sábado, 5 de abril de 2014

Homenagem ao Fred -"o gato"

Minha cabeça doía tanto que era quase um alivio...

A dor fisica me poupava de pensar na dor emocional.

Nem um parto, nem uma cólica renal, nada dói tanto quanto um coração partido.

E nós nunca estaremos preparados para dizer adeus...

Ontem eu disse adeus ao meu gato.

Disse boa noite, disse obrigada por tudo e disse adeus.

Eu não queria me despedir, mas ele já nem estava mais aqui nessa ultima vez que o vi.

E apesar da lágrimas que vi nos olhos do meu marido, apesar das lágrimas que jorravam de minha filha, não tive forças, nem para chorar minha própria dor.

Me lembro muito bem, do primeiro dia do gatinho em nossa casa a oito anos atrás. Me lembro da escolha do nome, de suas brincadeiras, de suas manhas.

O Fred me ensinou a gostar de gatos... Não, ele me ensinou a amá-lo.


Com seu jeito meio independente, super carinhoso, meio tímido, super companheiro, ele me mostrou que todos os meus preconceitos estavam errados. Os cães podem até ser o melhor amigo dos homens, mas os gatos são os melhores amigos de uma mulher.

Nossa família está incompleta. Aquele filho caçula, que causava ciúmes na irmã mais velha, que chorava todas as manhãs pedindo seu café (ou melhor, sua ração), que era alvo das implicancia da calopsita, não está mais aqui.

Ele não vai mais me procurar pela casa, me pedir um carinho na hora do jantar, se deitar ao meu lado quando eu for dormir.

O Fred não chegará de mansinho em minha cama à noite, para se aconchegar entre eu e meu marido, como fazem as crianças pequenas, querendo ser o centro das atenções.

E à noite, sempre será o meu momento de maior dor. Sempre haverá essa lacuna, esse vazio no meu colchão... Esse vazio pela casa!

Sinto tanta falta, sinto uma saudade tão grande, sinto tanta pena de saber que esse vazio não vai mais passar...

Tento pensar que ele devia estar com alguma doença silenciosa, e que talvez tenha sido o melhor para ele. Tento pensar que onde ele está não há dor. Tento pensar no Fred brincando num jardim de gatinhos... ou dormindo preguiçoso no canto de um sofá.

Tento pensar... Ou tento não pensar...

Não adianta saber qual o motivo de sua partida, pois isso não o trará de volta.

Só posso mesmo dizer adeus...

Dizer adeus e agradecer pelo tanto de amor que recebi nesses oito anos... por você ter sido parte de nossa família... por você ter sido tão nosso, quanto fomos seus.

Só posso dizer adeus... E pedir a Deus, que cuide bem de você agora... e te dê comidinha todas as manhãs, que limpe sua caixa de areia e te faça um carinho atrás das orelhas ou passe a mão pela sua cara, colocando para trás, os pelos de seu bigode, porque era assim que eu te aconchegava antes de a  gente dormir...

Boa noite Fred. Durma com Deus. Durma com os anjos. E sonhe comigo. Porque eu desejo sonhar com você muitas vezes, e tê-lo em meus braços enquanto estiver dormindo.

Fredericson#Fred#o gato (outubro/2005 - 04/04/2014)

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