quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Ano novo em um novo universo

O disco voador pousou na principal praça da cidade.

Ele veio buscar os problemas do planeta pra joga-los num buraco negro do universo.

Dizem que do outro lado do buraco negro tem um povo que recicla problemas e os transforma em oportunidades.

O disco voador traz também muitas novidades: Uma moeda única que deixa todos os povos com o mesmo padrão de conforto. Alguns, ainda são mais ricos que os outros, porque não podemos ser todos iguais... seria injusto com quem se esforça mais, se preparou mais, lutou mais, estuda um pouco mais a cada dia, aprende, ensina, levanta da cama cedo enquanto outros dormem até tarde pra curar a ressaca da bebedeira da noite anterior.

Com essa nova moeda, o povo ficará mais unido, porque a linguagem dos números não precisará de conversões.

E os simpáticos extraterrestres vem nos ensinar a dar abraços calorosos, a respeitar os desconhecidos, a fazer atos de bondade sem querer nada em troca. Os doadores de sangue já sabem como é.

Muitas pessoas vão para a praça para ver a novidade. E tudo vira uma grande festa, como a comemoração da final de um campeonato de futebol.

As luzes dos fogos de artifício iluminando a cidade.

O brilho nos olhos, voltados para o céu.

E todos rezam por algum milagre.

O disco voador não traz nem grandes, nem pequenos milagres... mas eles acontecem.

Como gotas de uma chuva que chega,  os milagres atingem alguns e não atingem outros.

Os abençoados choram lágrimas de felicidade.

Os esperançosos choram lágrimas de fé.

E muitos outros só choram, esperando acordar de seus próprios pesadelos.

Mas o disco voador traz uma brisa de esperança, mesmo para aqueles que duvidam do impossível.

Quem sabe, lá do fundo do compartimento de carga dessa nave espacial, possa surgir um desejo realizado, um despertar glorioso.

Porque se acreditamos, tudo é possível.

E se o universo conspirar à nosso favor, pode ser que aquela estrela cadente que ouviu nossos pedidos, seja uma fada madrinha, e com uma varinha de condão, vai transformar o mundo que nos cerca e encher o nosso coração de amor.

Nessa noite, você vai dançar com o príncipe (ou a Princesa) mais lindo/a.

Seu sorriso vai iluminar o universo e guiar o disco voador em sua viagem de emoções.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Sexto sentido

Dizem que as mulheres tem um sexto sentido.

Mentira!

Elas tem um primeiro sentido.

Ainda mas forte que os outros cinco, esse sentido adicional é que as torna excelentes mães, adinhando as necessidades dos bebês, e grandes amigas, percebendo as dificuldades das pessoas ao redor, antes mesmo delas desabafarem.

Além disso são telepatas. Se comunicam com a alma, com o coração, não importa a distância que estejam da pessoa querida.

As mulheres já nasceram assim, capazes de captar as mudanças no ar com a precisão de um barômetro.

E tem aquela cisma, aquela certeza de algo que nem sempre sabem o que é. Mas elas sabem: "Ali tem coisa".

Se é bom ou ruim, pode levar algum tempo pra perceber, mas elas já captaram o sinal.

A antena das mulheres é mais potente que a melhor das antenas fabricadas pelo homem. Eles jamais conseguiram criar algo assim.

Eles jamais conseguiram entender.

E ainda chamam isso de sexto sentido, ora essa...

Elas não precisam ver, cheirar, ouvir, provar, tocar... Elas sabem, antes de qualquer outra coisa.

O primeiro sentido as faz telefonar para aquela pessoa querida, que estava perdida em sua própria depressão, sem saber com quem conversar.

Ninguém viu, ninguém ajudou. Mas o alarme de uma mulher soou tão alto que ela nem precisou inventar uma desculpa pra dizer: Alô, eu estou aqui pra você, por você, com você. Somos amigas, e vamos sair dessa juntas.


sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Seguindo sempre

Que atire a primeira pedra quem nunca sonhou.

Quem nunca foi capaz de imaginar um mundo melhor?

Quem não desejou que o amanhã fosse melhor que o hoje?

Que atire a primeira pedra quem nunca sentou no chão e chorou

Quem nunca viu seu castelo de cartas desabar com uma pequena brisa?

Quem perdeu as esperanças após uma forte tempestade?

Atire a primeira pedra, mas não se esqueça que existem muitas outras pedras no caminho. E aquele que um dia desistiu de um sonho, pode ter seguido em frente, em busca de novos projetos.

Atire a primeira pedra, mas não se distraia olhando para o seu alvo, porque você pode tropeçar na próxima pedra do caminho.

Enquanto isso, o sensível sonhador segue caminhando nas nuvens, sem pedras, sem tropeços. Pode ser que algumas vezes ele caia, mas ele é capaz de se levantar e sonhar.

E você, que caminha procurando pedras para atirar? Você é capaz de olhar o horizonte?

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Vícios e vicios

Depressão é um vício, e assim como outros vícios, é preciso esforço para livrar-se dela.

Ela não te dá o barato das drogas, a loucura do álcool, o estranho prazer fedorento do cigarro, mas ela se agarra a você como a coberta quente em um dia de frio.

Tudo que você mais deseja é ficar deitado, enrolado naquela coberta.

Alguns dias, você até pensa em livrar-se dela... Mas a coberta é tão macia... Tão aconchegante...

A depressão te abraça como um polvo e te leva pro fundo do oceano.

Eu nunca pratiquei mergulho, mas acho o fundo do mar tão lindo e tão quieto que poderia me viciar nele também.

Mas esse seria um bom vício.

Porque também existem vícios bons...

Dizem que correr é um vício.

Estou tentando me viciar.

Confesso que não sinto imenso prazer em correr pela praia, apesar da vista, apesar da brisa, apesar do pôr do sol e dos companheiros de treino.

Não sinto prazer em sentir o coração batendo nos ouvidos ou o rosto ardendo como brasa.... Mas um dia eu chego lá!

Seja lá onde isso for.

Porém existe um prazer que conquistei graças a corrida, ou melhor seria dizer, um prazer que re-conquistei.

Correr me devolveu o prazer de dormir.

Dormir profundamente, sem as tensões do dia-a-dia, sem sonhos turbulentos, sem insônia. Dormir somente... e relaxar.

Isso sempre acontece nos dois dias da semana que corro.

E se a depressão é o vício que nos aprisiona na cama, a corrida é uma amante experiente, que nos seduz, e nos dá o verdadeiro prazer ao deitar.

O prazer de dormir o sono dos justos. O sono dos verdadeiros heróis.

Daqueles que enfrentaram suas fraquezas e se tornaram senhores de sua própria caminhada. Em seu próprio ritmo, compassado com os batimentos de seus corações.

E de todos os vícios que eu evito ou que me permito, alguns realmente valem a pena: correr, dormir, mergulhar no mar azul ou o maior vício de todos...

Tentar ser feliz todos os dias! Valorizando cada pequeno momento e colecionando as boas emoções, como quem coleciona figurinhas... Olhando cada uma bem de perto, mostrando para os amigos, trocando sorrisos ou experiências.

Porque esse vício só me faz bem.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Brigas desnecessárias

Confesso que nunca fui de brigar, mas a maturidade me deixou ainda mais "preguiçosa" para brigas.

Na verdade, a palavra certa seria "seletiva".

Não tenho forças, nem vontade de entrar em brigas vazias, que não levam a lugar nenhum. Discussões as quais ninguém ganha e ninguém perde.

Na maioria das vezes as pessoas ficam discutindo, tentando provar para o outro que a "sua" opinião é a certa, a melhor.

Mas cada um tem "sua própria opinião"! E só se muda o pensamento de alguém, se os argumentos forem muito bons, ou se a pessoa estiver disposta a ouvir.

Então temos outra questão: Quem está disposto a ouvir?

Hoje em dia, todos só querem GRITAR.

Gritar aos quatro ventos sobre aquilo que pensam, aquilo que acham, erguendo bandeiras que empunharam sem nem questionar ou conhecer profundamente o assunto.

Gritar que "eu" estou certo e "vocês" estão errados, não importa qual seja o tema da discussão.

Felizmente, não participo desse time de esbravejadores insanos.

Quando percebo que uma simples conversa virou uma disputa pela "verdade absoluta", simplesmente me calo, me retiro. Comunico minha discordância e saio pela lateral do palco.

Eu não disputo holofotes, assim como não ficarei parada assistindo a monólogos de ditadores.

Deixo clara minha posição e, em certo casos, explico que não tenho razões para continuar um assunto que não chegará a uma conclusão unânime.

Cansei de blá blá blás! Ainda assisto, é verdade, diversas vezes na semana, as pessoas se digladiando para decidir quem tem "a" razão. Mas me poupo desse desgaste.

No desespero, os mais fracos de argumento passam a desferir ofensas pessoais, e aquilo que era um diálogo civilizado se torna um bate-boca infantil.

Ahhh... Não tenho mais idade pra isso!

Não que eu seja uma idosa. Tenho meus exatos "x" anos bem vividos.

Poderiam ser 8, poderiam ser 15 ou 32, já faz tempo que decidi poupar meus vocábulos para conversas com verdadeiros propósitos. Ou ainda, para escrever meus textos no blog.

Sei que algumas vezes, escrever se torna uma espécie de monólogo, mas fico aberta a ouvir criticas.

De minha parte, prometo não entrar em brigas desnecessárias.

Um grande abraço a todos, e que sirva de reflexão!

Um dia de chuva

Um dia de chuva... 

Você acorda, se prepara para o trabalho, pega o casaco, o guarda-chuva, sai de casa, pega o ônibus e vai...

