quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Sábia criança


Lembranças do tempo que eu não tinha gastrite 😂

Nem pedras nos rins...

Nem remédios diários pra tomar...

Nem contas pra pagar...💸

Nem preocupações... 😵

Nem ansiedade...

Nem roupa pra lavar...pendurar...dobrar...guardar...

Quando o maior dos problemas era o bloco de lição de férias (que eu fazia no primeiro dia pra me livrar)

Ou as recuperações no fim do ano, quando eu estudava muito pra atingir as notas que eu não alcancei por preguiça durante o ano todo...

Tempo em que as férias duravam uma eternidade e a escola era só meio período...
Acordar cedo tbm era uma luta, mas sempre dava pra tirar um cochilo no fim da tarde (ahhh... Isso eu ainda faço!)

A gente não se preocupava com o passado, nem com o presente, nem com o futuro.

E nem imaginava cada passo desse longoooo caminho.

Na praia, "água no umbigo, sinal de perigo"...
Por isso meu pai só deixava a gente chegar com água na altura do joelho...
E por isso que eu fico no raso até hoje 😂😂😂😂😂

Essa menininha aprendeu muitas lições. Nos sorrisos e nas lágrimas.

Eu respeito muito a sua história!

Ela sempre me ensina os melhores caminhos.

(Mesmo que eu não consiga evitar a ansiedade, a gastrite e as contas)

Para cálculos renais, a solução é simples - Beber muita água

#crianca #tranquilidade
#preocupação #infancia #velhainfancia #inocencia
#lições #brincadeiras #aprendizado #obrigacões #vidaadulta #responsabilidade #ansiedade #historiadevida #menina #mulher #refletindo #reflexões #aguanoumbigosinaldeperigo #passado #presente #futuro #caminho #paz #ensinamento #ensinamentos #bebaagua #minhahistoria #eu

quarta-feira, 6 de novembro de 2019

Autobiografia: Autoconhecimento

Aprendi com o sol,
que é necessário luz para iluminar os caminhos.

Aprendi com o mar,
que a água acalma, lava o corpo, a alma,
que as ondas não se cansam de ir e vir, recuando quando precisam, avançando quando necessário.

Aprendi que a paciência é essencial e que ansiedade se cura com água de côco na beira da praia.

Aprendi com os livros,
que preciso escrever minhas próprias histórias, transbordar sentimentos, espalhar emoções.

Aprendi com os erros e com os acertos.

Aprendi a buscar o que desejo,
mas também aprendi a valorizar o que possuo.

Aprendi a ganhar e perder, a lutar ou desistir, a me permitir.

Aprendi a ouvir os outros e a mim mesma. Principalmente a mim mesma.

Aprendi a traçar limites, traçar retas e curvas, desenhar horizontes.

E sigo aprendendo...

Sigo encarando a vida - olhos nos olhos, como deve ser - deixando ela me conduzir.

Guiada pelos ventos, pelas correntes...

Sigo em direção ao brilho do olhar

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

O futuro é uma névoa na estrada.


O que é o futuro, se não uma neblina espessa na estrada da vida?

Já passamos por aqui muitas vezes, conhecemos cada curva do caminho, as retas, a escuridão dos túneis, a luz ao final de cada um.

Em nossa mente infantil, acreditamos que trilhamos a mesma estrada mais uma vez, e chegaremos ao mesmo destino, no mesmo horário de sempre.

Mas o futuro, essa neblina no caminho, não nos permite enxergar um metro adiante, um instante além do agora.

A estrada pode mudar, os planos podem mudar, um atalho, um desvio, um congestionamento que faz a gente ficar parado muito tempo no mesmo lugar, ou quem sabe, um rodopio. Tudo muda, na mesma estrada e a estrada é outra agora.

Não aquela que conhecemos, não aquela que planejamos. Nem melhor, nem pior. Ou melhor e pior. O fato é que de repente, a nuvem se dissipa e estamos em uma nova pista. Procurando novos destinos.

Podemos ir ou ficar. A escolha é nossa. O caminho é nosso. Tudo pode acontecer ou nada pode acontecer.

O futuro é incerto. Mesmo assim seguimos. Muitas vezes esperando pela paisagem conhecida, outras vezes desbravando mundos.

A neblina vem e vai. Enxergamos um pouco mais além, ou apenas imaginamos?

Vez ou outra sentimos medo calados. Vez ou outra erramos o caminho e choramos perdidos em algum lugar.

Mas quase todas as vezes o medo passa, enxugamos as lágrimas e seguimos em frente.

O que é a neblina, se não o futuro? Uma nuvem, gotículas de água, vapor...

Não há o que temer. É vapor.

Vamos ultrapassar a névoa e voltar a enxergar o que vem adiante.

Seguiremos, seguros de nossas escolhas, seguros de nosso destino.

Quando a neblina passar, passa tudo, passam as incertezas, a insegurança, passam os carros, e seguimos a rota, até um destino certo.

Bem, talvez não seja o mesmo local, nem o mesmo horário, mas será o nosso lugar, o futuro que o destino escolheu pra nós.

