quarta-feira, 30 de julho de 2014

O poder do elogio

Algumas coisas parecem singelas, mas possuem um poder inexplicável.

Algumas ações, quando sinceras, beneficiam todos os envolvidos.

Assim acontece com o elogio.

O elogio tem o poder de renovar a capacidade da pessoa acreditar em si mesma.

A valorização de seu trabalho, de seus esforços, de sua opinião, traz como resultado a vontade de melhorar ainda mais, a ânsia de atender e superar as expectativas daqueles que acreditam em nossa capacidade.

Quando uma pessoa é elogiada por sua aparência, ela se sente envaidecida. Mas quando ela é elogiada por suas ações, se sente estimulada.

Estimulo é algo que falta a muitas pessoas, muitos profissionais.

Muitos esperam que o estimulo se apresente em um pedaço de papel, chamado de holerith. Mas muitas vezes, nem com salários altos é possível estimular uma pessoa.

Por outro lado, se a fé move montanhas, são as palavras que movem os profissionais.

Quando se dá a oportunidade de trabalhar, quando as pessoas tem voz para opinar e quando, acima de tudo, sentem-se respeitadas, suas mentes se tornam férteis. Suas idéias se multiplicam rapidamente, e se espalham por todos os cantos, produzindo um material que poderá ser utilizado nesse momento, ou em um futuro distante.

As idéias não se perdem no tempo. As vezes elas podem ser apenas uma semente, de algo que ainda vai germinar, mais precisa de um solo firme, uma base solida, para crescer e dar bons frutos.

O grande problema é que nao existem tantos semeadores de idéias no mundo profissional.

Em muitos e muitos lugares, temos somente aqueles que colhem... Principalmente os que colhem as idéias dos outros para apresenta-las como fruto de seu trabalho...

Pobres colhedores. Eles não sabem que sua atitude resulta no fim da colheita, na escassez de idéias novas, pois ninguém vai querer ser alimento de gafanhotos.

Entretanto, em meio a um universo de colhedores, aparece, ainda que raramente, um semeador.

Com uma humildade incomum, ele se mostra como um mero aprendiz. Não importa qual é sua idade ou sua experiência, ele ouve os mais novos, fica atento a suas atitudes e palavras, e busca, com delicadeza e sinceridade, valorizar os pontos fortes daquele que está diante de si.

Pode ser um amigo, um professor, um chefe, um parente. Durante uma simples conversa ele tece um elogio. Ele te presenteia com uma visão positiva de si mesmo. Algo que talvez você mesmo já nem enxergasse.

E como diz a canção, você sente um acréscimo de estima por si mesmo...

O elogio sincero, verdadeiro, tem o poder de multiplicar o que há de melhor em nós mesmos.

O resultado é nítido. Elogie a roupa de alguém, e essa pessoa provavelmente te dará um explicação sobre a peça:

- É antiga... - Foi presente... - Tenho um compromisso importante mais tarde...

Elogie o caráter de uma pessoa, suas idéias, a qualidade de seu trabalho, e essa pessoa receberá o elogio com gratidão.

O elogio deve ser sempre retribuído com gratidão. Pois ele é a força que te faz querer ser ainda melhor.

Agradeça, e lembre-se de valorizar aqueles que te cercam. Elogie e observe. Ser um semeador pode ser tão gratificante quanto ser valorizado.

Provavelmente é ainda mais gratificante.

 Esse é um exercício que preciso começar a fazer. E assim, certamente vou aprender a buscar o melhor de cada um.

Não tem como dar errado. Observo, sou sincera, elogio. Parece bem fácil, mas suspeito que esse exercício vai requerer anos de pratica.

Que bom!!!

sábado, 19 de julho de 2014

A Dor

Qual o tamanho de sua dor?

Impossível mensurar alguns sentimentos...

Qual o peso de uma lágrima?

A dor é uma das lições mais difíceis de aprender em nossas vidas.

Sofremos por razões tolas, sofremos por amar e perder, sofremos tão intensamente, que chega a doer na alma...

As linhas tortas do destino são ilegíveis demais para que possamos compreender.

E a dor vai e volta! A dor pode ficar distante por anos, mas um dia ela vem, implacável novamente. Ela não escolhe aquele que nunca sofreu. Ela não tem pena dos que já visitou outras vezes... Ela apenas vem outra vez.

E dói, como se fosse a primeira vez. Como se fosse uma mera desconhecida, que sabe bem, que é capaz de nos ferir

Durante toda a vida, nos preocupamos em buscar a felicidade.