Você se molha, passa o dia com as meias encharcadas, você até se preocupa em ficar resfriado, mas você vai...

Um dia de chuva!! Mas você tem aula na faculdade, tem consulta médica, tem um compromisso de trabalho, precisa comprar um remédio, e você vai...

Você enfrenta a chuva, os raios e trovões, você sai de casa no meio de uma tempestade, encara a enchente e vai trabalhar, vai para seu compromisso inadiável... Você vai!

Então eu pergunto:

Por que você fica em casa nos finais de semana chuvosos?

Por que você cancela o cinema, a ida ao shopping, o passeio no parque ou no zoológico?


Por que você deixa de fazer atividades de lazer devido ao mau tempo?

Por acaso essas atividades são menos importantes do que os outros "compromissos" que você tinha antes?

Tenho certeza que não.

A gente se obriga a fazer diversas atividades, "faça chuva ou faça sol", e quanto tem a opção de sair pra se divertir, deixa de fazer o que gostaria, por causa do tempo.

Dá para acreditar nesse boicote pessoal?

Eu quero ir passear! Pode ser que chova, pode ser que não, mas eu quero ir passear!

E se eu estivesse viajando? Será que eu passaria vários dias trancadas no hotel, ou será que eu colocaria uma capa e levaria um guarda-chuva para andar pela cidade, olhar as vitrines, visitar um museu?

Chega de desculpas! Se São Pedro não colabora, vamos embora, deixe ele pra lá, vamos sair por aí, "cantando na chuva".

Não dá para passar o fim de semana todo sentada no sofá, assistindo reprises na tv... Bem, às vezes, até dá para fazer isso... Mas não quando os últimos finais de semana foram todos assim.

Qual o problema de sair em um dia de chuva?

Chega de viver como o Cascão, das revistas em quadrinhos, vamos sair e nos divertir!

O céu pode estar cinza, as calçadas cheias de poças, a chuva pode estra caindo à dias, mas... E daí?

Quando o sol voltar, você irá reclamar do calor escaldante. Você sempre terá uma desculpa para ficar trancado na gaiola. Esqueça isso! 

Caminhe pelo mundo, observe a natureza, vislumbre os horizontes. Enfrente as tempestades e siga seu caminho... Vá se divertir, afinal você só tem dois dias de folga na semana (às vezes um dia e meio), não desperdice esse tempo trancado em casa só por causa de uma chuvinha insistente. Mostre a ela, que quando você quer se divertir, nem ela poderá te impedir.

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Evolução

Penso que o significado da vida é evoluirmos. 

Seja essa, uma evolução pessoal, emocional, profissional ou espiritual, devemos sempre tentar nos tornarmos melhores do que eramos há alguns minutos, dias, semanas... não importa o tempo, o que importa é o resultado.

Passamos por diversas etapas, desde o instante em que nascemos. Aprendemos uma infinidade de coisas, e seguimos evoluindo a cada dia.

Nas crianças, esses avanços são visíveis. O aprender a sustentar a cabeça, sentar, falar, andar, até mesmo a cair para depois levantar. 

Mas então crescemos e desaprendemos a aprender.

Quantas vezes a vida se repete e se repete na jornada de alguém,  e assistimos sem entender qual a lição que aquela pessoa custa a aprender? Por qual outra razão ela teria que passar por essa mesma estrada, assistir ao mesmo filme, dessa vez com outros personagens? De que forma ela poderia romper esse ciclo e passar para uma nova fase, dessa vez bem mais tranquila?

E nós, que assistimos passivamente essa sequencia, qual será a nossa lição?

Sempre parece mais fácil enxergar os passos do outro, seus erros, seus acertos. Sempre é mais fácil apontar suas falhas do que perceber nossos próprios tropeços

Sim, é difícil entender. 

É difícil aprender e perceber que esse desafio faz parte de nossa evolução. É difícil cumprir as etapas, quando estamos tão envolvidos que não percebemos mais que a vida se repete, porque não soubemos evoluir da primeira vez... ou das primeiras vezes.

E quando a sequência dos fatos, vem com um final totalmente inesperado, ainda que nossas ações não tenham contribuído para esse fim, sofremos inconsolavelmente, enquanto eu ainda me pergunto: Será que a vida se repetirá mais uma vez?

Para o bem de todos os envolvidos, eu espero que não.

Espero do fundo do meu coração, que ninguém precise passar por esse drama. Mesmo sabendo que meu desejo é algo praticamente impossível.

Há muitos anos, eu escrevi uma carta. Não me lembro exatamente qual era o seu inteiro teor, mas sei que era recheada de dúvidas e que foi escrita e lida entre um banho de lágimas.

Ainda não sei as respostas para aquelas perguntas. Não sei se naquele momento aprendi algo ou se pude ensinar. Aquele era um momento meu, em um drama que envolvia uma série de pessoas. Cada um viu a situação de um ângulo diferente.

Era a vida real e era um ensaio de laboratório: Duas pessoas, duas situações similares e diferentes. Cada uma com um rumo distinto. E cada uma com um resultado específico. Um deles foi bom e o outro foi mau 

Ou será que cada um foi o melhor que poderia acontecer? 

Sim, eu sou otimista

E a terceira pessoa, aquela que não estava no laboratório, mas cujo nome foi citado na carta, o que aconteceu com ela?

A verdade é que essa história não chegou ao fim. 

As histórias reais nunca tem fim. Sempre haverá alguém que ficou depois que todos se foram, ou alguém que viu os fatos de uma outra perspectiva.
  
Quantos de nós evoluíram? Quanto ainda temos para evoluir?

Sempre fico com a sensação de que faltou aprender algo mais. Ainda me restam tantas dúvidas, mas para quem escrever agora?

Percebo que estamos todos engatinhando. Alguns são mais ágeis, outros ainda se esfoçam para sustenta o próprio peso com a força dos braços.

Ninguém evoluiu o suficiente para se levantar e andar.


Ainda somos frágeis crianças, em busca do colo de alguém, que seja capaz de curar nossas feridas.  

Somos seres em busca da evolução, mas ainda nos perguntamos qual o sentido da vida?


quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Tá na hora de nanar

O que você quer ser quando crescer?

E quem te disse que eu quero crescer?

Quero ser uma eterna criança que brinca o dia todo sem pensar no amanhã.

E não saber o que é preocupação ou ansiedade porque o que importa é o hoje o agora, e eu sei que logo mais minha mãe estará me esperando com um lanchinho delicioso.

Não tem nada melhor que ser criança e rir até chorar das bobeiras que a gente faz ou fala. Pular corda, andar descalço na rua, subir em árvore, correr atrás das pombinhas na praia. 

Nada é melhor do que comer um doce sem nem me preocupar com as calorias que estou ingerindo.

E me pesar na balança, comemorando cada quilo ganho, como comemorava cada aniversário feito. Naquela época não havia finito. Tudo era pra sempre.

Eu quero ser criança eternamente, enquanto dure minha eternidade, e carregar comigo a diversão de cada dia e os sorrisos fáceis.

Quero tomar um copo de leite morno antes de dormir, porque minha vó um dia falou que a gente dorme melhor assim.

Insônia era farra com as amigas, festa do pijama, gargalhadas quando alguém mandava fazer silêncio.

Cada dia era "o" dia. Sonhar era tão frequente quanto respirar.

Pensando bem, eu ainda sou criança. E não preciso escolher o que eu quero ser quando crescer, porque eu já cresci.

Eu já sou algo, alguma coisa e alguém. Sou eu mesma. Meio sã, meio bipolar. Sou multipolar. Sou milhares de "eus".

Eu só quero tomar um copo de leite morno e ir dormir, sem pensar em mais nada, porque hoje, eu já fiz quase tudo que eu deveria fazer. Já escrevi cinco textos pro meu blog. 

Então, boa noite. Já passou da hora dessa criança ir pra cama.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Gente, Perdi a Paciência - Parte IV

(Sem introdução - Se não entendeu a situação, leia os outros episódios)

-Trimmm
-Alô
-Boa noite, aqui é da GPP, estamos ligando para oferecer os serviços de TV à cabo
- Desculpe, não estamos interessados.
-Mas sra, nossa TV tem uma porção de canais.
- Queridíssima, você ligou pra uma escola de deficientes visuais. Nós não assistimos TV. Damos valor à leitura, às atividades manuais, como artesanato, culinária, às artes, à música...
Aliás, acreditamos que as pessoas que enxergam também deviam desligar suas TVs e se dedicar a atividades bem mais interessantes.
Queridíssima, você assiste essa TV a cabo que você está vendendo?
Atendente: É...é...
- Pois não devia. Desliga esse telefone. Vá ler um livro. Vá olhar o horizonte, as aves, os parques, vá assistir às crianças brincando na praia. Vá observar o mar. Aproveite sua visão e vá ver o mundo. Não custa nada e a programação é bem mais interessante.

Gente Perdi a Paciência - Parte III

Uma certa TV à cabo resolveu colocar todos os funcionários de telemarketing do mundo para ligarem pra minha casa tentando vender o produto.

Geralmente quem atende essas ligações é meu marido, que já está pensando em desligar a linha telefônica para se livrar dessa maldição.

Gente, Perdi a Paciência!

E para me vingar desses pobres vendedores que não arranjarem emprego melhor do que esse tal de telemarketing maldito, resolvi inventar diálogos para ensaiar as conversas das próximas ligações.

