quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Tudo azul

Azul

Tudo é azul.

Enquanto brilham os fogos ou ressoam as risadas, bate forte uma vontade de silêncio e escuridão.

A estrada azul se apresenta sedutora.

Fecham-se os olhos, apagam-se as memórias, foge-se de si.

Azul infinito do céu e profundo dos oceanos.

O azul sempre volta. Dá voltas, te olha do alto e mergulha em sua direção.

Te agarrar, te enrosca, te abraca, te aconchega, te põe no colo, te arrasta, te esconde, te amarra, te ilude...

Não. Não me ilude.

Vejo azul. Reconheço. Me arrasto e me debato na areia movediça. Me entrego, não me entrego. Me acalmo, me despeço, me conformo...

Não me conformo.

Tento fugir, tento escapar, tento tentar algo novo. Me movo. Me liberto. Me afasto.

Não muito.

Não o suficiente.

Não há como fugir. Há que se enfrentar. Que lutar... De novo e de novo...

Há que enternecer, esmaecer.

Há que iluminar. E com luz, clarear o azul. Arejar os espaços e sombras. Preencher os vazios. Azulejar.

Até obter o doce azul de um olhar. E olhar o cheio do copo, o cheio da alma.

E em um novo azul, um céu com luar, uma sol amarelo. Um arco-íris de cores. Um filtro de luzes. Pra refletir e te levar por todas as estradas, ou pra colorir seu caminho, com sentimentos não tão azuis.

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