Muitas vezes nos esquecemos de prestar atenção nos momentos felizes... Poderíamos, talvez, agarrar-nos a eles, como se fosse possível torna-los eternos.

Mas um dia, descobrimos que o até logo virou um adeus. Que a certeza do amanhã, se transformou na saudade do ontem.

Fico pensando, se as almas realmente sublimes, conseguem pensar, nesses momentos, na gratidão pelos dias vividos. Nas alegrias que deram e que receberam.

Essa consciência, apesar de verdadeira, não é fácil de alcançar.

E se realmente existe alguma lição na dor... Estamos sempre nos negando a aprender.

Pois aprendemos um dia, que nascemos para a felicidade.

Aprendemos a ter esperança, a levantar depois de cada queda, a tentar outra vez.

Aprendemos que existe um dia depois do outro.

Mas algumas vezes... o dia seguinte não vem. Só vem a dor...

"- Não sei mais o que escrever: Força! Coragem! Sinto muito! Nada irá amenizar esse sentimento." 


*Maria Helena Pereira de Sá

- Algumas vezes, eu perco as palavras - Nesses momentos preencho páginas em branco.
- Algumas vezes, transmito em um abraço todo o meu sentimento -
* Esse texto é para alguém muito especial... Só queria dizer que estarei sempre aqui, se precisar de um abraço. Um grande beijo, do fundo do coração.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Você está me ouvindo?

Com quantos anos uma criança aprende a falar?

Com quantos anos uma pessoa aprende a ouvir?

As famílias: pais, mães, tios, tias, primos irmãos, avós... enfim, todos os familiares, se preocupam em ensinar a criança a falar. Se a criança completa um ano, sem completar uma frase simples, já ficam todos preocupados, achando que ela tem um atraso no desenvolvimento.

E perguntam para o pediatra, para a vizinha, pesquisam no Google, marcam a fonoaudióloga:

- A criança não fala! Só diz algumas sílabas, balbucia sons inteligíveis..

- Fala filhinho, fala papai: Paaaaa-pai...Paaaaa-pai...

E a criança:

- Paaaaaaaapá

-Tá vendo doutor? Ele não consegue nem falar papai.

E a conversa segue.

A mãe diz:

-Deve estar com fome! Olha pro filho: - Bebê qué papá? Qué boiacha? Qué dedeira?

E o doutor só olha, pensando com seus botões: Pobre criança!

De qualquer forma, a criança aprende a falar. E aos poucos, com o convívio social, ela aprender a falar direito (ou quase).

Mas os anos passam, a criança cresce, e são poucas as pessoas que se preocupam em ensiná-la a ouvir.

Geralmente é na escola, que os professores enfrentam a dura batalha de tentar ensiná-las a ouvir.

Mas hoje em dia, os professores não tem voz. É o aluno quem grita mais alto. Ele bate o pé, esperneia, e se não for atendido, os pais vão à escola exigir que o professor seja demitido.

E assim, segue a lei do grito. Todos querem falar. Falam alto, acima das outras vozes, para serem ouvidos.

Mas ninguém aprendeu a ouvir.

É no silêncio que se aprende a ouvir. Se aprende a prestar atenção.

É no silêncio que se escuta até o que não devia ser escutado... quando alguém diz,sem querer, aquilo que estava pensando.

Quando uma criança, ou uma pessoa qualquer, é do tipo calada, isso significa que ela sabe ouvir.

É necessário fechar a boca para aguçar os ouvidos.

É necessário aprender a ouvir, para durante uma conversa (ou uma discussão), saber quando é melhor se calar.

Dizem, que não é à toa, que possuímos uma única boca, e DOIS ouvidos.

Mas algumas pessoas não aprenderam a ouvir, e com o tempo, torna-se cada vez mais difícil ensiná-las.

Como ensinar a ouvir, alguém que não é capaz de escutar esse ensinamento?

Por isso, só para treinar sua audição, faça esse simples exercício:

Feche os olhos. (Não, agora. Termine de ler meu texto primeiro! kkkk)

De novo:

Feche os olhos.

Feche a boca.

Tire os fones de ouvido. (É o mundo que você precisa ouvir, não essa música que toca sete vezes por dia na mesma rádio!)

Ouça os sons ao seu redor.

Ouça o barulho dos carros, o choro do bebê, a conversa das pessoas do ônibus...

Não! Isso não é ser enxerido. Não é falta de educação. Isso é apenas um treino. Você pode aprender muita coisa ao ouvir o que se passa ao redor.