Em homenagem ao título do texto, vou chamar a TV à cabo de GPP

Segue a terceira história:

GPP E A RELIGIOSA

-Trimmmmm
Religiosa: Alô
Atendente: Boa noite, aqui é da GPP, nós estamos ligando para oferecer uma nova TV à cabo para você
Religiosa: TV à cabo? Mas daquelas que passam uma porção de filmes com cenas hããã...
Atendente: Sim, temos canais eróticos para oferecer.
Religiosa: Nossaaaaaa, isso não é de Deus! Que horror.
Atendente: Não se preocupe, nós também temos canais com filmes românticos e novelas.
Religiosa: Novelas??? Isso não é de Deus. Tem muito pecado nessas novelas. Não pode.
Atendente: Mas temos também canais de oração...
Religiosa: Querida, orar eu oro na igreja, no templo, no silêncio da minha alma. Eu não preciso de TV à cabo pra falar com Deus. Nossa ligação é direta. Sem intermediários.
intermediário não é de Deus, não!


Gente, Perdi a Paciência. - Parte II

Uma certa TV à cabo resolveu colocar todos os funcionários de telemarketing do mundo para ligarem pra minha casa tentando vender o produto.

Geralmente quem atende essas ligações é meu marido, que já está pensando em desligar a linha telefônica para se livrar dessa maldição.

Gente, Perdi a Paciência!

E para me vingar desses pobres vendedores que não arranjaram emprego melhor do que esse tal de telemarketing maldito, resolvi inventar diálogos para ensaiar as conversas das próximas ligações.

Em homenagem ao título do texto, vou chamar a TV à cabo de GPP

Segue a segunda história:

GPP E A VELHINHA INCONVENIENTE

-Trimmmm
Velhinha: Alô, quem tá falando?
Atendente: Boa noite, aqui é a fulana da GPP, nós estamos com uma oferta imperdível, a sra não gostaria de assinar a GPP?
Velhinha: GPP? O que é isso?
Atendente: É TV à cabo minha sra.
Velhinha: E passa o programa da Maria Ana?
Atendente: Passa sim, nos temos diversos canais abertos e muitos outros fechados.
Velhinha: E o que tem nesses outros? Pode abrir?
Atendente: (hihihi) Pode sim. São mais de 120 canais com programas diversos, filmes, séries, esportes...
Velhinha: Esporte eu não gosto. Gosto de filme.
Atendente: (Se sentindo confiante) Ahhh... Mas tem muitos filmes. Tem filmes que passam sem comerciais. Duas horas direto sem intervalo.
Velhinha: Mas aí é ruim né minha filha?
Atendente (confusa): Ruim? Por que?
Velhinha: É porque eu tenho que ir no banheiro, né? Eu já não aguento ficar tanto tempo segurando e às vezes escapa um pouquinho. Ainda mais se for filme engraçado. A gente ri até ficar com vontade de fazer xixi. Mas eu faço mesmo. Já até mandei lavar o sofá. Às vezes, eu ponho uma toalha nele, pra não molhar a almofada, entende?
Atendente:... A-hã
Velhinha: E tem outro problema também. As hemorróidas. Não dá pra ficar sentada todo esse tempo não. Dói muito, sabe?
O Dr queria operar, mas eu não quis não. É muito desagradável ficar naquela posição durante o exame, que é rápido, imagina durante uma cirurgia. Você já fez exame de hemorróida minha filha?
Atendente:... Ããã... Não sra.
Velhinha: Ihhhh, é muito ruim mesmo. Sabe, quando meu velho era vivo, às vezes ele... bem... ele.... mas eu não gostava não, sabe? Porque é desagradável mesmo... E o joelho dói, e tudo dói. É igual pedra nos rins, mas é uma dor que vem de baixo e se espalha... A dos rins vem das costas. Você já teve pedra nos rins?
Atendente: Não sra, eu não tive. Mas e a TV à cabo? Também tem programas mais curtos. Como séries...
Velhinha: Aquelas séries que tem várias temporadas??
Atendente: Isso mesmo, tem a do médico, aa dos amigos, a das pessoas que ficam presas numa bolha...
Velhinha: Ahhh minha filha, eu não tenho mais idade pra isso. Minha memória já é curta, eu nem vou lembrar de assistir o próximo episódio... Sem falar que tem temporada 1, 2, 3... E se eu morro? Vou perder as últimas temporadas e passar a eternidade sem saber o que aconteceu no final... Isso vai ser um inferno!
Melhor eu assinar o netmix, onde eu assisto tudo de uma vez e posso dar pausa quando precisar ir ao banheiro.
Nossaaaaaa... Eu posso até assistir no banheiro. Você não vende um netmix pra mim, minha filha?
Atendente(irritada): Não sra, eu só vendo GPP.
Velhinha: Então pra que você me ligou? Eu não quero GPP
E desligou.

Gente, Perdi a Paciência! TV à cabo GPP - Parte I

Uma certa TV à cabo resolveu colocar todos os funcionários de telemarketing do mundo para ligarem pra minha casa tentando vender o produto.

Geralmente quem atende essas ligações é meu marido, que já está pensando em desligar a linha telefônica para se livrar dessa maldição.

Gente, Perdi a Paciência!

E para me vingar desses pobres vendedores que não arranjaram emprego melhor do que esse tal de telemarketing maldito, resolvi inventar diálogos para ensaiar as conversas das próximas ligações.

Em homenagem ao título do texto, vou chamar a TV à cabo de GPP

Segue a primeira história:

A GPP e a loira burra

-Trimmmm
-Alô!
-Boa noite, aqui é fulana da GPP, a sra. estaria interessada em se tornar cliente da GPP
Loira: Ahhh, eu já sou cliente.
Atendente: Mas a sra. pode mudar o seu plano e ter muito mais canais
Loira: Ahhhh, o meu não é de canais. É de seis bocas mais um forno. O moço da GPP veio aqui no mês passada e trocou a peça. Agora eu não uso mais botijão. Só GPP.
Atendente: Minha sra, do que a sra está falando?
Loira: Do meu fogão com GPP
Atendente: Desculpe, deve estar havendo alguma confusão. Eu sou da GPP, de TV por assinatura.
Loira: Nossaaaaaa!!!! Nem sabia que já existia televisão à gás! E é boa, heim???

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

O show deve continuar

Não é fácil assumir o palco quando um artista se vai.

Existe muita cobrança, muita crítica e muita saudade daquele que partiu. Uma fidelidade inconsciente (ou não) nos obriga a resistir à presença do novo.

Foi assim, recentemente, quando o cantor Adam Lambert se juntou aos integrantes da banda Queen, no palco do Rock in Rio.

Adam se saiu muito bem, apesar do imenso desafio.

O cantor conseguiu conquistar o público sendo ele mesmo. Ele não estava ali para "substituir" Freddie Mercury, algo que ficou estrategicamente implícito desde a divulgação do show: "Queen e Adam Lambert"

Ele não tentou imitar o antigo vocalista da banda em seus trejeitos ou vocais.

Nada disso!

Adam subiu ao palco para cantar músicas que um dia ele ouviu. Cantar como fã, como artista e em conjunto com músicos muito mais experientes e com milhares de pessoas que assistiam a apresentação.

Muita gente deve ter torcido o nariz, à princípio. Muitos podem até ter criticado ao comparar o antigo ídolo àquele que ali se apresentava.

Freddie era um artista brilhante. Iluminado. Dono de uma voz sem igual. Mas ele faleceu, e como dizia em um dos antigos sucessos, o show deve continuar.

Certamente, é muito difícil assumir um show diante de um público fiel e saudoso, mas o melhor conselho é: Seja você mesmo!

Cada pessoa é diferente das demais. Cada uma tem seu próprio brilho, e ninguém, nunca, será capaz de irradiar a mesma luz de outro alguém.

Então, seja você!

Ainda que leve um tempo para que as pessoas percebam suas qualidades, você só conquistará seu espaço em uma entrega de corpo e alma. A única maneira de fazer isso é se despindo de todas as máscaras e disfarces e expondo o que há de melhor em seu próprio eu.

Seja honesto.

Seja aquele que não tem medo de tropeçar e cair algumas vezes, e por essa razão, segue sempre de cabeça erguida, caminhando rumo ao horizonte misterioso.

Desbrave os territórios difíceis, com a coragem dos exploradores. Reconhecendo o terreno até fazer parte daquele lugar, e aquele lugar se tornar parte de você.

Na hora certa, você perceberá que esse palco, agora, também é seu. Então faça seu melhor espetáculo e arranque aplausos de admiração de seus mais novos fãs.


Maria Helena Pereira de Sá
Autora do Blog Páginas em Branco - (helena73sa.blogspot.com.br)
Contato: helena73sa@gmail.com



domingo, 20 de setembro de 2015

DESISTIR (TAMBÉM) É PRECISO!

Ao contrário do que muitos dizem, desistir não significa fracassar.

É preciso coragem para desistir, e quando o fizer, caminhe de cabeça erguida.

Muitas pessoas pensam que é sinal de fraqueza quando se desiste de alguma coisa, mas observando os atletas, podemos ver que algumas vezes é necessário parar, antes do fim da prova, pois seu corpo não é capaz de atender às suas vontades. Nessas horas, desistir é vencer!

Vencer sua mente, que pede algo que pode trazer prejuízos que o corpo não será capaz de recuperar depois. E mesmo que o desafio faça com que o atleta viva sempre no limite... algumas vezes o limite pode ser perigoso para sua saúde.

Somos todos competitivos? Devemos sempre insistir e vencer?

Acho que não!

Quantas vezes nós vimos pessoas infelizes, insistindo em um relacionamento que já se mostrava em ruínas? Quantas mulheres, sofrendo de violência doméstica, sem desistir de seu próprio agressor?

Ou ainda, aquelas com paixões doentias, idealizando em um homem, o príncipe encantado que querem para si? E sofrem... Sem olhar ao redor, sem se dar a oportunidade de conhecer outras pessoas, melhores até do que o falso príncipe, que nada mais é do que um ser humano cheio de qualidades e defeitos.

