quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Ano novo em um novo universo

O disco voador pousou na principal praça da cidade.

Ele veio buscar os problemas do planeta pra joga-los num buraco negro do universo.

Dizem que do outro lado do buraco negro tem um povo que recicla problemas e os transforma em oportunidades.

O disco voador traz também muitas novidades: Uma moeda única que deixa todos os povos com o mesmo padrão de conforto. Alguns, ainda são mais ricos que os outros, porque não podemos ser todos iguais... seria injusto com quem se esforça mais, se preparou mais, lutou mais, estuda um pouco mais a cada dia, aprende, ensina, levanta da cama cedo enquanto outros dormem até tarde pra curar a ressaca da bebedeira da noite anterior.

Com essa nova moeda, o povo ficará mais unido, porque a linguagem dos números não precisará de conversões.

E os simpáticos extraterrestres vem nos ensinar a dar abraços calorosos, a respeitar os desconhecidos, a fazer atos de bondade sem querer nada em troca. Os doadores de sangue já sabem como é.

Muitas pessoas vão para a praça para ver a novidade. E tudo vira uma grande festa, como a comemoração da final de um campeonato de futebol.

As luzes dos fogos de artifício iluminando a cidade.

O brilho nos olhos, voltados para o céu.

E todos rezam por algum milagre.

O disco voador não traz nem grandes, nem pequenos milagres... mas eles acontecem.

Como gotas de uma chuva que chega,  os milagres atingem alguns e não atingem outros.

Os abençoados choram lágrimas de felicidade.

Os esperançosos choram lágrimas de fé.

E muitos outros só choram, esperando acordar de seus próprios pesadelos.

Mas o disco voador traz uma brisa de esperança, mesmo para aqueles que duvidam do impossível.

Quem sabe, lá do fundo do compartimento de carga dessa nave espacial, possa surgir um desejo realizado, um despertar glorioso.

Porque se acreditamos, tudo é possível.

E se o universo conspirar à nosso favor, pode ser que aquela estrela cadente que ouviu nossos pedidos, seja uma fada madrinha, e com uma varinha de condão, vai transformar o mundo que nos cerca e encher o nosso coração de amor.

Nessa noite, você vai dançar com o príncipe (ou a Princesa) mais lindo/a.

Seu sorriso vai iluminar o universo e guiar o disco voador em sua viagem de emoções.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Sexto sentido

Dizem que as mulheres tem um sexto sentido.

Mentira!

Elas tem um primeiro sentido.

Ainda mas forte que os outros cinco, esse sentido adicional é que as torna excelentes mães, adinhando as necessidades dos bebês, e grandes amigas, percebendo as dificuldades das pessoas ao redor, antes mesmo delas desabafarem.

Além disso são telepatas. Se comunicam com a alma, com o coração, não importa a distância que estejam da pessoa querida.

As mulheres já nasceram assim, capazes de captar as mudanças no ar com a precisão de um barômetro.

E tem aquela cisma, aquela certeza de algo que nem sempre sabem o que é. Mas elas sabem: "Ali tem coisa".

Se é bom ou ruim, pode levar algum tempo pra perceber, mas elas já captaram o sinal.

A antena das mulheres é mais potente que a melhor das antenas fabricadas pelo homem. Eles jamais conseguiram criar algo assim.

Eles jamais conseguiram entender.

E ainda chamam isso de sexto sentido, ora essa...

Elas não precisam ver, cheirar, ouvir, provar, tocar... Elas sabem, antes de qualquer outra coisa.

O primeiro sentido as faz telefonar para aquela pessoa querida, que estava perdida em sua própria depressão, sem saber com quem conversar.

Ninguém viu, ninguém ajudou. Mas o alarme de uma mulher soou tão alto que ela nem precisou inventar uma desculpa pra dizer: Alô, eu estou aqui pra você, por você, com você. Somos amigas, e vamos sair dessa juntas.


sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Seguindo sempre

Que atire a primeira pedra quem nunca sonhou.

