Vejo meninos no semáforo, lançando ao vento bolas gastas de tênis....Ou laranjas....Ou limões.
Eles se empilham em malabarismos circenses em busca de um trocado.
Me pergunto: Quanto tempo eles se dedicaram a aprender tais artes?
E por que não dedicaram esse mesmo tempo às ciências, à matemática, à nossa tão esquecida língua portuguesa?
Por que não estão nas salas de aula, aprendendo uma infinidade de assuntos, e se preparando para os desafios futuros?
Eu mesma respondo:
A sala de aula não oferece um trocado. Uma moeda. O resultado imediato para aquele esforço de aprender malabarismos.
Nossos pequenos artistas circenses tem pressa.
Eles vivem o hoje, como se não houvesse amanhã.
E não há.
Não para eles.
Amanhã eles ainda estarão nesse mesmo cruzamento. E no outro dia também... No natal...
A encruzilhada é mais do que o território de seu ganha pão. Ela é o símbolo de sua situação atual. Mas eles só vêem um caminho...
Eles deram as costas para a outra via.
Talvez, se os meninos do sinal pudessem se equilibrar entre os estudos e os trocados.
Se pudessem aprender com o mesmo esforço, lançar laranjas e escrever uma nova história.
Talvez no natal de algum ano, eles estivessem lançando ao vento, um chapéu de formatura.
Qual o futuro dos meninos, que em troca de algumas moedas, lançam ao vento suas chances de ter uma vida melhor?
Maria Helena, você me surpreende a cada novo conto. São pequenos e no entanto são grandes. "MALABARISTAS" é o melhor até agora. Lembra " Os Acendedores Do Amanhã " de Antonio Olavo. Um primor. Vou publicar.
ResponderExcluirMH esse como já disse é o teu melhor conto. Vou publicar. Vou copiar. Continue minha linda. E não deixe de me mandar.
ResponderExcluirTexto lindíssimo. Trata com muita sensibilidade do presente miserável de nossas crianças e dá impossibilidade de um futuro.
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