Ou que nós mesmos escolhemos.

terça-feira, 27 de agosto de 2019

Quem vai?

Quem vai cuidar de você?
Quem vai cuidar de nós?
O tapete não é grande o bastante pra esconder todos os problemas.
Estamos todos procurando ajuda
Estamos todos ocupados demais pra enxergar
Seus problemas são meus...
São dele, são dela, são de todos nós.
Mas seus problemas também são seus, ainda que você não tenha consciência do que está fazendo.
É mais fácil jogar a toalha do que segurar sua mão.
É mais fácil não lembrar que por toda a vida existirá o compromisso de segurar sua mão e te ensinar a caminhar.
Precisamos de apoio, da rede, da força conjunta, mas por hora, só temos esse trem desgovernado, acelerando, acelerando, indo pra longe e pra lugar nenhum.
Me dói o coração e o estômago. Me dói assistir de mãos atadas e saber que não faz parte da minha essência lavar as mãos.
Temo que dia após dia, você esteja mais distante, e mais difícil de alcançar.
Quem vai cuidar de você?
Porque a vida se repete mas nem sempre se repete igual.
Me pergunto: como ajudar? 
Me preocupo.
Sofro também.
O que fazer? 
Quem vai cuidar de nós?

terça-feira, 6 de agosto de 2019

Antes que tudo acabe.

A gente morre no meio da frase,
Antes do fim do jantar,
Sem ter consertado o chuveiro, ou mandado um e-mail para o cliente.

A gente morre sem ter completado o quebra-cabeça, ou terminado o capítulo do livro.

Morre com louça na pia, roupa pra lavar, sem ter tomado um café com o amigo, e antes da viagem marcada.

A gente morre de repente, sem controlar a hora e o local. Mas passa a vida tentando controlar cada minuto, cada segundo de cada dia.

A gente tenta organizar a mesa de trabalho, cumprir metas, alcançar objetivos inatingíveis.

Tentando cumprir prazos, equilibrar orçamentos, resolver problemas, nossos ou dos outros.

A gente se frustra com a gente mesmo, se magoa com a família, se irrita com o chefe.
Passa horas escrevendo relatórios, cancela o médico, chega atrasado na festa porque a vida está corrida.

E a vida corre.

Porque não paramos para observá-la calmamente. 

Vivemos tão ocupados que não vemos a vida passar. E ela passa.

A vida passa e a gente morre.

Então, antes que seja tarde, pare um pouco. Respire, feche os olhos, esvazie a mente, relaxe.

Então, antes que tudo acabe, abra os olhos, olhe ao redor, observe o céu e as aves, sinta o vento no rosto, os cheiros da natureza, vá pescar ou jogar futebol, golfe, ping-pong, xadrez, palavras cruzadas.

Vá montar um quebra-cabeça de 3.000 peças, sabendo que demora, leva tempo, requer paciência, mas tudo bem... Porque a gente não consegue mesmo resolver tudo com prazo determinado, no tempo que a gente quer.

Tem horas que a gente precisa relaxar, e lembrar que nem tudo está sob nosso controle. E que às vezes, não dá pra fechar a conta, nem atender todas as expectativas que nós mesmos criamos.

Relaxa! Não desperdice a saúde e a vida, porque o mundo não vai acabar. A contagem regressiva, essa bomba prestes a explodir, está só na nossa cabeça.

Viva sua vida, com calma, sem pressão, sem sofrimento desnecessário, porque a vida acaba de repente.

No meio da frase... No meio do relatório... Antes que a gente resolva todos os problemas... No meio do dia... 

Viva! E viva bem!

sexta-feira, 12 de julho de 2019

Biografia

Já fui criança (e ainda sou)

Já fiz poesia.

Já fui premiada em concurso de redação e em promoções literárias.

Já escrevi em agendas, cadernos, blogs. (Sim, blogs)

Já tive textos publicados no jornal.

Comecei alguns livros que não terminei.

Sou arquiteta, urbanista, gestora ambiental, técnica artística (às vezes 100 noção).

Sou escritora. Sempre serei.

Escrevo porque minh'alma transborda.

Escrevo, respiro, vivo.

segunda-feira, 24 de junho de 2019

Sim, eu sou assim.



Teve sol no meu domingo.
Raios de luz me abraçando.
Teve calor.
Não igual ao do verão, mas um calor agradável para uns e reconfortante para outros.
Teve banho de mar.
A água estava congelante...
Livro, música, som das ondas, silêncios...
Gente passando, pensamentos passando, tempo passando, tudo passando...
Porque tudo passa.
Mas eu, eu estou aqui sempre que precisar.

E em um único dia temos luz e escuridão, temos frio e temos calor, temos gente que vai e gente que vem, temos inverno e verão, temos sons: barulho e silêncio, temos certezas e dúvidas, temos paciência... Ou não.

Já não procuro entender...
Sou parte da natureza, e estou também, em constante mutação.
Me divirto com meus erros...
Quem disse que são erros? São só etapas que não saíram como planejado.
Comemoro vitórias...
Quem disse que são vitórias? São só conquistas de algo que posso nem querer mais amanhã.

