sábado, 15 de fevereiro de 2014

Em boa companhia


Eu gosto da minha companhia.

Sempre digo que sou uma pessoa legal e por isso quase todo mundo gosta de mim... (menos aquela Vaca Colorida, como bem lembrou o meu marido). Mas a verdade, é que até ela, já afirmou um dia, que sou uma pessoa de muitos amigos.

Não vim aqui para me gabar, ou coisa parecida. E nem para mostrar que (hoje) minha autoestima está pra lá do pico do Everest. Só estou registrando, uma constatação que fiz, enquanto caminhava sozinha pela rua, em direção ao restaurante onde iria almoçar comigo mesma, pela segunda vez nessa semana.

Nós conversávamos, eu e eu mesma, sobre o dia agradável, a deliciosa aula de Pilates, e sobre a importância de comer saudavelmente em um restaurante, mesmo que o horário de almoço já estivesse estourando.

Ainda que eu estivesse indo almoçar sozinha, isso para mim, nunca foi um problema.

Não me entendam mal. Adoro a companhia de amigos e familiares em minhas refeições. Amo uma mesa repleta de gente, onde as conversas se cruzam, se embaralham, se interrompem e mesmo assim, todos conseguem falar e ouvir o que os outros tem a dizer.

De qualquer forma, isso não me impede de curtir a agradável sensação de não ter nada a dizer. De me perder em meus pensamentos, ora rindo sozinha, ora me preocupando com os problemas que nos seguem como cachorrinhos perdidos pelas ruas...

Não sei se acontece o mesmo com vocês, mas quando estou só, em silêncio, meus pensamentos falam mais alto, mais nitidamente. Nessas horas, tenho dúzias de inspirações... os gnomos que vivem em meu cérebro não são capazes de selecionar, catalogar e arquivar adequadamente cada uma delas. Muita coisa se perde. Mas isso não me preocupa!

Sou boa companhia! (Mesmo que alguns – poucos- discordem dessa afirmação)
Sou boa companhia para mim mesma e certamente, iremos sair juntas outras vezes... muitas vezes. E em nossas conversas silenciosas discutiremos muitos assuntos, ensaiaremos falas para ocasiões especificas, lembraremos de momentos engraçados e com um sorriso tolo nos lábios, perceberei que as pessoas me olham curiosas por saber o que se passa em minha mente.

Mas lá, onde só eu e eu mesma podemos entrar, estaremos sentadas em cadeiras de praia, devorando um delicioso fondue de chocolate com frutas, nos divertindo com os olhares curiosos daqueles que não foram convidados para esse almoço restrito, e que nunca poderão sentar-se ao nosso lado em  um piquenique imaginário, no canto superior de uma mente repleta de imaginação.

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