sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Quebrando o silêncio

Depois de dias sem escrever, sento ao computador para retomar essa atividade tão prazerosa.

O silêncio, algumas vezes, é causado pelo excesso de coisas à dizer.

Quantas e quantas vezes, textos completos tem passado por minha mente, sem que eu tenha tido tempo, ou dedicação para colocá-los no papel (digo, no computador...)

Pensando bem, sinto falta das "Páginas em branco", da lapiseira que escrevia sem parar, muito antes de eu imaginar que um dia teria um blog.

Guardanapos, folhas de papel, agendas e o "Meu caderninho verde" eram minhas ferramentas de trabalho. Confesso que lido melhor com eles do que com o teclado do computador.

Naquele tempo longínquo as palavras escorriam de minha mente, desaguando numa torrente sem fim, de meu braço até minha mão. Da lapiseira para o papel.

Hoje a vasão não é a mesma, as mãos estão ocupadas nos teclados, no telefone, nas buscas incessantes no universo "google", no acompanhamento diário das redes sociais, no volante do carro durante as horas perdidas no trânsito congestionado.

Como escrever nessas horas?

Continuo observando o mundo, enquanto o mundo me vê passar. Formo frases, linguagens figurativas, as idéias vem e vão.

Depois me esqueço, perco o entusiasmo no assunto que parecia tão bom.

Em alguns momentos tenho tanto a dizer que não sei por onde começar.

Outras vezes tento reencontrar a inspiração passageira que iluminou meus pensamentos enquanto estava parada no semáforo.

Aquela luz se apagou. O momento passou. O texto não escrito foi abandonado, embalado, arquivado e jaz em algum canto de minha mente, sem saber se um dia irá desabrochar e florescer nas páginas de formato digital.

O silêncio vem do excesso de pensamentos desordenados.

E a desordem me desanima profundamente.

Nesse momento, interrompo o silêncio, abro as janelas do sótão do meu "eu". Deixo o ambiente arejar, o sol entrar, espano a poeira e as teias de aranha, para retomar o que foi interrompido.

Silenciosamente, me concentro, me programo, exijo de mim mesma um cronograma que teimo em não seguir... ou apenas, quebro o silêncio. Deixando escorrer novamente, as idéias, para as "Páginas em branco", com a certeza de que basta inclinar um pouquinho a cabeça para que se forme um nova cascata: Majestosa, ruidosa, jorrando uma corrente de histórias... respingando nos leitores todas as emoções e sensações da escritora que vive dentro de mim.


Um comentário:

  1. Uau....vc escreve muitíssimo bem Lena. Parabéns pelo dom. O texto está lindo. Boa noite.

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