quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Um cachimbo, um professor, uma saudade

A gente não vê muitos cachimbos por aí.

Também não vê muitas pessoas como Ajax Epaminondas.

Por essa razão, o cachimbo me fez lembrar do professor.

E bateu uma saudade enorme...

Devo ter afinidade com as pessoas que inspiram medo na primeira impressão. Descobri que atrás das fortes armaduras, existe um doce coração.

Me lembrei das lições que aprendi, das palavras, da confiança de um professor no potencial de seus jovens colegas, mesmo que estes ainda estivessem tomados de sonhos, sem a mínima noção dos desafios da realidade.

Tentei imaginar, se pude retribuir parte dos ensinamentos que recebi, quando anos mais tarde, pude ser apenas eu. Não mais a aluna, não mais a colega de profissão, apenas uma amiga que visita seu amigo que está preso à uma cama de hospital.

Naqueles momentos, sendo eu mesma, fui mais aplicada que a aluna que ele um dia orientou. Dei o melhor de mim. Distribui meus sorrisos, ofereci minha companhia, ouvimos e contamos histórias sobre nossas vidas. As visitas eram curtas, mas o tempo valioso.

Depois que ele se recuperou nos encontramos algumas vezes. Sempre uma alegria.

Anos mais tarde, bateu uma grande saudade. Tentei localizá-lo mas não consegui.

Tempos depois soube de seu falecimento.

Hoje, o cachimbo reacendeu a saudade.

E a saudade me fez lembrar de outras saudades...

De todas as lições que a vida ensina, seja através dos tropeços ou dos professores, a mais importante é aquela que muitos teimam em não aprender.

Os amigos são os bens mais valiosos!!!

Gosto de pensar que coleciono amigos...uns vem em série (família), uns são raros e difíceis de encontrar, uns tem que ser conquistados... Mas amigos são sempre amigos, e todos tem seu imenso valor.

O cachimbo me trouxe saudade de um professor, saudade de tanta coisa... e meus pensamentos voaram e se espalharam como fumaça no ar.



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