É preciso desistir de tudo aquilo pelo que não vale à pena lutar. E assim, se libertar para buscar novos sonhos, fazer novos planos...

Quantos jovens, desistem dos cursos universitários e começam em outro, onde vão se sentir realmente realizados, enquanto outros jovens, seguem adiante, esperando o momento mágico em que aquele curso passará a fazer sentido em sua vida. Mas o "momento mágico" pode nunca chegar.

Desistir é encerrar uma história, para começar muitas outras...

Não podemos paralisar, com medo do que os outros vão pensar ou dizer.

Cada um sabe o tamanho de sua dor, quando o sapato está apertado demais.

E qual o problema de descalçar esse sapato e caminhar com os pés no chão durante algum tempo? O que importa o que os outros vão pensar?

Se já não há ânimo ou motivo para essa luta, baixe as armas e siga em paz!


quinta-feira, 17 de setembro de 2015

#conectados.com

Pela manhã checa as redes sociais antes mesmo de lavar o rosto. Sabe de cor o que vai encontrar, pois não muda quase nada entre meia noite e seis da manhã.

Mas ela checa mesmo assim. Já virou hábito.

Vai para o trabalho. Liga o computador para verificar seus emails. Lê as notícias do dia. Em três sites diferentes, para ter certeza que não perdeu nada.

Abre uma notícia sobre um artista de TV, e outra e mais outra. Pesquisa um site de decoração, um de viagens, um de alimentação saudável.

Se perde na internet por horas, dias, semanas. O tempo passa num borrão, e já não consegue enxergar o que aconteceu com as horas de seu dia.

Hora de ir pra casa. Checa mais uma vez as redes sociais... Já fez isso muitas vezes durante o dia. Teria sido mais interessante passar o dia deitado em outro tipo de rede, à sombra de uma árvore frondosa.

Durante o trajeto para casa, responde às conversas no telefone celular.

Não, desculpe, agora ele se chama smart fone.

O aparelho ainda permite fazer ligações. Mas ninguém as faz.

Ninguém conversa mais. Nem ao vivo, nem ao telefone. As pessoas agora, mandam mensagens.

E esperam furiosas quando as respostas não vem imediatamente.

Pelo menos elas estão escrevendo e lendo... Quem dera! Os textos são escritos em uma língua nova, cheia de abreviações e erros bizarros.

Algumas pessoas, com preguiça, ou por estarem dirigindo já nem escrevem. Gravam áudios. É como conversar, mas só um fala. E o outro só escuta. São pequenos monólogos. Não existe troca. Eu digo. Você diz. Eu contínuo. Você continua. E no fim um tchau. Um emoticon (aqueles desenhos fofofos...ou não tão fofos depois da atualização do aplicativo).

Algumas vezes nem isso. Só o silêncio.

E o silêncio é fim da conversa.

Voltemos aos sites, às redes sociais, ao túnel do tempo que nos faz perder o presente e seguir direto pra lugar nenhum.

Conectados. Sempre conectados. Queira o destino, que a bateria não acabe no meio do caminho. Que a gente não esqueça esse aparelhinho em casa, e muito menos que um bandido armado tente roubá-lo de nós.

A gente pode se arriscar, dizendo que está sem celular. Quem iria acreditar?

O ladrão, impiedoso, certamente vai nos revistar. E vai achar. E se dermos sorte, vai embora feliz sem nos fazer mal.

Como se houvesse coisa pior do que levar nosso celular, com todos os contatos, as fotos, as músicas...

Nossa vida toda nesse pequeno aparelho...

Será mesmo? Não seria a vida, mais importante do que qualquer outra coisa?




quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Uma foto, uma idéia, uma decisão.

De brincadeira peguei uns chapéus pra tirar umas fotos com eles....

Queria renovar a foto do blog e já que tinha renovado a cor dos cabelos, pensei em fazer fotos especiais, por isso os chapéus.

Adorei o resultado e imediatamente troquei a foto do blog, escolhi uma outra para o perfil do face e sorri satisfeita: missão cumprida com sucesso.

Alguns dias depois, ainda admirando o resultado, comentei com uma amiga:

Adoro chapéus! - e me dei conta: Eu sempre adorei chapéus. Chapéus, gorros e até alguns bonés.

Então, por que eu não uso?

Sempre vou à praia de boné. Algumas vezes uso gorro em dias muito frios. Levo meu chapeuzinho preferido (esse do blog) em todas as viagens que fiz, desde que o comprei. E Adoro usá-lo. Mas no dia-a-dia, não uso.

Eles ficam guardados eternamente, esperando um momento especial...

Mas o momento especial é agora! Já!

A gente deixa de fazer as coisas que gosta por motivos idiotas...

Usar chapéu? Ninguém usa chapéu!

Onde vou usar? Combina com o que?

Oras.... Combina comigo!

Vou tentar deixar de ser boba, e passar a usar meu chapéus (os dois que possuo), e quem sabe, comprar mais alguns... Ou experimentar nas lojas até escolher um novo "favorito".

Chega de me preocupar com o que os outros vão pensar.

Vou tirar os " grilos" da cabeça, e colocar os chapéus. Até porque, melhor andar com chapéu por aí, do que com um grilo na cabeça.

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Inconformado ou Indiferente

Quem é mais contente,
o inconformado ou o indiferente?

Quem suporta tanta dor?

Quem é capaz de acreditar, que tudo ainda, vai melhorar?

Que consegue manter os olhos abertos e os sonhos vivos?

Quem é mais demente,
o inconformado ou o indiferente?

Quem acredita na mudança?

Quem ainda tem esperança?

Serão os delírios que nos fazem continuar?

Quem é mais gente,
o inconformado ou o indiferente?

Quem fecha os olhos pros meninos do sinal?

Quem abre o vidro pra comprar um doce (ou dar um sorriso) pro inocente ou marginal?

Quem sobe o morro ou se esconde nas montanhas?

Quem doa um quilo de feijão ou vai embora, de avião?

Quem é que mente,
o inconformado ou o indiferente?

Será possível manter-se sempre alerta ou eternamente alienado?

Será possível mudar ou fugir da realidade ao seu lado?

O que faz da gente, inconformado ou indiferente?

A gente sente...
A gente sofre...
A gente age ou a gente foge...

A gente desliga a tv ou troca de canal
A gente muda o caminho para evitar aquele sinal
A gente luta, a gente vence, ou se da mal

Será que temos escolhas?
Inconformados...
Indiferentes...

Somos simplesmente: Gente



segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Fama ou anonimato?

Um brinde ao anonimato!

À possibilidade de tomar café da manhã em uma padaria sem ser importunado pelos clientes e funcionários do local.

Feliz é aquele que possui o dom da invisibilidade quando ela lhe convém.

O ser humano não sabe conviver com a fama dos famosos. A exposição pública não faz da pessoa seu amigo íntimo, colega de classe ou inimigo número 1.

Aquele ser, que escolheu uma profissão, e por mero acaso (e não só competência) se tornou famoso, pode ter escolhido tomar seu desjejum matinal fora de casa porque acabou o pão ou o pó de café... Mas ele não escolheu se sentar em uma mesa, e ser interrompido por pessoas que acham que podem dar palpite sobre como ele executa seu trabalho.

Não importa qual seja sua profissão, é sempre desagradável ficar ouvindo provocações infantis enquanto aguarda o seu pedido.

Aliás, é muito injusto quando dizemos que as provocações são infantis. Crianças, na maioria das vezes, sentam uma ao lado da outra e brincam, sem pensar em problemas, sem provocar confusões. São os adultos, imaturos, que lançam indiretas como se fossem flechas afiadas, tentando ferir seu alvo indefeso.

Quem nos dá o direito de atacar ou invadir a privacidade de uma pessoas "famosa"?

Se o sucesso e a fama trazem benefícios, podemos dizer que eles trazem malefícios também.

A solidão torna-se um luxo permitido apenas entre quatro paredes. E não falo sobre a solidão solitária, aquela em que sentimos falta de alguém. Falo sobre aquela solidão gostosa, quando podemos caminhar na praia em nossa própria companhia, conversando com nossos pensamentos ou quem sabe, com Deus.

Só os anônimos são contemplados com esses momentos de intimidade com o universo.

Aos famosos, não é permitido sequer um encontro a sós, com sua xícara de café.

Uma foto, um autógrafo, um elogio ou uma crítica. Qualquer pessoa se acha no direito de interromper seus pensamentos. E se eles não responderem seus apelos com simpatia e boa vontade, ainda serão criticados fervorosamente.

Fama ou anonimato?

O sucesso depende mesmo dessa exposição gigantesca?

Se eles dependem da fama para ter o reconhecimento de seu trabalho, estarão sujeitos às mazelas quem vem junto com cada uma das profissões.

E enquanto meu sucesso não vem... enquanto sou apenas mais uma na multidão... ergo levemente minha xícara de café e faço um brinde silencioso ao anonimato.

Eu tomo meu café da manhã em paz!


segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Seja parte da natureza.

Eu acho que a gente se cobra demais...

Pensei nisso na tarde de hoje:

A gente não tem que ser o melhor isso ou aquilo... Basta ser o melhor de nós mesmos, com nossas falhas e acertos.

A vida é simples... Somos nós que a complicamos...

As borboletas não cumprem metas de flores para pousar durante toda a primavera. Os pássaros não ficam voando por aí nos dias de tempestades. Quando o tempo não está favorável, eles se recolhem em um local protegido e esperam a tempestade passar.