Quem nunca foi capaz de imaginar um mundo melhor?

Quem não desejou que o amanhã fosse melhor que o hoje?

Que atire a primeira pedra quem nunca sentou no chão e chorou

Quem nunca viu seu castelo de cartas desabar com uma pequena brisa?

Quem perdeu as esperanças após uma forte tempestade?

Atire a primeira pedra, mas não se esqueça que existem muitas outras pedras no caminho. E aquele que um dia desistiu de um sonho, pode ter seguido em frente, em busca de novos projetos.

Atire a primeira pedra, mas não se distraia olhando para o seu alvo, porque você pode tropeçar na próxima pedra do caminho.

Enquanto isso, o sensível sonhador segue caminhando nas nuvens, sem pedras, sem tropeços. Pode ser que algumas vezes ele caia, mas ele é capaz de se levantar e sonhar.

E você, que caminha procurando pedras para atirar? Você é capaz de olhar o horizonte?

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Vícios e vicios

Depressão é um vício, e assim como outros vícios, é preciso esforço para livrar-se dela.

Ela não te dá o barato das drogas, a loucura do álcool, o estranho prazer fedorento do cigarro, mas ela se agarra a você como a coberta quente em um dia de frio.

Tudo que você mais deseja é ficar deitado, enrolado naquela coberta.

Alguns dias, você até pensa em livrar-se dela... Mas a coberta é tão macia... Tão aconchegante...

A depressão te abraça como um polvo e te leva pro fundo do oceano.

Eu nunca pratiquei mergulho, mas acho o fundo do mar tão lindo e tão quieto que poderia me viciar nele também.

Mas esse seria um bom vício.

Porque também existem vícios bons...

Dizem que correr é um vício.

Estou tentando me viciar.

Confesso que não sinto imenso prazer em correr pela praia, apesar da vista, apesar da brisa, apesar do pôr do sol e dos companheiros de treino.

Não sinto prazer em sentir o coração batendo nos ouvidos ou o rosto ardendo como brasa.... Mas um dia eu chego lá!

Seja lá onde isso for.

Porém existe um prazer que conquistei graças a corrida, ou melhor seria dizer, um prazer que re-conquistei.

Correr me devolveu o prazer de dormir.

Dormir profundamente, sem as tensões do dia-a-dia, sem sonhos turbulentos, sem insônia. Dormir somente... e relaxar.

Isso sempre acontece nos dois dias da semana que corro.

E se a depressão é o vício que nos aprisiona na cama, a corrida é uma amante experiente, que nos seduz, e nos dá o verdadeiro prazer ao deitar.

O prazer de dormir o sono dos justos. O sono dos verdadeiros heróis.

Daqueles que enfrentaram suas fraquezas e se tornaram senhores de sua própria caminhada. Em seu próprio ritmo, compassado com os batimentos de seus corações.

E de todos os vícios que eu evito ou que me permito, alguns realmente valem a pena: correr, dormir, mergulhar no mar azul ou o maior vício de todos...

Tentar ser feliz todos os dias! Valorizando cada pequeno momento e colecionando as boas emoções, como quem coleciona figurinhas... Olhando cada uma bem de perto, mostrando para os amigos, trocando sorrisos ou experiências.

Porque esse vício só me faz bem.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Brigas desnecessárias

Confesso que nunca fui de brigar, mas a maturidade me deixou ainda mais "preguiçosa" para brigas.

Na verdade, a palavra certa seria "seletiva".

Não tenho forças, nem vontade de entrar em brigas vazias, que não levam a lugar nenhum. Discussões as quais ninguém ganha e ninguém perde.

Na maioria das vezes as pessoas ficam discutindo, tentando provar para o outro que a "sua" opinião é a certa, a melhor.

Mas cada um tem "sua própria opinião"! E só se muda o pensamento de alguém, se os argumentos forem muito bons, ou se a pessoa estiver disposta a ouvir.

Então temos outra questão: Quem está disposto a ouvir?

Hoje em dia, todos só querem GRITAR.

