domingo, 30 de abril de 2017

Tentei fugir de meus pensamentos,
Mas eles me perseguiram por todo lugar.

Tentei imaginar que tudo era imaginação,
Mas não consegui convencer as minhas certezas.

Me aproximei, me afastei, fiquei parada no meio do caminho...

Não pude escolher que estrada seguir pois a neblina cobria a minha visão.

Pode ser que o tempo mostre que tudo vem à seu tempo.

Ou não vem.

E ainda assim, devemos agradecer.

Algumas vezes tudo passa.

Algumas vezes nada vai passar.

Tentei prever o futuro. Rever o passado. Entender o presente.

Tentei fugir de meus pensamentos, mas eles me perseguiram por todo lugar...




sábado, 29 de abril de 2017

Paixão sem culpa


Ando apaixonada por esse tal de Fernando...
Essa Pessoa que se confessa um "fingidor", e valoriza cada momento, porque "tudo vale a pena se a alma não é pequena".
Esse alguém, com vários nomes, e várias histórias. Que se divide em diversos autores, sem perder seu verdadeiro eu.
Perturbado? 
Talvez...
Mas que artista não é?
Sensível...
Nas palavras e no olhar.
Fomos apresentados no passado distante, nos livros do antigo colégio.
Pessoa que me fascinou. E me fascina ainda hoje.
Procuro saber mais sobre Fernando. Ler mais. Tentar entender, e acima de tudo, decorar seus poemas.
Assim, permanecerá vivo por muitos anos, como permanecem os escritores. 
E ao enfrentar os perigos da vida, ou quando estiver a admirar o mar, ecoarei suas palavras, sem jamais esquecer que, também eu,
"Tenho em mim todos os sonhos do mundo"
*Fernando Pessoa


terça-feira, 25 de abril de 2017

Hora do Recreio

Existe um lugar, na praia de Santos, onde um navio encalhou no ano de 1972.

Já faz 45 anos que esse fato ocorreu, e apesar de todo esse tempo, restos do casco ainda estão enterrados na linha do mar.

A área, cercada por gravetos, sinaliza os desavisados sobre os riscos de nadar ali.

Muita gente vai e vem, caminhando, correndo, brincando, mas poucos reparam nos restos de um navio que encalhou. Que navegou um dia, mas morreu na praia.

Recentemente, descobri a importância de me sentar aqui, nessa praia, e admirar esse trecho de mar, nesse lugar que a muitos anos eu já chamo de meu.

Quantas dezenas, talvez centenas de pessoas já tentaram executar a difícil tarefa de remover a carcaça apodrecida da beira da praia?

Quantos deles puderam avançar milímetros nessa missão?

Quantos passaram noites em claro?

Sentada na calçada, sentido na pele o calor do sol ou a brisa da noite, tento aprender uma dura lição.

Nem todas as soluções serão imediatas.

Nem sempre é possível conseguir o que se almeja.

Muitas vezes, é necessário esperar o tempo certo das coisas. As fases da lua, a tábua da marés.

Enquanto a ansiedade nos consome, o resto de um navio aguarda pacientemente, que um dia, possa ser retirado do mar. Ou seja finalmente consumido por ele.

O resultado final, é impossível saber.

É preciso esperar. Observar o movimento das ondas. O movimento da vida.

E isso não significa que devemos desistir, ou esperar que as coisas se resolvam sozinhas....

Significa que de vez em quando, é necessário fazer uma pausa, colocar uma vírgula. Esfriar a cabeça e aproveitar o Recreio.

Logo mais, será hora de novos desafios.

Por isso, não podemos esquecer de curtir o intervalo.


Maria Helena Pereira de Sá.
*Curtindo a Hora do Recreio

Nota: O nome do navio encalhado em 1972 é Recreio.

segunda-feira, 24 de abril de 2017

Como mudar o mundo?

Nós queríamos mudar o mundo, mas não sabíamos por onde começar.

Queríamos ter as soluções para os problemas sociais, econômicos, ambientais, mas não conseguíamos inventar essas soluções.

Nós assistimos, passivamente, as notícias do jornal nacional e nos sentimos cada vez mais frustrados...

E buscando exemplos, buscando inspiração, buscando uma saída pra confusão que nós cerca, nos encontramos cada vez mais perdidos.

Pode ser que seja mais fácil fechar os olhos. Mas algumas vezes, estamos tão despertos, que não conseguimos mais adormecer
Será que é possível mudar o mundo aos poucos? Ou será que é necessária uma grande revolução?

E como se faz uma revolução?

Como podemos acordar do transe, todos aqueles que nos cercam?

Quanto será, que cada um de nós pode fazer?

sexta-feira, 21 de abril de 2017

Nos cantos da mente


No encontro das linhas , entre a parede e o teto do quarto de dormir, me perco em meus pensamentos.

Ali, existe uma estrela solitária, que nem sempre pode ser vista, mas que eu sei que está lá.

Só eu sei sobre seus segredos. Só eu sei suas razões. Algumas estrelas só podem existir assim, como os pensamentos.

Nem tudo que existe pode ser visto.

E nem tudo o que vemos é realmente real.

Três linhas se encontram em um ponto. Ou três caminhos que partem de um mesmo local. Três planos. Surpefícies.

Três ou mais pontos de vista.

Onde é teto? Onde é parede? Qual é o certo e o errado?

Estrelam jorram sob minha cabeça. Lançadas pelo sopro da fada.

Será que estou divagando? Ou será que isso  é real.

Um mergulho na mente poderia revelar lindas paisagens, ou apresentar o lado obscuro que ninguém jamais viu.

A mente é um grande mistério. Como o mar.

E se a mente é como o mar, vou citar o trecho de um poema e finalizar esse texto com as palavras de um grande autor.

"Deus ao mar, o perigo e o abismo deu, mas nele é que espelhou o céu"