As aranhas não competem para ver qual a teia maior e mais bonita. Elas sabem, através de seus instintos, que é melhor ter uma pequena teia, bem localizada do que uma teia enorme, que pode ser destruída em segundos por um animal maior.

Árvores não sofrem porque seus frutos não estão tão doces, e também não se intimidam por um período menos fértil.

Tudo, absolutamente tudo, na natureza, nos mostra que existem períodos bons e ruins. E que depois do frio do inverno (ok, não estou falando do inverno de 2015 no Brasil)... mas depois do frio, virá a primavera, e com ela, virão novas flores.

Nós, pobres seres humanos, pensamos que não somos parte da natureza. Nos vemos como deuses, que podem controlar o presente e o futuro.

Tentamos seguir as regras que nós mesmos criamos, e que muitas vezes não nos levarão a lugar algum.

Pensamos que temos que obedecer prazos e atingir metas... Somos cobrados a cumpri-las, pela sociedade, por nossos pais, amigos e principalmente e terrivelmente, por nós mesmos.

Deveríamos relaxar mais, observar o desabrochar de uma flor ou acompanhar o crescimento de uma árvore.

Quem sabe aprendessemos que cada coisa tem seu tempo, e que mesmo seres da mesma espécie, crescendo em um mesmo ambiente, tem seu tempo também.

Cada qual com seu desenvolvimento particular e único.

Somos todos iguais, sem distinção de cor, raça, religião, e simultaneamente somos todos diferentes.

Essa é a beleza da vida! Essa é a nossa natureza!

Precisamos demitir aquele ser invisível que fica nos cobrando o tempo todo, como se precisássemos passar por uma avaliação de desempenho a cada instante.

Diga à ele que é um corte de pessoal, culpa da crise econômica ou da crise dos 20, 30, 40 e por aí vai.

Livre-se desse peso extra que você vem carregando à tanto tempo... Caminhe sozinho ou acompanhado de pessoas reais (e legais).

Cale a voz dessa consciência "sem noção", que só te arrasta para o mundo da culpa e do desânimo.

Sejamos como as aves ou como as borboletas, que voam por campos floridos, e quando veem as tempestades, aproveitam o momento pra relaxar um pouco... Sem cobranças.

Logo virá uma nova estação...

 E você vai perceber que quando a alma está leve fica mais fácil voar mais longe.




terça-feira, 4 de agosto de 2015

Decisões

"Entre o "ir" e o "ficar" existe um imenso "meio do caminho" onde estão todos aqueles que não tomam uma decisão.

Mas nada dura para sempre e há sempre a possibilidade de mudar de ideia, de voltar atrás, ou dar aquele passo a diante...

Só não se pode parar no meio e empacar a fila por vontade própria ou por motivo de força maior.

É preciso fazer escolhas e todas elas serão difíceis se você pensar nas renuncias daquilo que você deixou de escolher.

É preciso fazer escolhas!

Ainda que sejam as escolhas erradas porque também nos tropeços a gente aprende a caminhar.

E, como já disse, nada dura para sempre. Tanto a alegria, quanto a dor, vão passar.

Não é vergonha olhar para trás, ou voltar atrás.

Quem cai, se levanta e anda.

Pense um pouco e tome uma decisão. Melhor que ser um eterno indeciso e se arrepender de não ter ao menos tentado.

Saia ou fique.

Mas se sair, não bata a porta para tê-la aberta se quiser voltar.

E se ficar, seja feliz assim, mas mantenha uma janela aberta, para poder olhar, sempre, o horizonte.





segunda-feira, 20 de julho de 2015

Decisões e pudins...

1º de janeiro

Querido diário,

Hoje acordei feliz. Está um lindo dia lá fora e o frescor da manhã traz promessas de prazerosas atividades ao ar livre.

Minha linda filha ainda dorme, enquanto eu lavo a louça do jantar da noite anterior, e coloco na máquina roupas sujas para lavar.

Até as atividades cotidianas tem um doce sabor após um fim de semana tão agradável...

Espere. Vou dizer a verdade.

Hoje não é 1º de janeiro.

Acordei me sentindo bem como há muito tempo não me sentia. O fim de semana foi todo assim.
Festas, amigos, boas energias, noites bem dormidas, carinho, sonhos bons... Como eu gosto de sonhos bons!

Dias iluminados seguidos de noites muito agradáveis. E assim, a segunda-feira ensolarada tem sabor de 1º de janeiro. Um dia de esperanças renovadas.

Não gostaria de comentar que meu estado de espírito não combina com a realidade que me espera. Passar o dia trancada em uma sala sem janelas, olhos vidrados na tela do computador.

Tudo bem, vou dizer a verdade novamente. A sala tem janela sim, um vitrô com vidros opacos, por onde não é possível enxergar o céu azul ou os raios do sol.

Gostaria de estar sentada em um banco dos jardins da praia ou dando uma volta na bicicleta que lavei na tarde de ontem. Gostaria de estar na companhia do meu marido e de minha linda filha, que são meus bens mais preciosos.

Quantas vezes quis jogar tudo para o alto e fazer o que tenho vontade?

Mas hoje é diferente. Hoje é sem revolta, sem sombras.

Hoje essa é uma vontade clara como o céu.

Qual é o sentido de pegar essa estrada todos os dias? Quanto eu ganho com isso? E quanto eu perco?

Se as decisões fossem tomadas por impulso a decisão já estaria tomada.

Mas as decisões cozinham em banho-maria, como um pudim.

O pudim está pronto!

Eu amo pudim!


*Hoje é dia 20/07/2015




domingo, 19 de julho de 2015

Semeie a felicidade

Não economize palavras se o que tem a dizer vai fazer alguém mais feliz.

Não economize elogios.

Troque elogios sinceros por lindos sorrisos.

Diga sempre o que pensa quando seus pensamentos estiverem recheados com energias positivas.

Agradeça quando se sentir realmente grato.

Mas não economize palavras dizendo um simples obrigado. Justifique sua gratidão.

Saiba, através das palavras, presentear o ouvinte.

E só economize palavras, quando presentear a outra pessoa com sua mais completa atenção.

Seja também um bom ouvinte, e escute aquilo que os outros tem a dizer.

Pois no meio de um mundo com tanta gente negativa e insensível, você encontrará pessoas com lindas histórias para contar.

E talvez, aquela linda mensagem seja algo que você jamais ouviria, se não tivesse se calado por instantes e dado a oportunidade para alguém não economizar suas próprias palavras.

Enfim, cale-se. Cale-se se for para ouvir ou para deixar de contar histórias negativas, críticas, fofocas, ou se for para alimentar a discórdia.

E fale à vontade, diga sem receio e sem se conter, tudo aquilo que fará bem ao seu companheiro de conversar. Distribua, através das palavras, sementes de felicidade, e você vai perceber ela brotando no coração daqueles que ouviram suas palavras.

quarta-feira, 15 de julho de 2015

A escolha é sua.

O que te dá prazer?

O que te faz sorrir à toa quando está sentada, perdida em seus próprios pensamentos, enquanto observa o mundo passar depressa pela janela do ônibus?

O que te faz suspirar?

Aliás, o que é o suspiro, se não um tomar de fôlego diante de um sentimento de tamanha intensidade?

Sorrisos nem sempre representam o estado de espírito das pessoas.

Talvez sua luz interior possa ser vista através do brilho do olhar, mas nem sempre somos capazes de perceber esse brilho.

Sentir prazer é viver intensamente um bom momento, que durante um tempo limitado, te fará esquecer de todo o resto.

Você está conversando com amigos na mesa do restaurante e esquece os problemas cotidianos, esquece o telefone celular perdido dentro da bolsa, esquece o compromisso que tinha... Você perde a hora, a noção do tempo, e simultaneamente, vive aquele tempo aproveitando cada detalhe.

É assim quando você assiste um filme, quando você dorme, quando saboreia uma sobremesa, quando está em uma festa ou em uma viagem.

É possível ter prazer em acordar cedo, mesmo que você costume dormir até tarde. Porque seus motivos, justificam a mudança do padrão. Sem esforço, sem sofrimento, você levanta da cama e vai aproveitar mais um dia.

A busca da felicidade deve ser uma coleção de pequenos prazeres. Pois a cada dia colhemos as sementes de nossas atitudes, pensamentos e emoções.

Não existe receita ou endereço certo para viver essas experiências. A escolha é individual e intransferível. Só você pode sentir o que sente. Só você é capaz de conhecer seus anseios e suas reações às determinadas situações que vive.

Permita-se viver intensamente os momentos bons.

Perca a hora, perca o sono, perca os compromissos inadiáveis e deixe a louça na pia mais um pouquinho, se o momento que você está vivendo merece ser estendido até o infinito de sua existência.

Porque os bons momentos também acabam. Porque a vida seguirá mesmo que você não responda uma mensagem do celular imediatamente. E quando você tenta viver tudo ao mesmo tempo, você, na verdade, não vive coisa alguma.

Saboreie o "dolce far niente".

Mergulhe nas páginas de um livro e no fundo do oceano, assista o mesmo filme dez vezes e alguns pela primeira vez. Chore de rir ou derrame suas lágrimas na escuridão do quarto antes de dormir. E durma, desejando o merecido descanso, sem pensar nas (pre)ocupações que terá quando você acordar.

Desligue o celular no cinema, na reunião de trabalho e durante o jantar.

Esqueça tudo para viver o agora, pois só o "agora" poderá te dar o pleno prazer de viver. Todo o antes é passado, remorso ou saudade. Todo o depois é futuro, expectativa e ansiedade.

Agora é a hora de se divertir. Então divirta-se!

No trabalho, na escola, no ônibus, no trânsito congestionado, divirta-se!

Carregue no bolso e na alma pequenos prazeres para você se presentear a qualquer momento.

