Quem foi que disse que eu preciso escolher?
Um partido, um padrão, profissão, uma cor, uma comida favorita...
E quem determinou que uma escolha é uma decisão pra toda vida?
Quem inventou essa história de que o caminho mais curto entre dois pontos é uma linha reta, e portanto, as retas são o melhor caminho?
Quem engessou as opções ou podou drasticamente a oportunidade de mudar de idéia?
De onde vem essa lenda?
Podemos, ou devemos experimentar o todo. Mas só se desejarmos, porque essa também não é uma regra.
Quais são as regras então?
A regra é ser natural.
E eu não disse normal, porque normal não existe. Normal vem de "normas" e nós não precisamos obedecer algo que não cabe em nosso ser.
Somos seres da natureza, somos mutáveis ou somos mutantes, talvez...
Podemos ser como o vento que está sempre buscando os melhores caminhos, entre ramos, entre paredes, nas frestas das portas ou acima dos telhados.
E de repente, sem razão nem porque, muda de direção e vai soprar em outros eixos.
Não precisamos ter medo ou nos envergonhar. Podemos voltar pela mesma calçada e decidir seguir outro percurso.
A decisão cabe a nós.
Mas se tememos uma mudança de planos, se nos prendemos no que deveria ser "para sempre", então será ainda mais difícil decidir.
Nossas dúvidas irão nos paralisar.
Mudar. Mudar a qualquer tempo faz parte de nossa natureza.
As escolhas não são o fim. São só o início de uma jornada. E podem também, ser o início de uma experiência qualquer.
A primavera chegou e o colorido das flores não combina mais com aquele caminho que tomamos.
Aprendemos algumas coisas inúteis e outras que servirão pra vida toda (ainda que não saibamos disso agora). E então, fazemos uma curva, voltamos algumas casas, e seguimos por outra trilha.
Impossível saber se acertaremos um caminho de primeira. Aliás, por que mesmo que um dia quisemos isso?
E as experiências? Os tropeços? A oportunidade de vivenciar algo novo, não só uma, mas inúmeras vezes?
Nosso objetivo pode ser evoluir. Aprender durante toda a jornada.
Ainda que eu pense que a árvore é mais forte que a flor, ambas foram semente um dia. Foram broto.
Cada qual viveu uma história. Foi se formando com o calor do sol e o alimento da terra. Sofreram nas tempestades. Até se tornarem o que são. Dando frutos ou aromas silvestres. Beleza ou sombra.
A árvore é árvore. A flor é flor. Mas até elas podem se tornar algo novo.
São mutáveis, mutantes, como eu e você.
Quem foi que disse que eu preciso escolher entre isso ou aquilo?
Quero provar todos os sabores, caminhar rumo ao norte, retornar. Ver o sol acordar, e se deitar do outro lado do horizonte.
Podemos fazer escolhas sem medo. Sem arrependimento. Estamos tateando a vida, pra senti-la em toda sua plenitude.
Não somos eternos. Nossas decisões também não precisam ser.
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