Eu gosto da minha companhia.
Sempre digo que sou uma pessoa legal e por isso quase todo
mundo gosta de mim... (menos aquela Vaca Colorida, como bem lembrou o meu
marido). Mas a verdade, é que até ela, já afirmou um dia, que sou uma pessoa de
muitos amigos.
Não vim aqui para me gabar, ou coisa parecida. E nem para
mostrar que (hoje) minha autoestima está pra lá do pico do Everest. Só estou
registrando, uma constatação que fiz, enquanto caminhava sozinha pela rua, em
direção ao restaurante onde iria almoçar comigo mesma, pela segunda vez nessa
semana.
Nós conversávamos, eu e eu mesma, sobre o dia agradável, a
deliciosa aula de Pilates, e sobre a importância de comer saudavelmente em um
restaurante, mesmo que o horário de almoço já estivesse estourando.
Ainda que eu estivesse indo almoçar sozinha, isso para mim, nunca foi um problema.
Ainda que eu estivesse indo almoçar sozinha, isso para mim, nunca foi um problema.
Não me entendam mal. Adoro a companhia de amigos e
familiares em minhas refeições. Amo uma mesa repleta de gente, onde as
conversas se cruzam, se embaralham, se interrompem e mesmo assim, todos
conseguem falar e ouvir o que os outros tem a dizer.
De qualquer forma, isso não me impede de curtir a agradável
sensação de não ter nada a dizer. De me perder em meus pensamentos, ora rindo
sozinha, ora me preocupando com os problemas que nos seguem como cachorrinhos
perdidos pelas ruas...
Não sei se acontece o mesmo com vocês, mas quando estou só,
em silêncio, meus pensamentos falam mais alto, mais nitidamente. Nessas horas,
tenho dúzias de inspirações... os gnomos que vivem em meu cérebro não são
capazes de selecionar, catalogar e arquivar adequadamente cada uma delas. Muita
coisa se perde. Mas isso não me preocupa!
Sou boa companhia! (Mesmo que alguns – poucos- discordem
dessa afirmação)
Sou boa companhia para mim mesma e certamente, iremos sair
juntas outras vezes... muitas vezes. E em nossas conversas silenciosas
discutiremos muitos assuntos, ensaiaremos falas para ocasiões especificas,
lembraremos de momentos engraçados e com um sorriso tolo nos lábios, perceberei
que as pessoas me olham curiosas por saber o que se passa em minha mente.
Mas lá, onde só eu e eu mesma podemos entrar, estaremos
sentadas em cadeiras de praia, devorando um delicioso fondue de chocolate com
frutas, nos divertindo com os olhares curiosos daqueles que não foram
convidados para esse almoço restrito, e que nunca poderão sentar-se ao nosso
lado em um piquenique imaginário, no
canto superior de uma mente repleta de imaginação.
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