Ouça música, dance, pule corda, coma um doce com sabor de infância, converse com amigos, admire a paisagem, viaje em seus pensamentos, ria novamente de piadas antigas ou de momentos que ficaram na lembrança.

Perca o fôlego de tanto rir. Só não perca o prazer. E viva-o intensamente.

terça-feira, 23 de junho de 2015

Reprogramando pensamentos

Cada um de nós é capaz de reprogramar seus próprios pensamentos.

Faz parte da vida mudar de idéia. E mesmo que em nosso íntimo, tenhamos enraizado uma certeza, uma negativa, um nunca mais, é possível rever os conceitos e fazer diferente.

É possível se animar com aquilo que você jamais pensou em fazer.

Algumas vezes, mudar de opinião é necessário, pra não se tornar tão intransigente.

É preciso medir novamente os prós e os contras, e analisar a situação sem os julgamentos anteriores.

Não é fácil. Mas é necessário.

Pode ser que após a análise você perceba que nada mudou. Que não tem razão pra mudar... ou você descobre que os impedimentos não existem mais e as barreiras eram relativas à outra época.

É hora de acordar e decidir que rumo você vai dar a sua vida, independentemente de decisões anteriores.

Você é o comandante desse navio. É você que escolhe o ponto do horizonte que vai seguir.

Crie suas próprias coordenadas e avance.

Tempestades existirão em qualquer caminho que você escolher. Faça que elas valham a pena!

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Um dia, um vazio...

Era um vazio tão grande que fazia eco no corredor.

Um grito mudo no pensamento se repetia e repetia e repetia...

E fazia frio. Muito frio naquele imenso vazio.

O corpo encolhido em volta do umbigo clamava por um abraço. Um aconchego.

Cada passo era um passo em falso, cada avanço era um arrastar.

E no olhar perdido havia uma dor profunda.

Nada a fazer. Nada e ninguém.

O vazio ocupou todo o espaço e agora não há espaço para nada mais.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Agora vai.

Quando eu acreditei que não podia, eu não pude.

Quando deixei de acreditar que eu era capaz, falhei.

Quando um a um, todos desistiram de ter esperança, foi o fim de uma jornada.

Hoje, quando olho para trás, procuro meus erros, na esperança de nunca mais cometê-los de novo.

Mas não sei se aprendi todas as lições.

Os acertos podem ter sido sorte... ou obra do acaso.

Talvez eu não tenha culpa das quedas. Certamente com elas, aprendi a me levantar.

Mas o mais importante é nunca desistir.

Acreditar que tudo é possível, e assim será.

O fim daquela jornada pode ser o começo da próxima.

Tenho certeza que vai ser melhor da próxima vez. E eu estarei lá para ver que tudo vai dar certo, então.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Seu pedaço de chão.

Escolha um lugar no mundo e coloque lá sua poltrona.

Ou amarre sua rede na sombra de duas árvores.

Demarque o seu espaço e volte para lá após cada longa caminhada.

No "seu lugar" você pode relaxar e esquecer de todos os seus problemas.

Lá, é onde você se desliga das preocupações e assiste sem pressa um lindo por-do-sol.

Escolha um lugar no mundo onde você vai querer estar nos momentos de alegria ou tristeza.

Não importa quão distante está esse lugar. Não importa que o tempo passe e os intervalos entre você e seu canto sejam enormes.

Você pode estar no "seu lugar" ou ele pode estar dentro de você.

Lá, não é onde mora essa tal felicidade...

A felicidade caminha sempre ao seu lado, em cada pequeno momento, em cada instante. Não existe um lugar exato para encontrá-la.

Nesse lugar você se sentirá em paz.

E nada, nem ninguém, será capaz de te atingir quando você estiver nesse lugar.

Por que lá, nada mais importa.

Seu pedacinho do mundo é a sua fortaleza. Onde suas energias são recarregadas e os horizontes são mais belos.

Você vai viver muitas vidas, vai vencer muitas batalhas e perder algumas outras.

Seu lugarzinho no mundo será conquistado e depois substituído, porque assim como você muda a cada jornada, seus interesses também mudam e suas raízes irão se fixar em outros terrenos.

Não se preocupe, pois mudar também faz parte da sua história.

E quando você lembrar de seu passado, vai lembrar de cada lugar do mundo que um dia foi seu.

Algumas vezes irá visitá-los, e perceberá que você não pertence mais àquele local, nem ele à você.

Mas saberá que ali já foi o seu lugar, e que você avançou, e seguindo seu caminho pousou em outras planícies.

Escolheu, novamente, seu lugar no mundo. E fez dali, seu novo recanto... e é pra lá que você vai querer voltar.


quinta-feira, 30 de abril de 2015

Ansiedade

Como não falar sobre um sentimento intenso, vivido nos últimos dias.

Adoro planejar as coisas: a vida, o trabalho, os passeios e viagens, festas, enfim... Tento organizar até os pregadores do meu varal!

Ok. Sei que nesse caso específico, faz parte de um dos meus T.O.C.s (Transtorno Obsessivo Compulsivo)... mas nem é tão sério assim. Ainda não exige tratamento...

Mas a ansiedade atual está relacionada a uma viagem planejada há muito tempo.

Não sei dizer quando foi a primeira vez que falamos sobre isso, mas pelo menos uns dois anos antes do aniversário de 15 anos de minha filha, já imaginávamos se a data seria celebrada com uma linda festa ou uma deliciosa viagem.

Vários destinos foram citados, várias vezes a opção: festa, ficou em primeiro lugar, mas por fim, venceu a genética e a ideia de viajar foi ganhando mais força.

O Fundo de Viagem assumiu definitivamente o nome de Fundo Disney... tudo bem que não seria a primeira vez, mas com quinze anos, era a melhor das opções.

Um ano e meio antes da data veio a pergunta: Mãe... será que... se os pais das minhas amigas deixassem... e pagassem a parte delas... eu poderia convidá-las para ir com a gente, com você cuidando?

Eu, antes de responder, dei aquela famosa repirada (que ela detesta, diga-se de passagem): inspira-pensa-expira...

Primeiro pensamento: Acho que sim... (Bem que dizem que sou meio doida)

Segundo pensamento: Será que algum pai vai deixar? (Será que eles são mais doidos que eu?)

Terceiro pensamento: Muito mais legal, principalmente pra minha filha, viajar com as amigas do que somente com pai e mãe.

PRIMEIRA PERGUNTA: De quantas amigas estamos falando?????

E vem a lista: A Letícia, a Larissa, a Júlia e as gêmeas...

Não posso afirmar qual foi a ordem dita no momento, mas a contagem foi: 1, 2, 3, 4 e 5!!!!!!!

Alguns desses pais, eu nem conhecia.

Depois de algum tempo (horas, dias ou semanas) eu finalmente dei a resposta:

Tudo bem, pode convidar. (Vamos ver o que vai dar... preciso fazer uma estimativa de custos, mas antes vamos ver a reação das meninas e dos pais)

Algumas disseram de cara que não poderiam ir... ou por causa dos valores, ou por que os pais não deixariam, ou por medo talvez...

Nem todas estavam diante de um sonho. Porque alguns sonhos parecem tão inatingíveis, que a maioria das pessoas nem se permite sonhar...

Mas ali, foi plantada uma semente... e o assunto foi sendo discutido, planejado, sonhado, regado... cálculos foram feitos, conversas em família... e depois de alguns meses, finalmente consegui "estimar" o custo da aventura. E, ainda que pudessem, e houveram, alterações devido a variação do dólar, a viagem ainda sairia menos dispendiosa do que se fosse feita em agência de turismo.

Primeira reunião de pais, na verdade de mães,que foram as interlocutoras de todo planejamento: Os valores foram repassados, o planejamento foi discutido e naquele momento, senti que tínhamos 2 prováveis acompanhantes e 3 incertezas.

Acho que naquela noite todos os cofrinhos foram quebrados, as economias foram contadas, os bolsos das roupas revirados, em busca de pequenos ou grandes valores que pudessem transformar esse sonho em realidade.

Junho de 2014 - Nesse mês dividimos o sonho, na expectativa de multiplicar os passageiros.

Muita expectativa... mas só em setembro as coisas passaram a ser reais: 4 passagens aéreas foram compradas para as nossas acompanhantes... no dia seguinte, mais 1 passagem. O grupo estava completo!

Mil sonhos, mil planos, um milhão de preocupações... menos uma: a possibilidade de haver uma briga, e o grupo se dividir em dois.

Como administrar isso? Intervir? Deixar o tempo passar para tudo se resolver naturalmente... (E naturalmente seria: todas fazerem as pazes)

As opções foram tentadas... e alguns meses depois, uma grande intervenção foi exigida, para encerrar briguinhas e provocações nas redes sociais. Nova reunião de mães. Muitas decisões tomadas. Todas cientes da "crise"...

Parece que a reunião foi útil. Os grupos não se uniram novamente, mas a paz voltou a reinar.

E o tempo foi passando...

Hoje, o contador na tela do celular mostra que só falta 1 dia.

Amanhã iremos para o aeroporto. Embarcaremos no avião e viveremos esse sonho.

Está tudo organizado. As malas estão prontas. Os documentos separados....

E a ansiedade está em 100%.

Todo esse tempo de planejamento, todo o esforço, as definições, as preocupações, tudo está decidido... Não há tempo pra mudar.

Agora, chegou a hora de relaxar e aproveitar!

É hora de curtir cada momento, tirar fotos sensacionais, viver as emoções do mundo dos sonhos...

