repousou. Medo até de perguntar... E um grande alívio em saber que tudo estava bem.

E então, diante das reviravoltas da vida, paralisei.

As vezes, quando me deparo com perguntas sem resposta, busco frases feitas para aliviar minhas angústias:

"TUDO NO FIM DÁ CERTO. SE NÃO DEU CERTO... É PORQUE NAO CHEGOU NO FIM"

Ou então, entrego as dúvidas nas mãos de Deus. E tento lembrar, que Ele sabe o que faz.

Enfim, perdi a fala novamente, e recorri ao caminho que é mais confortável pra mim: Escrever.

Mas sei que não é pelo caminho confortável que se demostra o que realmente se sente.

Quando não há o que dizer, um abraço apertado diz tudo.

Te devo isso.

Sei que em breve, nossos caminhos se cruzarão novamente. E espero que seja assim sempre.

Porque torço muito por você! Tenho acompanhado sua evolução a muito tempo. Suas derrotas e suas vitórias.

Quero ver de perto essa nova caminhada e a chegada da grande benção.

Os grandes sonhos, se tornando realidade.
Um colar de diamantes reluzindo em sorrisos.

Te devo um abraço apertado. Para que saiba que tudo isso não é nada, e que a amizade permanece, com o desejo de que todas as estradas, os desvios, as mudanças, sejam para te trazer caminhos mais floridos. Dias cheios de carinho, e pequeninos sorrisos.

Que a cada dia, aja muitas alegrias para registrar no caderninho.

Esse texto é pra você!!! Amyga com "y". Beijos, abraços e muita luz.