Sou vento sem direção.
Mas sigo indo, pra um lugar ou pra outro.

Felicidade?
Não é um objetivo, é cada passo do caminho.
Quem sou eu?
Impossível descrever.
Desculpe o transtorno, pessoa em construção.


quarta-feira, 29 de maio de 2019

É proibido ser criança.

Deitada em um quarto de hotel ouço o choro de um bebê.
"Por que choras, ó criança?"
Será que ele já sabe o quanto sua existência é incoveniente para esse mundo hostil?
Nos tempos antigos, talvez não tão antigos... No mundo em que vivo, que deve ser diferente do mundo onde vivem as pessoas ao meu redor, um choro inconsolável causa sentimentos de piedade.
Será que tem dor? 
Será que tem fome? 
Será que se sente assustado, assim como nós muitas vezes, mas só conhece essa forma de expressar suas angústias?
E sua mãe, mãe de bebê que chora de tempos em tempos, será que precisa de algo? 
Uma ajuda? 
Um conselho? 
Umas horas de sono ou um banho demorado e despreocupado?
Muitas perguntas, nenhuma resposta, só o choro.
Certamente, nesse mesmo corredor, pessoas se incomodam com o pobre bebê. Consideram que o hotel deveria proibir a presença de bebês em seus quartos, assim como fazem alguns estabelecimentos.
Já existem hotéis só para adultos, onde crianças não são bem vindas. 
Uma vez li em uma crônica de jornal uma queixa sobre crianças em restaurantes. E o autor estava mesmo falando sério.
Nos teatros o aviso: "Se sua criança ficar impaciente, favor se retirar para acalmá-la do lado de fora da sala." 
As pessoas se aborrecem com crianças aborrecidas. 
As mesmas pessoas que "esquecem" de desligar celulares que tocam no meio do primeiro ato. Mas tudo bem, esse crime não é grave, acontece com qualquer um.
Fico imaginando para onde enviaremos os bebês e crianças.
Banidos da sociedade, viverão isolados com suas mães. Mulheres que também serão banidas. Culpadas por parirem crianças que choram, resmungam, que não se comportam como adultos ou robôs.
Que mundo é esse? 
Por que tanta hostilidade?
Pensando, sinto vontade de chorar junto com o bebê do quarto ao lado.
Mas é melhor chorar baixinho, lágrimas gotejando na fronha do travesseiro. 
Se eu chorar como ele, posso ser banida também.
Pensando bem, talvez eu deva berrar ainda mais alto. 
E convidar essas mães, para chorarem comigo.
Seremos todas expulsas desse lugar de gente ranzinza.
Vamos viver no planeta dos pequeninos. Vamos brincar, ver o mundo com olhos infantis, assistir peças de teatro e correr entre as mesas dos restaurantes, vamos cantar cantigas de roda...
Vamos chorar e nos consolar. 
Vamos pedir colo e dar colo, dar carinho, compreender a dor do outro e nos solidarizar.
No nosso planeta, bebês e crianças serão bem vindos, bem vistos, amados por todos. 
Criança vai ser criança.
E adulto ranzinza vai ser convidado a se retirar, ou a tirar os sapatos pra brincar de guerra de travesseiros.

terça-feira, 26 de março de 2019

Totalmente nua

Vou me despir.

Vou tirar todas essas camadas de roupa que escondem meu verdadeiro eu.

Aparecerei totalmente nua. Cabelos despenteados. Sem maquiagens ou máscaras.

Me despirei principalmente das máscaras.

Vou mostrar meu corpo, exatamente como ele é.

Cada curva perfeita e cada centímetro de imperfeição.

A pele desnuda, arrepiada de frio. As gotas de suor nas têmporas. (Está frio ou calor?)

Mostrarei meus largos sorrisos e as lágrimas teimosas que marcaram meu travesseiro.

Cada pelo, cada mancha, cada uma das cicatrizes.

E enquanto alguns enumerarão meus defeitos e outros observarão minhas qualidades, estarei ali, nua, calada, contando todos os meus segredos, repleta de certezas.

"Os olhos que me veem não enxergam a minha alma"

"Ainda que esteja despida de todos os subterfúgios estarei protegida pelo escudo da incompreensão"

Já tive medo de me expor. Hoje me exponho feliz.

Registro os sentimentos, certa de que estou segura.

Meus ângulos são diferentes e cada face do prisma reflete uma cor.

Posso mostrar tudo e ser transparente como o ar, mas ninguém verá o mundo pelos meus olhos.

A nudez não revela quem sou.

Posso me despir dos medos, das tristezas e até daquilo que me faz feliz, e ainda assim, não estarei vazia.

Porque estou repleta de mim.

Nua. Exposta nas vitrines. Meu eu revelado. Publicado.

E ainda assim protegida de tudo e de todos.

Olhe em meus olhos profundamente, ainda que minha nudez te distraia, e mesmo com toda a atenção, não será capaz de saber tudo que sei.

Essa sou eu.

Mas ainda tem muito mais.