Gritar aos quatro ventos sobre aquilo que pensam, aquilo que acham, erguendo bandeiras que empunharam sem nem questionar ou conhecer profundamente o assunto.

Gritar que "eu" estou certo e "vocês" estão errados, não importa qual seja o tema da discussão.

Felizmente, não participo desse time de esbravejadores insanos.

Quando percebo que uma simples conversa virou uma disputa pela "verdade absoluta", simplesmente me calo, me retiro. Comunico minha discordância e saio pela lateral do palco.

Eu não disputo holofotes, assim como não ficarei parada assistindo a monólogos de ditadores.

Deixo clara minha posição e, em certo casos, explico que não tenho razões para continuar um assunto que não chegará a uma conclusão unânime.

Cansei de blá blá blás! Ainda assisto, é verdade, diversas vezes na semana, as pessoas se digladiando para decidir quem tem "a" razão. Mas me poupo desse desgaste.

No desespero, os mais fracos de argumento passam a desferir ofensas pessoais, e aquilo que era um diálogo civilizado se torna um bate-boca infantil.

Ahhh... Não tenho mais idade pra isso!

Não que eu seja uma idosa. Tenho meus exatos "x" anos bem vividos.

Poderiam ser 8, poderiam ser 15 ou 32, já faz tempo que decidi poupar meus vocábulos para conversas com verdadeiros propósitos. Ou ainda, para escrever meus textos no blog.

Sei que algumas vezes, escrever se torna uma espécie de monólogo, mas fico aberta a ouvir criticas.

De minha parte, prometo não entrar em brigas desnecessárias.

Um grande abraço a todos, e que sirva de reflexão!

Um dia de chuva

Um dia de chuva... 

Você acorda, se prepara para o trabalho, pega o casaco, o guarda-chuva, sai de casa, pega o ônibus e vai...

Você se molha, passa o dia com as meias encharcadas, você até se preocupa em ficar resfriado, mas você vai...

Um dia de chuva!! Mas você tem aula na faculdade, tem consulta médica, tem um compromisso de trabalho, precisa comprar um remédio, e você vai...

Você enfrenta a chuva, os raios e trovões, você sai de casa no meio de uma tempestade, encara a enchente e vai trabalhar, vai para seu compromisso inadiável... Você vai!

Então eu pergunto:

Por que você fica em casa nos finais de semana chuvosos?

Por que você cancela o cinema, a ida ao shopping, o passeio no parque ou no zoológico?


Por que você deixa de fazer atividades de lazer devido ao mau tempo?

Por acaso essas atividades são menos importantes do que os outros "compromissos" que você tinha antes?

Tenho certeza que não.

A gente se obriga a fazer diversas atividades, "faça chuva ou faça sol", e quanto tem a opção de sair pra se divertir, deixa de fazer o que gostaria, por causa do tempo.

Dá para acreditar nesse boicote pessoal?

Eu quero ir passear! Pode ser que chova, pode ser que não, mas eu quero ir passear!

E se eu estivesse viajando? Será que eu passaria vários dias trancadas no hotel, ou será que eu colocaria uma capa e levaria um guarda-chuva para andar pela cidade, olhar as vitrines, visitar um museu?

Chega de desculpas! Se São Pedro não colabora, vamos embora, deixe ele pra lá, vamos sair por aí, "cantando na chuva".

Não dá para passar o fim de semana todo sentada no sofá, assistindo reprises na tv... Bem, às vezes, até dá para fazer isso... Mas não quando os últimos finais de semana foram todos assim.

Qual o problema de sair em um dia de chuva?

Chega de viver como o Cascão, das revistas em quadrinhos, vamos sair e nos divertir!

O céu pode estar cinza, as calçadas cheias de poças, a chuva pode estra caindo à dias, mas... E daí?

Quando o sol voltar, você irá reclamar do calor escaldante. Você sempre terá uma desculpa para ficar trancado na gaiola. Esqueça isso! 