Nossa família de viagem tem 11 pessoas na primeira semana e 13 na segunda semana (com irmão, cunhada, sobrinha, pai e mãe, além de marido, filha e as 5 amigas)

Como dizia John Lennon:

"You may say, I'm a dreamer. But I'm not the only one"

Boa viagem para todos nós!!!

Conto os detalhes na volta.

Será que o grupo vai se unir? Será que elas vão aproveitar? Como será a reação ao entrar no primeiro parque, ou ao avistar o famoso castelo da Cinderela? E as fotos com personagens, montanhas russas? Será que vão gostar da surpresa preparada para o fim da viagem?

Será que eu estou ansiosa? Ou é só impressão?


terça-feira, 14 de abril de 2015

Auto análise

Quero que a vida me conduza
Me mostre o melhor caminho
Quero somente seguir a direção do vento
Sem brigar contra fortes correntes

Quero fechar os olhos e caminhar pela praia com o sol iluminando minha face

Sem decisões à tomar

Sem preocupações à me perturbar

Quero ouvir o ruído da brisa e assistir um lindo pôr-do-sol

Quero chorar de rir e não temer o amanhã

Sinceridade.

Quero me cercar de gente sincera que sabe falar e ouvir sem julgar

Quero fazer as pazes com os desafetos e comigo mesma.

E me aceitar assim como sou.

Quero o fim das cobranças e competições

Quero doar.

Pois quem doa não sente necessidade de receber nada em troca.

Doar pelo prazer de servir.

E de repente, descobrir que todo o resto não importa. Que basta um sorriso, um abraço, uma palavra amiga.

Sim eu sei, que fazer o bem não vai pagar minhas contas, mas quem se importa com isso?

As pessoas estão sempre tão preocupadas em se preparar para um carreira, evoluir, que se esquecem da evolução de sua alma, de seu espírito.

O que você quer ser quando crescer? - É isso que perguntamos à nossas crianças... Mas a pergunta correta seria:

Quem você quer ser quando crescer?

E eu, eu sei exatamente quem eu quero ser, mas esses caminhos, estão me desviando de mim mesma.

* Esse texto começou despretensiosamente e virou uma auto análise. Eu sei exatamente o que eu quero, assim como centenas de pessoas também sabem o que querem, mas se rendem às cobranças da sociedade.

terça-feira, 7 de abril de 2015

Tente apenas ser legal... o resto é consequência.

Não é com esforço que tento ser uma pessoa legal.

É muito mais agradável viver cercada de bons amigos.

Saber observar as pessoas e valorizar o que elas tem de melhor é gratificante.

Simpatia gera simpatia. Gentileza gera gentileza.

É a lei da ação e reação.

E se doar, sem exigir nada em troca, é um aprendizado a cada dia. Porque mesmo que em algumas raras vezes, você ache que está fazendo papel de bobo, ou as pessoas realmente acreditem que você é trouxa. Você terá a certeza a cada dia, e principalmente à longo prazo, que vale a pena "fazer o bem, sem olhar a quem"

Sou colecionadora de amigos! E ainda que não saiba pedir colo para a maioria deles, recebo carinho através de abraços e palavras, muitas e muitas vezes.

Lembrem-se: Não é com esforço que tento ser uma pessoa legal. E não faço isso com a intenção de receber algo em troca.

Pensar no outro, saber quando é hora de falar, e principalmente quando é hora de calar. Entender que todos tem problemas e que eu não preciso ficar sempre repetindo os meus para provar o quanto a vida é injusta comigo...

Eu não preciso provar nada!

A vida não é justa ou injusta com ninguém.

A vida é a vida. Criar expectativas demais só vai me trazer decepções.

Como diz a canção: É preciso saber viver!

Eu tento acordar a cada dia, e viver aquele dia.

Sim, eu também faço planos. Nem sempre eles dão certo, mas também não faço disso uma tempestade.

É necessário se adaptar. Ter um plano B, C, D... Quantas letras do alfabeto forem necessárias.

Eu também caio, e algumas vezes, também demoro pra me levantar.

A vida é assim. Faço o melhor que posso fazer.

Ser legal é o mínimo que posso fazer.

E é muito gratificante!!

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Os verdadeiros heróis

Hoje é meu aniversário. E é o quinto dia em que uma centena de bombeiros trabalha ininterruptamente pra apagar um incêndio em uma empresa que armazena combustíveis em Santos/SP.

"É como tentar apagar um vulcão" - descreveu um desses homens.

Essa também é a impressão de quem vê a imagem de longe.

A nuvem de fumaça preta se espalha pelos municípios da região. O vento, parece medir forças com a água. Soprando mais forte a cada momento, mudando de direção e tornando ainda mais extenuante, o trabalho daqueles que tentam extinguir a chama dessa pira.
São atletas olímpicos! Incansáveis, quebrando recordes a todo instante.

Todos sofrem os efeitos de um incidente que ninguém sabe ao certo como começou, e não tem data certa para terminar.

No ar a fumaça, na água peixes mortos, a ameaça de chuva ácida, e ainda, os boatos, que causam tantos danos à saúde quanto os impactos causados ao ambiente.

A cidade que um dia foi considerada a mais poluída do mundo retorna a década de oitenta, e convive novamente com a fumaça, a névoa de poluentes no ar. Quando o vento sopra para aquelas bandas, não há como escapar. Ela está encurralada pelas montanhas.

De todos os cantos, da estrada, da praia, das janelas dos edifícios de Santos e região, a paisagem se transformou. Todos acompanham de perto ou de longe a altura das chamas, a cor da fumaça, a direção da nuvem negra ou cinza.

Nos noticiários ou durante a programação da TV, poucos minutos são dedicados ao assunto. 
Já não causa mais espanto ou não se tem nada a dizer?

Enquanto isso, os bombeiros continuam trabalhando. Passou o feriado, a sexta-feira santa, a páscoa... Seus familiares os aguardam em casa preocupados enquanto nós seguimos com nossas ocupações diárias.

A tragédia vem sendo anunciada à anos. "Vivemos sob um barril de pólvora " - Quantas vezes já ouvi isso?

Por sorte, não temos vítimas dessa vez. Mas estávamos preparados?

Todo o sistema de proteção da empresa se mostrou ineficiente. Pode ser que sem ele a situação tivesse ficado ainda pior, mas a sensação é de que ainda existem muitas falhas, que colocam a vida de milhares em risco.

O fogo se espalhou de um reservatório ao outro. Será que a distância entre eles era suficientemente segura? Parece que não.

O porto, a cidade, os moradores, todos foram afetados.

Se houvesse mesmo a necessidade de evacuar a área, para onde fugir?

Como tirar os moradores da ilha?

Como informar a tantas pessoas?

Incrível que na era da comunicação as notícias ainda sejam desencontradas. Por dois dias, um canal de TV anunciou que o incêndio era em Cubatão. Mais fácil se lembrar de um nome já tão castigado ou falta de comprometimento com os verdadeiros dados da notícia?

Na ânsia de noticiar o "evento", muita besteira foi dita.

E hoje, no quinto dia de combate às chamas, no dia do meu aniversário, vou apagar as chamas das velas, desejando que os bombeiros também consigam extinguir as chamas do incêndio, e que possam voltar para suas casas, suas familias, e desfrutar do merecido descanso.

Até porque, essa semana tem a final de um reality show na TV, os vencedores serão chamados de heróis por seu grande feito...

O que? - Pergunto indignada.

Meus heróis são outros. Meus valores são outros.

Faço aqui, uma homenagem aos heróis do Corpo de Bombeiros, e à todos os homens e mulheres que trabalharam e ainda estão trabalhando nessa árdua batalha.

E sugiro à todos que sabem reconhecer um herói, que agradeçam a cada bombeiro que encontrarem na rua, cumprimentem, aplaudam, publiquem uma foto em homenagem à eles em suas redes sociais.
Que não sejam as honras militares ou as autoridades políticas que marquem a importância do trabalho que eles executam diariamente, mas que seja a nossa gratidão escancarada, que mostre o quanto valorizamos os nossos verdadeiros heróis.

segunda-feira, 30 de março de 2015

Cale-se. A opinião é sua, guarde-a para você.

Já não se pode dizer mais nada.

Tudo virou ofensa.

Ninguém mais sabe ouvir.

Eis o fim da liberdade de expressão!

O direito de resposta se transformou numa discussão sem fim.

É a réplica, a tréplica, a réplica da tréplica... Será que existe a palavra quadréplica?

Então o silêncio se faz a melhor resposta.

O silêncio é a melhor pergunta e o comentário mais acertado.

Nada a dizer...

Se der sorte te chamarão de esquisito, caladão.

Mas talvez você se torne o antipático, o emburrado...

Não diga nada! Não fale nem se explique.

Estamos em uma epidemia de palavras mal interpretada. Palavras mal recebidas.

O ideal é seguir a advertencia dos filmes policiais:

Você tem o direito de permanecer calado. Tudo que disser poderá e será usado contra você... A qualquer momento, nos tribunais de uma justiça surda, que não mais aceita a opinião alheia.

sexta-feira, 27 de março de 2015

Qual é a resposta?

Certo ou errado?

Mentir é errado. Falar a verdade é certo.

Mas a verdade às vezes magoa...

Magoar é errado. Proteger é certo.

Mas pra proteger, às vezes é necessário esconder o que sente...

Enganar é errado. Revelar é o certo.

Mas nem tudo deve ser dito...

Silenciar é errado. Silenciar é certo.

Nem sempre sabemos as respostas...

Está tudo errado ou esse é o caminho certo?

As boas intenções não justificam nossos erros...

Ser honesto também não.

sábado, 14 de março de 2015

O mar azul.

Esperei à beira da praia, que o mar me contasse seus segredos.

De onde vem sua força, capaz de moldar as rochas nos costões?

