quarta-feira, 15 de abril de 2020

Você já escreveu Hoje?

Mais um hoje começa.

Cheio de notícias de ontem.

Cheio de incertezas do amanhã.

Preencho os pulmões com o ar puro do meu lar, doce lar.

Mais um hoje. Um presente!

Os olhos se abriram como o raiar de um novo dia.

Aves cantam no céu.

Sussurro canções para as angústias da alma.


Admiro os raios de sol que invadem minha sala.

Agradeço pela segurança, pelo alimento, pela saúde da família e dos amigos.

Olho ao redor.

Me pergunto e me respondo como no desenho infantil:

"Já sei o que vamos fazer hoje!"


Planejo só o próximo passo, subo apenas um degrau.

Um degrau de cada vez...

Não leio livros (me falta concentração), mas leio entrelinhas em frases soltas na internet.

Ofereço minhas palavras, minhas orações, meus abraços virtuais com o mesmo aconchego dos abraços reais.


Alguns dias também estou mais carente.

Carente da energia agradável e da estranha paz que venho carregando em meu coração.

A ansiedade, velha companheira de longa data, partiu sem deixar bilhete de adeus.

Com a quarentena, com o vírus, com situações que aconteceram junto nessa época tão estranha, aprendi a dar conta só do agora. E isso me basta.


Sei que vivo em situação privilegiada diante de tanta gente que vive na angústia da incerteza. Talvez seja mais fácil pra mim.

Ou talvez, não seja fácil pra ninguém. Cada um sabe de seus temores e suas dores.


Procuro aprender as lições que vem com as dificuldades. Olho a história e percebo que a humanidade já enfrentou outras guerras. Outras tempestades.

Somos sobreviventes.


Sobreviventes. Aprendendo a sobreviver.

E aprendendo: Sobre "VIVER"