quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Coisas que eu não sei...

Eu não sei falar francês, espanhol ou italiano.

Não sei as capitais dos países do mundo.

Não sei mais andar de patins e nunca soube dar "estrelinha".

Não sei cozinhar pratos sofisticados. Não entendo quase nada de física. Não decoro fórmulas...

Eu não sei mergulhar de cabeça em uma piscina...

Mas eu sou curiosa, e tento entender as coisas que nunca ouvi falar.

Mergulho de cabeça para aprender aquilo que tenho interesse, ou o que não me interessava mas tornou-se necessário.

Eu não nasci sabendo o pouco que sei, mas também não tenho vergonha de mostrar meus conhecimentos.

Quando desconheço o assunto, fico calada, pois quem sabe ouvir aprende muito mais do que quem não consegue se calar.

E anoto. Anoto palavras em pedaços de papel, ou no aplicativo do celular. Porque depois, vou pesquisar sobre o assunto.

Preciso sempre esclarecer minhas dúvidas...mesmo que o assunto pareça supérfluo naquele instante.

Eu decorei as sete maravilhas do mundo porque ninguém sabia me responder quais eram elas.

Eu aprendo um pouco a cada dia. Aprendo com as pessoas, com os livros, com as experiencias, com as pesquisas que faço.

E não aceito aquilo que me parece incompleto. Pesquiso mais um pouco, procuro exemplos, estudo.

Ainda assim, não tenho vergonha das coisas que não sei.

São apenas coisas que um dia ainda quero aprender.

Enquanto isso, sigo em frente, como uma aluna ansiosa pela próxima aula. Nunca é tarde!

Quem sabe um dia, eu ainda aprenda a dançar?

Aprenda a mergulhar no mar azul ou um pouco sobre política externa e psicologia.

Quem sabe eu aprenda a entender as pessoas que não compreendo? Mesmo que eu possa aceitar que somos todos diferentes, me pergunto muitas vezes sobre o comportamento alheio.

Talvez, não baste pra mim, e pra cada ser humano que existe, saber ouvir a voz dos demais... Talvez seja necessário que ouçamos nossas próprias vozes, para sermos capazes de nos livrar dos defeitos que só enxergamos nos outros...


quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Um cachimbo, um professor, uma saudade

A gente não vê muitos cachimbos por aí.

Também não vê muitas pessoas como Ajax Epaminondas.

Por essa razão, o cachimbo me fez lembrar do professor.

E bateu uma saudade enorme...

Devo ter afinidade com as pessoas que inspiram medo na primeira impressão. Descobri que atrás das fortes armaduras, existe um doce coração.

Me lembrei das lições que aprendi, das palavras, da confiança de um professor no potencial de seus jovens colegas, mesmo que estes ainda estivessem tomados de sonhos, sem a mínima noção dos desafios da realidade.

Tentei imaginar, se pude retribuir parte dos ensinamentos que recebi, quando anos mais tarde, pude ser apenas eu. Não mais a aluna, não mais a colega de profissão, apenas uma amiga que visita seu amigo que está preso à uma cama de hospital.

Naqueles momentos, sendo eu mesma, fui mais aplicada que a aluna que ele um dia orientou. Dei o melhor de mim. Distribui meus sorrisos, ofereci minha companhia, ouvimos e contamos histórias sobre nossas vidas. As visitas eram curtas, mas o tempo valioso.

Depois que ele se recuperou nos encontramos algumas vezes. Sempre uma alegria.

Anos mais tarde, bateu uma grande saudade. Tentei localizá-lo mas não consegui.

Tempos depois soube de seu falecimento.

Hoje, o cachimbo reacendeu a saudade.

E a saudade me fez lembrar de outras saudades...

De todas as lições que a vida ensina, seja através dos tropeços ou dos professores, a mais importante é aquela que muitos teimam em não aprender.

Os amigos são os bens mais valiosos!!!

Gosto de pensar que coleciono amigos...uns vem em série (família), uns são raros e difíceis de encontrar, uns tem que ser conquistados... Mas amigos são sempre amigos, e todos tem seu imenso valor.

O cachimbo me trouxe saudade de um professor, saudade de tanta coisa... e meus pensamentos voaram e se espalharam como fumaça no ar.