sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Como será?

Então ficamos assim...

Não vou dizer nada... E você continuará em silêncio.

Se tivermos oportunidade, podemos conversar por olhares ou por telepatia.

Podemos dialogar em pensamentos e revelar nossos segredos.

Ou os segredos podem continuar ocultos

É, talvez seja melhor calar a voz, e evitar mal entendidos.

Suas palavras podem ecoar em outras vibrações. Meus ouvidos podem criar novas versões.

Deixemos pra lá.

Não precisamos lidar com isso agora... Nem depois.

Podemos ficar assim, não podemos?

E quem sabe um dia, no futuro, a gente possa conversar sobre isso sem rodeios.

Iremos direto ao ponto.

Um ponto tão distante, que não fará diferença se foi bom ou ruim.

Se poderia ter sido.

Mas pensando bem...

Não seria melhor resolver isso agora?

Viver o agora. Abraçar o agora. Se agarrar ao momento.

Mas é assim que ficamos. Parados no tempo. Vendo o tempo passar por nós.

Se você falou, eu entendi tudo errado.

A errada sou eu.

Esqueça. Não dissemos nada e nada diremos.

Então, ficamos assim...

Assim... Sim.

Pensando bem: não ficamos. Ou não pensamos e seguimos um roteiro qualquer.

Vem comigo. Ou não.

Vou contigo. Ou fico.

Então... Que seja!

E assim será.


terça-feira, 7 de novembro de 2017

Quem foi que disse?

Quem foi que disse que eu preciso escolher?

Um partido, um padrão, profissão, uma cor, uma comida favorita...

E quem determinou que uma escolha é uma decisão pra toda vida?

Quem inventou essa história de que o caminho mais curto entre dois pontos é uma linha reta, e portanto, as retas são o melhor caminho?

Quem engessou as opções ou podou drasticamente a oportunidade de mudar de idéia?

De onde vem essa lenda?

Podemos, ou devemos experimentar o todo. Mas só se desejarmos, porque essa também não é uma regra.

Quais são as regras então?

A regra é ser natural.

E eu não disse normal, porque normal não existe. Normal vem de "normas" e nós não precisamos obedecer algo que não cabe em nosso ser.

Somos seres da natureza, somos mutáveis ou somos mutantes, talvez...

Podemos ser como o vento que está sempre buscando os melhores caminhos, entre ramos, entre paredes, nas frestas das portas ou acima dos telhados.

E de repente, sem razão nem porque, muda de direção e vai soprar em outros eixos.

Não precisamos ter medo ou nos envergonhar. Podemos voltar pela mesma calçada e decidir seguir outro percurso.

A decisão cabe a nós.

Mas se tememos uma mudança de planos, se nos prendemos no que deveria ser "para sempre", então será ainda mais difícil decidir.

Nossas dúvidas irão nos paralisar.

Mudar. Mudar a qualquer tempo faz parte de nossa natureza.

As escolhas não são o fim. São só o início de uma jornada. E podem também, ser o início de uma experiência qualquer.

A primavera chegou e o colorido das flores não combina mais com aquele caminho que tomamos.

Aprendemos algumas coisas inúteis e outras que servirão pra vida toda (ainda que não saibamos disso agora). E então, fazemos uma curva, voltamos algumas casas, e seguimos por outra trilha.

Impossível saber se acertaremos um caminho de primeira. Aliás, por que mesmo que um dia quisemos isso?

E as experiências? Os tropeços? A oportunidade de vivenciar algo novo, não só uma, mas inúmeras vezes?

Nosso objetivo pode ser evoluir. Aprender durante toda a jornada.

Ainda que eu pense que a árvore é mais forte que a flor, ambas foram semente um dia. Foram broto.

Cada qual viveu uma história. Foi se formando com o calor do sol e o alimento da terra. Sofreram nas tempestades. Até se tornarem o que são. Dando frutos ou aromas silvestres. Beleza ou sombra.

A árvore é árvore. A flor é flor. Mas até elas podem se tornar algo novo.

São mutáveis, mutantes, como eu e você.

Quem foi que disse que eu preciso escolher entre isso ou aquilo?

Quero provar todos os sabores, caminhar rumo ao norte, retornar. Ver o sol acordar, e se deitar do outro lado do horizonte.

Podemos fazer escolhas sem medo. Sem arrependimento. Estamos tateando a vida, pra senti-la em toda sua plenitude.

Não somos eternos. Nossas decisões também não precisam ser.

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Esvaziando a mente

Como não pensar?

Como se livrar de todas as cenas criadas em um cenário tão perfeito?

Como apagar cada imagem?

E não ouvir os soluços ou os sussurros?

Como esconder os sorrisos, as lágrimas, os olhares?

Como fingir?

Como preencher o vazio sem invadir o espaço de quem precisa se afastar desse buraco negro?

Como?

Como acalmar a mente e evitar o ranger dos dentes e das portas fechando?

Como contar os segredos, se segredos contados simplesmente deixam de existir?

Como não dormir? Não sonhar...

Ou como não passar noites em claro, esperando uma mensagem de oi?

Como pausar a vida?

E como tentar viver em um universo paralelo sem ferir quem está em um mundo real?

Qual dos mundos é real?

Como decidir?

Como me aproximar, derrubando barreiras de tempo e distância?

Ou como me afastar, e aguardar como um girassol, que essa luz venha iluminar minhas pétalas ao raiar de um novo dia?

Como esvaziar a mente e ficar em silêncio?

Como reunir forças? E enfrentar os sentimentos que se divertem nessa gangorra?

Como achar o fim dessa história?

O fim do texto...

Como?