segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Um breve momento e nada mais

Último dia do ano.

Chove lá fora.

Sentada na sala ao lado de meu pai, escrevo, enquanto assistimos juntos a um programa de TV.

A vida é simples assim.

Nem ele nem eu temos queixas a fazer.

O barulho da chuva, uma mosca que vai e vem, um comentário ou outro sobre o programa.... O mundo nos preenche.

Temos tudo, não exigimos nada, estamos calmos, tranquilos.

Talvez ambos tenhamos 80 anos. Algumas coisas escapam de nossas memórias, nos confundimos...

Agora ele cochila.

Eu escrevo.

Estamos em silêncio e silêncio é bom.

As pessoas estão acostumadas com o ruído. Falam mais que o necessário. Reclamam. Ligam rádio, tv, computador, tudo ao mesmo tempo.

E aumentam o volume para encobrir o barulho da chuva. É como um trovão no meio da sala.

E nós, eu e meu pai, em silêncio, ouvindo o mundo e assistindo a TV.

Meus pensamentos vagueiam da cabeça pro papel. Os dele, não sei. Vagueiam apenas, entre um cochilo e um despertar. Vão e vêm, como a mosca, voando por aí.

E a vida segue. O ano acaba. E tudo recomeça depois.


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