Muitas vezes você ouvirá sábios conselhos que se encaixam perfeitamente em sua própria vida. Você ouvirá histórias semelhantes às que você conhece, e novas soluções para antigos problemas insolúveis.

Ouvindo, você aprenderá a ouvir. E sabendo ouvir, você reconhecerá o momento de se calar.

Isso evita muitos problemas!

Mas preste atenção: Você está me ouvindo?

Isso não significa que você deva se calar diante de injustiças, ou se calar e não defender sua própria opinião.

Saiba que em uma conversa (ou discussão), todos tem direito a falar. Mas só será uma conversa, se ambos souberem ouvir.

Quem fala o tempo todo, sem escutar o que o outro tem a dizer, está apresentando um monólogo longo e tedioso... E logo, as pessoas deixarão de prestar atenção.

Não fique falando sozinho!

Ouça o que os outros tem a dizer.

*Maria Helena Pereira de Sá -

- Espero que vocês tenham gostado desse meu monólogo. Agora ficarei calada... para ouvir as suas opiniões.
Ahhhh.... Não esqueçam de fazer o exercício. Agora vocês já podem fechar os olhos ;)





sexta-feira, 4 de julho de 2014

O ultimo beijo

Foi em março de 2014...

Dizem que os gatos se apegam às casas, e não aos donos.

Dizem que não são carinhosos: são independentes.

Pra falar a verdade, eu nunca fui fã de gato. Sempre acreditei nesse monte de baboseiras, e me rendi inocente, aos apelos dos cães.

Quando nosso gato chegou a essa casa, em 2005, eu não imaginava o que estava por vir.

Eu não escolhi ter um gato, fui convencida a ter um.

E com o tempo, descobri que não são os donos que escolhem o gato. É o gato que escolhe o dono.

Assim como eu, o gato é um ser reservado. Ele não faz festa para todas as pessoas, não fica mendigando atenção, não se faz de simpático só para agradar e satisfazer as vontades dos outros.

O gato não deita, não rola, nem busca a bolinha ou o jornal.

Gatos não são só independentes, eles são geniosos. São autênticos.

O gato de nossa casa, recebeu o nome de Fred. Dominou todos os espaços e escolheu seu próprio dono. Para minha surpresa, ele me escolheu.

Eu, que ainda não tinha me rendido a seus encantos. AINDA...

Ignorando os chamados de meu marido e minha filha, era no meu colo que ele ia deitar enquanto assistíamos TV.

O Fred me pedia carinho, me cutucando com a pata na hora do jantar. E se eu me acomodasse um pouco para a frente, ele se deitava em minha cadeira, me fazendo companhia enquanto eu comia.

Pela manhã, o Fred me chamava miando, pedindo água ou comida, ou querendo que eu limpasse a caixa de areia.

Meu gato, meu dono.

Eu obedecia seus chamados, oferecia meu carinho e aos poucos fui me apaixonando por ele.

O gato me conquistou.

Quantas vezes ele não subiu na rede, quando eu estava deitada, lendo ou descansando.

À noite, se deitava ao meu lado, e nos aconchegávamos até o primeiro de nós dormir (geralmente eu). Depois ele pulava da cama e ficava pelo quarto, velando meus sonhos.

Nosso amor era real. Olhos nos olhos. Um carinho infinito...

No final de março, algumas semanas antes dele morrer (quando eu ainda nem sabia que ele estava doente), o Fred lambeu minha mão.

Não sabia se era comum o gato lamber seu dono, então, decidi pesquisar.

Me lembro de ter lido que gatos lambem para se lavar...mas eu não estava suja.

Mas os gatos também lambem para demonstrar confiança, carinho, proteção. Assim como lambem seus filhotes. Naquele momento entendi que estava sendo beijada.

Foi o ultimo beijo que ele me deu.

Não sei se, em seu sexto sentido, o Fred percebeu que suas sete vidas estavam chegando ao fim. Não sei se ele estava se despedindo ou demonstrando seu amor.

Seu amor era tão grande quanto o meu. Eu podia ver isso em seu olhar.

Eu posso sentir.

Fred foi o meu dono. E eu, fui sua humana de estimação.

*Maria Helena Pereira de Sá

"Esse texto foi escrito em 11 de abril de 2014, alguns dias depois da morte do Fred. Mas decidi programar para que seja publicado daqui a um tempo...seis meses, um ano... ainda não sei.
Quero que as emoções que me inspiram nesse momento, não se percam. 
Porém, não pretendo que essas páginas fiquem repletas de lamentações. Quero que a lembrança permaneça, mas só como saudade... sem lágrimas, sem dor."