segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Atravessando fronteiras


Atravessando fronteiras

Desde muito pequenos aprendemos que o mundo tem seus limites. Nosso espaço é restrito ao berço, ao cercadinho, à sala de estar. Qualquer lugar além desses, não pode ser explorado, pois existem perigos que nossos dedinhos curiosos não devem alcançar.

Aos poucos, saímos do colo e passamos a andar no chão. Logo queremos subir nos móveis. Mas os móveis nos são proibidos porque podemos cair. Um dia descobrimos tomadas e interruptores, mas eles também são alvos inatingíveis, pois podemos tomar um choque.

Algumas crianças passam a infância buscando algo novo, novos desafios. Outras aprendem rapidamente a obedecer, e param de tentar alcançar o horizonte. (Para a tranquilidade de seus pais)

O grande problema é que quando crescem, essas crianças se transformam em adultos estagnados, e assim como os elefantes de circo, ficam conformadas com as correntes finas que os amarraram na infância, e param de tentar se soltar... avançar.

Em alguns casos, a situação é ainda pior. As pessoas começam a criar suas próprias limitações, suas próprias barreiras. E assim, criam fronteiras intransponíveis, com muralhas imensas e uma burocracia infinita, para justificar seu universo limitado. Alguns dizem que não podem estudar porque falta tempo, outros dizem que não podem viajar por não ter dinheiro... uns esperam os filhos crescerem para poder ter mais independência, porém depois que eles crescem, afirmam que é impossível deixá-los sozinhos pois são muito desajuizados.

O ser humano sempre tem uma boa desculpa para deixar de fazer aquilo que ele se convenceu que é incapaz de fazer, ou que não pode fazer, não por incapacidade, mas por que “não vai ser possível”.

Certa vez, li em um livro, que as pessoas costumam andar olhando para o chão. Apesar de imaginar que isso ocorre, na maioria das vezes, devido ao mau estado das calçadas, considero essa atitude um grande desperdício de horizontes.

A pessoa que caminha olhando para o chão, é a mesma que instalou suas fronteiras a apenas alguns passos de onde se encontra. Ela não sai de casa pois está sempre cansada, não muda de emprego porque o mercado está difícil, não termina o relacionamento confuso e sofrido porque tem medo de ficar sozinha. Ela não olha para frente, não admira o horizonte nem o nascer e o pôr-do-sol. Ela não olha nos olhos e não ultrapassa suas fronteiras.

Todos nós temos nossas fronteiras. Alguns as mantém a centímetros de distância de seus próprios pés, outros as colocam a milhares de quilômetros... Mas independente da distância, todos nós devemos aprender a atravessar as fronteiras que nos mantém em um universo limitado. Todos devemos arrebentar as amarras e seguir por caminhos nunca antes explorados, pois o valor da vida está em aprender, experimentar, colecionar bons momentos, criar memórias, olhar para a frente e enxergar o horizonte. Conquistar amigos, amores... conquistar o mundo !!!!

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