sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Minha filha tem 13 anos

Sempre que digo a idade de minha filha, as pessoas me perguntam:

Já chegou àquela fase da adolescência?

Sei bem, que o que querem saber é se a linda e doce menina, educada com tanto amor, já se transformou naquele ser rebelde, temido por todos os jovens pais, quando seus filhos se tornam "tennagers"* (*adolescentes - tradução espontânea: a idade dos dez: dez + um, dez + dois... dez + cinco... e por aí vai).

Vale lembrar, que nem toda criança se torna um ser monstruoso quando atinge certa idade. Eu mesma, não fui uma adolescente rebelde, também conhecida como aborrescente nos dias de hoje. Pelo menos eu acho que não... (Talvez eu devesse perguntar aos meus pais, para ter um outro ponto de vista sobre aquela época)

Mas, mesmo considerando que não seja justo eu analisar minha própria adolescência, continuo afirmando que muitas pessoas passam por essa fase tranquilamente.

Me tornei "tia" aos 13 anos, e tenho mais de uma dezena de sobrinhos. Cada um tem sua singularidade, cada um teve um tipo de criação, com problemas ou não. Estudando em escolas diferentes, umas públicas,  outras particulares. Vários já deixaram a adolescência... uns com tormentas no decorrer do período, outros sob o céu claro e ensolarado de um dia de primavera.

Minha filha, aos 13, demonstra sinais de menina que já não é tão menina. Sinais de alguém que experimenta tomar suas próprias decisões, mesmo que dependa da autorização dos pais. Alguém que almeja dar pequenos "voos solo", que curte a solidão de seu quarto à estar na sala repleta de parentes, que escolhe a companhia das amigas, mesmo que tenha que acordar uma hora mais cedo para assistir uma aula de reforço na escola, de uma matéria que só tira notas altas.

E quando pela manhã, ela se arruma sozinha (sem precisar que a mãe encontre seu par de tênis embaixo da mesa da sala, ou busque sua toalha para que possa sair do banho... sem que ninguém precise apressá-la para não perder a hora), e vai até o meu quarto me dar um beijo de bom dia, e dizer que já está saindo, nesse momento eu percebo que meu pequeno pássaro está aprendendo a voar.

Minha filha está chegando a adolescência. Sem brigas, sem gritos, sem portas sendo batidas. Algumas vezes me sinto carente de sua antiga dependência, mas sei que meu papel é ensiná-la a ser ela mesma, deixá-la escolher seus caminhos com orientação, mas com independência. Um dia ela será adulta, fará suas próprias escolhas, tomará decisões baseadas naquilo que eu ensinei... ou no que deixei de ensinar. Mas esses serão seus valores.

Minha adolescente não é mais uma menina. Mas sempre será minha filha.

Espero que essa fase, em que mais uma vez, o cordão que nos une será novamente cortado, e só restarão os laços (não tão) invisíveis do nosso amor, seja um período muito tranquilo, em que cada uma de nós respeite o espaço e a opinião da outra. Porque minha bebê, minha menina, minha adolescente, um dia se tornará mulher... e mesmo que tenha sua própria família, sua profissão, seus amigos, ainda seremos muito mais do que mãe e filha. Seremos sempre nossas melhores amigas.

Bjs Mel... Te amo hoje e sempre!!!


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