E sua persistência em seguir sempre em frente?

Como pode o mar, ser incansável?

Fiquei atenta ao ruido de suas ondas. Apurei meus ouvidos, e o mar me explicou....

"Nada, jamais vai me impedir de seguir em frente.

Eu avanço e recuo conforme a força do momento.

Eu nunca desisto porque sei que além do horizonte existem outras paisagens.

Conheço as profundezas do oceano, e lugares tão escuros e distantes, mas conheço também a transparência da superfície e a brancura da espuma das ondas.

Eu sei que sou capaz de refletir o azul do céu em um dia de sol, ou o cinza das nuvens nas tardes de tempestade.

Uma onda nunca é igual a outra. Um dia nunca é igual ao outro.

Nunca me canso de ir e vir. Nunca descanso. E ainda que poucos entendam o meu propósito.... Meu proposito é ser assim.

Muitas vezes eu não sou capaz de dar as respostas, mas sempre estarei aqui para ouvir suas perguntas.

E lavarei seus pés cansados apôs cada longa caminhada.

Sou apenas o mar.

Mas também sou um amigo. Você sabe onde me encontrar!

Quanto aos meus segredos...

Não tenho segredo algum. A força que me move é a mesma força que move todos os seres da natureza.

Sob o sol ou sob a chuva, todos nós devemos seguir."

O mar me contou tantas coisas...

E na beira da água, pude sentir sua generosidade.

Observei sua imensidão, ouvi seus sons ritmados e tranquilos, senti seu cheiro de maresia, e o gosto do sal.

O mar acariciou os meus pés e minhas pernas... Me contou seus segredos e  levou embora as minhas angústias.

Esse mar, meu companheiro, está lá me esperando voltar. Pra me mostrar que um dia nunca é igual ao outro, e que as paisagens mudam.

Que nós também mudamos. Mas nossa essência continua. Algumas vezes recuamos, outras avançamos.

Algumas vezes só esperamos... Na beira da praia, em frente ao mar.

terça-feira, 10 de março de 2015

Bom diaaa!!!

Saudades da aeromoça, digo, da comissária de bordo!!!!

Beijossss queridaaa

Amooo você!!

P.S.:
Já que o blog é meu, posso mandar recado pra minha leitora viajante.
:)

domingo, 8 de março de 2015

Passeando no bosque

Existe um lugar chamado Bosque do Silêncio....

Onde a cidade se cala e dá voz aos sons da natureza.

Onde o canto dos pássaros e as águas do riacho te contam segredos.

Onde seus pensamento voam com a brisa que chacoalha os galhos das árvores.

Um lugar onde você caminha em uma nova sintonia.

Um bosque encantado tão perto do mundo real...

Lá, onde seus pensamentos silenciam enquanto seus pulmões se enchem de ar puro.

Vamos passear no bosque?

Vamos ouvir nossos próprios passos e as batidas de nosso coração.

Vamos caminhar por entre as árvores e admirar as cores da mata

Abra os olhos, apure os ouvidos, não diga nada... O bosque do silêncio vai te abraçar, te abrigar e te devolver a paz.

* Bosque do Silêncio - Campos Jordão- SP

quinta-feira, 5 de março de 2015

Go ahead!

Algumas pessoas não tem medo de mudar.

Mudam de casa, de emprego, estado civil,  de escola, de cidade... até de país.

Mas essa disponibilidade para a mudança nem sempre pode ser considerada CORAGEM.

Às vezes, pode significar que a pessoa está apenas com "preguiça" das coisas atuais.

Não ter mais ânimo para fazer as mesmas coisas de sempre, encontrar as mesmas pessoas, olhar novamente para a mesma paisagem pode ser o impulso que te leva a começar tudo de novo, agora em um outro lugar.

Afinal, o que é verdadeiro, permanece com a gente.

Os verdadeiros amigos não precisam de encontros diários para fortalecer sua amizade.

Os lugares que a gente ama estarão guardados em nossos corações e memórias, mesmo que estejamos à 11.000 quilômetros de distância.

Começar de novo, abre uma centena de possibilidades... Mesmo que algumas, sejam de errarmos de novo...

Até o erro pode ser valioso, se dessa vez, aprendermos a lição.

Não tenha medo da mudança!

Anseie por ela!

Porque todo passo que damos já é uma mudança (de local, de horizonte, de posição) e o que não muda, não sai do lugar.

Querer mudar, não significa tentar fugir dos problemas...

Isso a gente faz quando viaja (e nem sempre consegue).

Mudar, te dará a oportunidade de ganhar novos problemas, mas também novas oportunidades, novos amigos e também inimigos.

Te dará a chance de cair muitas vezes, mas em outro terreno. E as quedas... Elas não te darão medo, porque você já aprendeu a levantar muitas vezes. Você sabe que é sempre importante olhar a situação de um outro ponto de vista.

Alguma pessoas podem estar extremamente cansadas de muitas coisas, mas SEMPRE terão disposição para encaixotar suas coisas, carregar suas tralhas e rearrumar tudo em uma nova prateleira.

Elas sabem que não se pode fugir dos problemas e das decepções.

Ainda assim, se arriscam pelo novo, porque, mesmo sem falsas expectativas, mesmo sabendo que talvez não possam mudar os outros, e o mundo,  elas tem a certeza de que não querem se contaminar com a apatia generalizada.

Mudar pode ser melhor ou pior. Mas quando você dá o primeiro passo, você tem a oportunidade de decidir a direção que quer ir.

Então, vá sem medo! Siga o caminho que você escolheu! Vá em frente, sempre em frente.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Coisas que eu não sei...

Eu não sei falar francês, espanhol ou italiano.

Não sei as capitais dos países do mundo.

Não sei mais andar de patins e nunca soube dar "estrelinha".

Não sei cozinhar pratos sofisticados. Não entendo quase nada de física. Não decoro fórmulas...

Eu não sei mergulhar de cabeça em uma piscina...

Mas eu sou curiosa, e tento entender as coisas que nunca ouvi falar.

Mergulho de cabeça para aprender aquilo que tenho interesse, ou o que não me interessava mas tornou-se necessário.

Eu não nasci sabendo o pouco que sei, mas também não tenho vergonha de mostrar meus conhecimentos.

Quando desconheço o assunto, fico calada, pois quem sabe ouvir aprende muito mais do que quem não consegue se calar.

E anoto. Anoto palavras em pedaços de papel, ou no aplicativo do celular. Porque depois, vou pesquisar sobre o assunto.

Preciso sempre esclarecer minhas dúvidas...mesmo que o assunto pareça supérfluo naquele instante.

Eu decorei as sete maravilhas do mundo porque ninguém sabia me responder quais eram elas.

Eu aprendo um pouco a cada dia. Aprendo com as pessoas, com os livros, com as experiencias, com as pesquisas que faço.

E não aceito aquilo que me parece incompleto. Pesquiso mais um pouco, procuro exemplos, estudo.

Ainda assim, não tenho vergonha das coisas que não sei.

São apenas coisas que um dia ainda quero aprender.

Enquanto isso, sigo em frente, como uma aluna ansiosa pela próxima aula. Nunca é tarde!

Quem sabe um dia, eu ainda aprenda a dançar?

Aprenda a mergulhar no mar azul ou um pouco sobre política externa e psicologia.

Quem sabe eu aprenda a entender as pessoas que não compreendo? Mesmo que eu possa aceitar que somos todos diferentes, me pergunto muitas vezes sobre o comportamento alheio.

Talvez, não baste pra mim, e pra cada ser humano que existe, saber ouvir a voz dos demais... Talvez seja necessário que ouçamos nossas próprias vozes, para sermos capazes de nos livrar dos defeitos que só enxergamos nos outros...


quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Um cachimbo, um professor, uma saudade

A gente não vê muitos cachimbos por aí.

Também não vê muitas pessoas como Ajax Epaminondas.

Por essa razão, o cachimbo me fez lembrar do professor.

E bateu uma saudade enorme...

Devo ter afinidade com as pessoas que inspiram medo na primeira impressão. Descobri que atrás das fortes armaduras, existe um doce coração.

Me lembrei das lições que aprendi, das palavras, da confiança de um professor no potencial de seus jovens colegas, mesmo que estes ainda estivessem tomados de sonhos, sem a mínima noção dos desafios da realidade.

Tentei imaginar, se pude retribuir parte dos ensinamentos que recebi, quando anos mais tarde, pude ser apenas eu. Não mais a aluna, não mais a colega de profissão, apenas uma amiga que visita seu amigo que está preso à uma cama de hospital.

Naqueles momentos, sendo eu mesma, fui mais aplicada que a aluna que ele um dia orientou. Dei o melhor de mim. Distribui meus sorrisos, ofereci minha companhia, ouvimos e contamos histórias sobre nossas vidas. As visitas eram curtas, mas o tempo valioso.

Depois que ele se recuperou nos encontramos algumas vezes. Sempre uma alegria.

Anos mais tarde, bateu uma grande saudade. Tentei localizá-lo mas não consegui.

Tempos depois soube de seu falecimento.

Hoje, o cachimbo reacendeu a saudade.

E a saudade me fez lembrar de outras saudades...

De todas as lições que a vida ensina, seja através dos tropeços ou dos professores, a mais importante é aquela que muitos teimam em não aprender.

Os amigos são os bens mais valiosos!!!

Gosto de pensar que coleciono amigos...uns vem em série (família), uns são raros e difíceis de encontrar, uns tem que ser conquistados... Mas amigos são sempre amigos, e todos tem seu imenso valor.

O cachimbo me trouxe saudade de um professor, saudade de tanta coisa... e meus pensamentos voaram e se espalharam como fumaça no ar.