Caminhe pelo mundo, observe a natureza, vislumbre os horizontes. Enfrente as tempestades e siga seu caminho... Vá se divertir, afinal você só tem dois dias de folga na semana (às vezes um dia e meio), não desperdice esse tempo trancado em casa só por causa de uma chuvinha insistente. Mostre a ela, que quando você quer se divertir, nem ela poderá te impedir.

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Evolução

Penso que o significado da vida é evoluirmos. 

Seja essa, uma evolução pessoal, emocional, profissional ou espiritual, devemos sempre tentar nos tornarmos melhores do que eramos há alguns minutos, dias, semanas... não importa o tempo, o que importa é o resultado.

Passamos por diversas etapas, desde o instante em que nascemos. Aprendemos uma infinidade de coisas, e seguimos evoluindo a cada dia.

Nas crianças, esses avanços são visíveis. O aprender a sustentar a cabeça, sentar, falar, andar, até mesmo a cair para depois levantar. 

Mas então crescemos e desaprendemos a aprender.

Quantas vezes a vida se repete e se repete na jornada de alguém,  e assistimos sem entender qual a lição que aquela pessoa custa a aprender? Por qual outra razão ela teria que passar por essa mesma estrada, assistir ao mesmo filme, dessa vez com outros personagens? De que forma ela poderia romper esse ciclo e passar para uma nova fase, dessa vez bem mais tranquila?

E nós, que assistimos passivamente essa sequencia, qual será a nossa lição?

Sempre parece mais fácil enxergar os passos do outro, seus erros, seus acertos. Sempre é mais fácil apontar suas falhas do que perceber nossos próprios tropeços

Sim, é difícil entender. 

É difícil aprender e perceber que esse desafio faz parte de nossa evolução. É difícil cumprir as etapas, quando estamos tão envolvidos que não percebemos mais que a vida se repete, porque não soubemos evoluir da primeira vez... ou das primeiras vezes.

E quando a sequência dos fatos, vem com um final totalmente inesperado, ainda que nossas ações não tenham contribuído para esse fim, sofremos inconsolavelmente, enquanto eu ainda me pergunto: Será que a vida se repetirá mais uma vez?

Para o bem de todos os envolvidos, eu espero que não.

Espero do fundo do meu coração, que ninguém precise passar por esse drama. Mesmo sabendo que meu desejo é algo praticamente impossível.

Há muitos anos, eu escrevi uma carta. Não me lembro exatamente qual era o seu inteiro teor, mas sei que era recheada de dúvidas e que foi escrita e lida entre um banho de lágimas.

Ainda não sei as respostas para aquelas perguntas. Não sei se naquele momento aprendi algo ou se pude ensinar. Aquele era um momento meu, em um drama que envolvia uma série de pessoas. Cada um viu a situação de um ângulo diferente.

Era a vida real e era um ensaio de laboratório: Duas pessoas, duas situações similares e diferentes. Cada uma com um rumo distinto. E cada uma com um resultado específico. Um deles foi bom e o outro foi mau 

Ou será que cada um foi o melhor que poderia acontecer? 

Sim, eu sou otimista

E a terceira pessoa, aquela que não estava no laboratório, mas cujo nome foi citado na carta, o que aconteceu com ela?

A verdade é que essa história não chegou ao fim. 

As histórias reais nunca tem fim. Sempre haverá alguém que ficou depois que todos se foram, ou alguém que viu os fatos de uma outra perspectiva.
  
Quantos de nós evoluíram? Quanto ainda temos para evoluir?

Sempre fico com a sensação de que faltou aprender algo mais. Ainda me restam tantas dúvidas, mas para quem escrever agora?

Percebo que estamos todos engatinhando. Alguns são mais ágeis, outros ainda se esfoçam para sustenta o próprio peso com a força dos braços.

Ninguém evoluiu o suficiente para se levantar e andar.


Ainda somos frágeis crianças, em busca do colo de alguém, que seja capaz de curar nossas feridas.  

Somos seres em busca da evolução, mas ainda nos perguntamos qual o sentido da vida?